O exercício como regulador de gordura corporal
Os exercícios físicos representam um dos mais potentes estímulos fisiológicos para a efetivação da lipólise. Entende-se como lipólise sendo um processo pelo qual há a degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol. Ocorre no tecido adiposo. Nos desportistas, é usado substâncias legais (l-carnitina) (salbutamol) para aumentar o efeito, estas ajudam os ácidos gordos a atravessar a matriz mitocondrial.
Durante os exercícios prolongados, a aproximadamente 50% do VO2max, verifica-se um aumento do fluxo sanguíneo no tecido adiposo. Em exercícios de alta intensidade (acima de 60% do VO2max), a taxa de oxidação dos lipídios é muito baixa, com isso, apenas a energia proveniente da lipólise não consegue produzir ATP suficiente para a contração muscular e, cada vez mais, o ATP derivado da oxidação dos carboidratos e da glicólise anaeróbia são fundamentais para suprir as necessidades energéticas.
É importante manter em mente que há dois fatores que farão as vias energéticas serem utilizadas: intensidade dos exercícios e o tempo de duração dos mesmos. Diante disso, podemos afirmar que, quanto mais intensa for a atividade, ou exercício, e quanto mais rápida for a necessidade de se obter energia imediata, menor será a degradação dos ácidos graxos livres para a produção de ATP2,4. Em exercícios de intensidades moderadas por períodos constantes, os meios aeróbios de produção de ATP passam a predominar, sendo estes um tanto quanto mais demorados, porém essas fontes energéticas são mais duradouras que as anaeróbicas.
Durante curtos períodos de tempo em atividades leves ou moderadas, a energia proveniente para os exercícios é derivada de quantidades aproximadamente iguais às da oxidação dos carboidratos ou das gorduras. No entanto, se o exercício persistir por uma hora, ou mais, e as reservas de carboidratos forem fortemente depledadas, ocorrerá, gradualmente, um aumento equivalente na quantidade de gorduras utilizadas como substrato energético. Em exercícios prolongados, os lipídios (principalmente os AGL) podem fornecer aproximadamente 80% do dispêndio energético total. Segundo Maughan, Gleeson e Greenhaff (2000), "isso provavelmente ocorre por causa de uma pequena queda da concentração da glicose sanguínea e de um subseqüente aumento da liberação de glucagon (e diminuição da insulina) pelo pâncreas."
As concentrações de adrenalina e de cortisol no plasma sanguíneo também aumentam à medida que o exercício progride. Essas alterações hormonais estimulam a mobilização e a utilização subseqüente de lipídios como fonte de energia. A captação de AGL pelo músculo em atividade aumenta durante 1-4 h de exercício moderado contínuo. O processo lipolítico é estimulado pelo exercício, mas ocorre somente de forma gradual. Além disso, não cessa imediatamente após a interrupção do exercício, ao término do exercício, a captação de AGL pelos tecidos musculares caem subitamente, mas os níveis séricos hormonais ainda continuam alterados, incluindo a estimulação da lipólise que também se mantém constante após o termino do exercício, o que gera um aumento agudo da concentração plasmática dos AGL.
O principal problema associado à utilização de lipídios como combustível para a realização de exercícios é a velocidade com que podem ser captados pelo músculo e oxidados para prover energia. Essa limitação das vias oxidativas de energia, significa que a utilização das gorduras, enquanto fonte metabólica de ressíntese de ATP, apenas pode suprir energia numa taxa suficiente para manter os níveis de glicose estáveis, ou seja, numa intensidade em que o exercício não ultrapasse os 60% do VO2max.
Durante a maioria dos exercícios submáximos, uma mistura de lipídios e carboidratos é oxidada para fornecer energia para a contração muscular. Obviamente, quanto mais gordura puder ser utilizada como fonte energética, maior será a economia das reservas limitadas de carboidratos e maior a prolongação do exercício.
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