Benefícios da endorfina através da atividade física no combate a depressão e ansiedade
O objetivo do referido artigo é o de conhecer o processo de liberação da endorfina durante a atividade física e como esse hormônio auxilia na melhora da depressão e ansiedade. Caracterizando seu processo de secreção, sua liberação e as respostas do organismo a esse hormônio, e verificar a relação entre atividade física, liberação de endorfina e suas contribuições na prevenção ou tratamento da depressão e ansiedade.
O corpo humano precisa manter um controle interno para estar sempre em harmonia, esse controle é conhecido como homeostase, para regularizar esse equilíbrio ou para controlar as disfunções, que ocorrem por diversos fatores sejam eles bons ou ruins que possam ocorrer com o corpo humano. Para que isso ocorra são necessários dois sistemas, que possam interagir e interferir positivamente revertendo essas situações, são o sistema nervoso e o sistema endócrino.
"Quando há um distúrbio na homeostase, seja por doenças com causas internas ou externas, o corpo tenta compensar. Se a compensação é bem sucedida, a homeostase é restaurada se a compensação falha resulta a doença". (SILVERTHORN, 2003, p.6).
O sistema endócrino geralmente interage com o sistema nervoso, ou seja, eles se entendem por uma enorme afinidade formando mecanismos reguladores eficazes. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Assim os dois juntos atuam na coordenação e regulação das funções corporais.
Eles são como se fossem um supersistema interligado, chamado sistema neuroendócrino. Certas partes do sistema nervoso estimulam ou inibem a liberação de hormônios, que por sua vez podem promover ou inibir a produção de impulsos nervosos. O sistema nervoso leva à contração muscular e faz com que as glândulas secretam mais ou menos os seus produtos.
O sistema nervoso proporciona controle rápido e breve por meios de impulsos nervosos que se deslocam rapidamente. O sistema endócrino proporciona controle mais lento, mas de ação mais douradora pela secreção de hormônios, por exemplo, a secreção do hormônio do crescimento controla a velocidade de desenvolvimento durante longos períodos de crescimento gradual (PATTON; THIBODEAU, 2002).
O sistema endócrino está envolvido no controle das funções metabólicas corporais, controlando a velocidade das reações químicas nas células, e o transporte de substâncias através das membranas celulares e outros aspectos do metabolismo celular. Não só apenas ajudando na regulação das atividades dos músculos lisos, do músculo cardíaco e de algumas glândulas, mas afetando positivamente todos os outros tecidos do corpo humano. Para interagir e combater certas disfunções utiliza estímulos elétricos e sinais químicos, e o sistema endócrino se comunica através dos hormônios, sendo conduzido através do sangue diretamente para o órgão e células alvos, ou para a linfa em pouquíssimas quantidades que darão outras respostas, provocando reações em células diferentes.
Os hormônios (substâncias químicas secretadas por células especializadas ou glândulas endócrinas para o sangue) são responsáveis pelas mudanças fisiológicas de longo prazo, ou seja, ele esta sempre constante em nosso organismo funcionando o tempo todo, dessa forma o sistema endócrino da origem aos hormônios, que por sua vez apresenta esse importante papel no funcionamento desse sistema. São reguladores fisiológicos, aceleram ou diminuem a velocidade de reações e funções biológicas que acontecem mesmo na sua ausência, mas em ritmos diferentes, e essas mudanças de velocidades são fundamentais no funcionamento do corpo humano (CONSTANZO, 2OO7).
Os hormônios são classificados em três tipos normalmente com base na sua composição química. Quase todos os hormônios são peptídios, existem também os hormônios esteroides e os derivados de aminoácidos, que incluem os hormônios produzidos pela parte anterior da hipófise, pela tireóide, paratireóides, placenta e pâncreas. Os hormônios peptídicos são normalmente produzidos na forma de proteínas maiores. Quando seu trabalho é exigido, esses peptídios são decompostos em hormônios biologicamente ativos e secretados no sangue, para que circulem em todo o organismo. O segundo tipo de hormônio é o dos esteroides, que incluem os hormônios secretados pelas glândulas suprarrenais, ovários e testículos. Onde são sintetizados a partir do colesterol e modificados por uma série de reações químicas, até que um hormônio fique pronto para ser posto em ação imediatamente. (SILVERTHORN, 2003).
Normalmente, hormônios hidrossolúveis que são os que se dissolvem em água facilmente usam receptores localizados na superfície da membrana da célula do tecido-alvo. Uma série de moléculas especiais no interior da célula conhecida como segundos mensageiros transportam as informações do hormônio para o interior da célula. Já os hormônios lipossolúveis que se dissolvem em gordura, como os esteroides, passam através da membrana da célula e liga a receptores encontrados no citoplasma.
Os hormônios trafegam pelo sangue até atingirem seus tecidos-alvo, onde eles ativam uma série de alterações químicas. Para atingir um pretendido resultado, um hormônio precisa ser reconhecido por uma proteína especializada nas células do tecido-alvo, chamada de receptor (GHORAYEB; BARROS, 2004).
Alguns hormônios são entregues diretamente ao tecido-alvo, em vez de ficarem circulando por toda a corrente sanguínea. É o caso dos hormônios do hipotálamo uma parte do cérebro que controla o sistema endócrino, que são entregues diretamente à vizinha glândula hipófise, onde suas concentrações são centenas de vezes mais elevadas que no sistema circulatório (SILVERTHORN, 2003). Dessa forma o hormônio que destacaremos é a endorfina que é um peptídeo liberado pela hipófise anterior, o próximo item terá ênfase nessa substancia procurando apontar sua função, efeitos e possíveis benefícios à saúde.
"Desde sua descoberta, as endorfinas têm sido encontradas não somente no sistema nervoso, mas também em outras partes do corpo inclusive no pâncreas e nos testículos" (TRIBIOLI, 2003).
Esse hormônio é secretado no momento em que o corpo precisa de algum tipo de "analgésico", ou seja, precisa de algo que possa combater algum incomodo revertendo essa situação para uma sensação de euforia. São liberadas em resposta a praticamente qualquer tipo de estresse físico ou emocional. Comumente alivia a dor e a ansiedade. Um dos objetivos práticos e encorajar você a continuar o que esta fazendo (KHALSA, 2005).
Outra função é proteger o individuo de possíveis transtornos psicológicos e físicos estressores da vida diária, pois se acredita que à medida que o estresse aumenta a liberação da endorfina combatendo esse distúrbio e assim neutralizando alguns de seus possíveis efeitos. Também tem efeito em relação à dor, um exemplo simples e quando um indivíduo tem uma reação tardia a uma ferida dolorosa, a explicação e por que as endorfinas estão irrigando o cérebro bloqueando a sensação temporariamente da dor (KHALSA, 2005).
A produção de endorfina também pode ser estimulada ou de certa forma forçada fisicamente, através da pratica de exercícios onde causa um estresse físico que acarreta sua liberação, obtendo assim total interação com a mente e corpo. O organismo produz endorfinas e há muitos receptores dessa substância no cérebro. Esses receptores servem justamente para que uma substância específica funcione nas células, através de sua fixação. Nos exercícios físicos exaustivos, por exemplo, há uma produção grande de endorfina e por isso muitas pessoas acabam viciadas em academias de ginásticas (PÓVOA, 2000).
A endorfina também pode ser denominada como ópio endógeno que é aquela que fornece efeito anestésico, que é produzido com grande semelhança no sentido de obter sensações de bem estar. "O organismo produz substâncias semelhantes aos ópios que podem ser categorizadas em três tipos principais: a beta endorfina, encefálicas e a alfa endorfina". (GRABOWSKI, 2006, p.194).
O hormônio peptídeo endorfina, ganha maior destaque entre os demais ópios endógenos por sua ação, que é mais eficaz com relação à sensação de euforia. Acredita-se que esse hormônio possa ter vários fatores de liberação, assim, todas as situações que o ser humano realizar, como por exemplo, ao ingerir um alimento que o agrade, na atividade sexual, um esporte ou outras atividades, pode ocorrer essa sensação do prazer.
Os opióides de natureza endógena são substancias fabricados no sistema nervoso central, ou neuropeptídio, que na verdade são hormônios peptídeos, biologicamente inativos, dão origem a agentes ativos após segmentação enzimática. Estes pertencem a três famílias de opióides neuropeptideos: as dinorfinas, as encefalinas e as endorfinas, sendo essas ultimam importantes no mecanismo de supressão endógena da dor. Os opióides bloqueiam os sinais nociceptivos, sem alterar as demais formas de sensibilidade (AZEVÊDO, 1998). Obtendo seus maiores níveis de secreção durante a atividade física, realizada de forma sadia, respeitando a individualidade de cada indivíduo. Além da prática de exercício físico ser um momento em que deixamos de lado a nossa rotina e estresse diário, a endorfina traz sensações de prazer e de libertação. O poder da endorfina é bem visível no momento em que um indivíduo atinge seu limite físico em certa atividade física tentando superá-la com a ajuda desta substância.
Dessa forma acredita-se que durante a atividade física os níveis plasmáticos de endorfina aumentam dependendo da intensidade do exercício, mostrando a importância da prática sadia de atividade física, acompanhada por um profissional.
"Não existe um tempo determinado ou trabalho especifico como aeróbio ou anaeróbio, o importante é conhecer seu nível de VO2max que é a capacidade de captar, transportar e utilizar oxigênio por minuto" (POWERS; HOWLEY, 2000).
Para saber a porcentagem certa para alcançar melhor esse patamar em que ocorre melhor a liberação de endorfina, é necessário um profissional da área capaz de avaliar esses níveis através de testes protocolados. Os níveis plasmáticos elevados de beta endorfina ocorrem a uma mesma porcentagem de VO2max tanto em indivíduos treinados quanto em não treinados.Isso foi confirmado tanto em indivíduos treinados quanto em não treinados que apresentam níveis plasmáticos elevados de beta endorfina somente quando a intensidade do exercício ultrapasse 70% do VO2max. Além disso, quanto maior a intensidade, menor o tempo necessário para produzir a elevação (POWERS; HOWLEY, 2000).
Algumas afirmações sobre a ativação da endorfina através da atividade física pode dizer que ela regular a ação de outros hormônios, assim sendo de grande importância para a manutenção de algumas funções que desempenhamos em nosso dia a dia.
ACKERMAM (2008) relata que exercícios cardiovasculares de longa duração elevam os níveis de endorfina de duas a cinco vezes. Também afirma que a elevação de endorfina é freqüentemente associada a um melhor humor. Só que em contra partida ainda permanece distinto se os dois fenômenos estão interligados, de acordos com alguns neurologistas as endorfinas que circulam no sangue não cruzam facilmente a barreira semipermeável sangue-cérebro para alcançar o cérebro. O efeito de euforia pode ser provocado por outras substancias químicas, como a noradrenalina, a serotonina e a dopamina, as quais estimulam o centro de recompensa do cérebro. É bem provável que a elevação do humor resulte de todas essas substancias e de outras (ACKERMAM, 2008).
Além do efeito analgésico, sensação de prazer, bem estar e melhora no humor, acredita-se que a endorfina possa ter relação com o estado de tensão do corpo, sendo benéfica ao combate de possíveis patologias como o estresse e ansiedade doenças que nos dias de hoje ganham destaque pelo seu crescimento. Por ter grande poder na melhora do humor, um fator psicológico acaba aliviando o estado de depressão e ansiedade. Endorfina é responsável por diversas alterações psicofisiológicas, que vão desde o controle da dor até a sensação de bem estar proporcionada pela prática da atividade física.
Realizada de forma correta, a prática regular de exercícios físicos é repleta de aspectos favoráveis que se manifestam em todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista físico, auxilia na melhora da força e do tônus muscular, da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações, controle da pressão arterial, níveis de colesterol e até melhorar o condicionamento físico.
Com exercício regular, observam-se também melhoras, progressivas do condicionamento físico, determinando melhor controle da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Portanto os benefícios da atividade física englobam controle efetivo do colesterol, glicose pressão arterial e melhora nas atividades diárias. (TERRA; DORNELES, 2002).
Com relação à saúde física, observa-se perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora possíveis patologias de modo geral. Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas.
Quando a pessoa deixa de ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por doenças do coração, um exemplo clássico. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de vida é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já em relação aos aspectos cognitivos, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajudando na capacidade de lidar com os problemas de qualquer natureza emocional e principalmente com o estresse.
A influência benéfica da atividade física sobre a dimensão emocional da qualidade de vida se da sobre múltiplos aspectos. Considera-se, em primeiro lugar, a ação benéfica que exerce sobre os efeitos nocivos do estresse e o melhor gerenciamento das tensões próprias do vive (GHORAYEB; BARROS, 2003).
Além disso, auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da autoestima. Há redução da ansiedade e do estresse, ajudando no tratamento da depressão que nos dias de hoje é indicada por diversos profissionais da medicina.
Segundo Okuma (1998) a atividade física apresenta um enorme benefício contra o estresse em decorrência aos benefícios físicos e psicológicos. Diversas pesquisas nesse sentido foram documentadas de forma geral sendo estudada em indivíduos mais jovens ou mais velhos, não há razão para duvidar dos benefícios que a atividade física sadia proporciona os quais se baseiam nos efeitos fisiológicos em ambas as populações.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar. Quanto maior o gasto de energia, em atividades físicas consideradas normais, maiores serão os benefícios para a saúde dos indivíduos que a pratiquem visando uma boa qualidade de vida e para uma pratica amistosa.
Inúmeras investigações demonstram benefícios psicológicos logo após as sessões de exercício, fenômeno comumente denominado de euforia do exercício ou sentir-se bem. Uma das explicações mais utilizadas e testadas para explicar os benefícios psicológicos do exercício tem sido a hipótese das endorfinas, segundo a qual a elevação de seus níveis estaria associada às mudanças psicológicas positivas induzidas pelo exercício, como a diminuição da ansiedade, da depressão, o aumento do vigor e do bem-estar.
Muitos estudos demonstraram que os novéis plasmáticos de endorfinas aumentam durante a atividade física seja ela máxima, aeróbia ou anaeróbia e até em exercícios de força dependendo da forma com que seja realizada a sessão de exercícios.
Neste sentido, a hipótese das endorfinas preconiza que o aumento da endorfina circulante durante e após o exercício estaria associado a sentimentos de euforia e uma redução da ansiedade, tensão, raiva e confusão mental. Sabe-se que o aumento das endorfinas circulantes se dá pela ativação do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenocortical, podendo ultrapassar até cinco vezes os valores basais, sendo esta resposta variável em função da intensidade e duração do exercício (WERNECK; BARRA; RIBEIRO, 2005)
A partir disso a endorfina ganha destaque por seu efeito discutido anteriormente de produzir sensações que combatem de certa forma essas patologias. Quando se realiza algum tipo de atividade física a endorfina é liberada em maior proporção ocasionando assim, benefícios enormes ao praticante da atividade física, interferindo de forma positiva no combate a depressão e ansiedade.
Segundo WERNEK, BARRA FILHO e RIBEIRO (2005) uma das explicações mais utilizadas e testadas para explicar os benefícios psicológicos do exercício tem sido a hipótese das endorfinas, segundo a qual a elevação do nível de endorfina estaria associada às mudanças psicológicas positivas induzidas pelo exercício, como a diminuição da ansiedade, da depressão, o aumento do vigor e do bem-estar.
Apesar da relação positiva entre exercício e saúde psicológica, grande parte da população não pratica atividade física, o que realmente traz esses benefícios já que apenas uma pequena parcela se exercita suficientemente e a outra grande parte é completamente sedentária.
A realização de exercícios físicos envolve a participação dos sistemas cardiovasculares, respiratórios e osteomuscular. A atividade física proporciona também aumento dos níveis de endorfina, substancias que agem no cérebro proporcionando sensação de bem estar e diminuindo os níveis de estresse físico e mental. (TERRA; DORNELES, 2002).
A atividade física é um dos mais poderosos efetivos métodos para reduzir a ansiedade. Quando o ser humano está ansioso ele entra em uma luta constante consigo mesmo, uma onda constante de adrenalina como uma resposta a uma ameaça que se torna excessiva. A partir disso entra o valor do exercício físico como um escape natural para o corpo humano quando se encontra em estado de excitação tremenda.
A prática sadia de atividade física traz vários fatores fisiológicos intrínsecos á ansiedade, e como resultado fortalece a defesa contra ela, obtendo assim resultados jamais vivenciados sem essa pratica saudável.
Na concepção de Montti (2007), atividade física é definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mental e social, de modo que terá como resultados os benefícios à saúde.
A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo, e que auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas, além de exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
A escolha da atividade física adequada deve, no entanto, levar em conta, alguns fatores, como idade, por exemplo. Assim, a prática regular de exercícios físicos também aumenta a força muscular, aprimora a flexibilidade e a amplitude de movimento, além de diminuir o percentual de gordura, do risco de osteoporose, da ansiedade e depressão, e melhorar a estética corporal, a autoestima, a autoimagem, a integração e a socialização.
Neste sentido, a prática de atividade física quando bem orientadas, pode ocasionar maior longevidade, redução da taxa de morbidade e mortalidade, redução do numero de medicamentos prescritos, melhoria da capacidade fisiológica em portadores de doenças crônicas, prevenção do declínio cognitivo manutenção no status funcional elevado, redução da freqüência de quedas, manutenção da independência e autonomia e benefícios psicológicos, como por exemplo, melhoria autoimagem, da autoestima do contato social, e prazer pela vida (TERRA; DORNELES, 2002).
Assim, fica fácil entender a importância da atividade física para a saúde e a qualidade de vida, de todas as pessoas. Com o crescente desejo de se viver mais e melhor, todas as formas de atividade física, desde as mais simples até as mais sofisticadas estão em evidência, ações que envolvem exercícios físicos ganham destaque, principalmente pela sua ação preventiva (VIANA, 2007).
Nas últimas décadas, a qualidade de vida tem sido um dos grandes focos de atenção de autoridades e também da população. Tornou-se um grande foco de atenção para negócios, desde vendas e comércio das mais variadas formas e tipos de produtos, podendo ser encontrada em propagandas de condomínios residenciais, comidas, remédios, treinamentos e capacitação dos trabalhadores.
A qualidade de vida é um conceito ligado ao próprio desenvolvimento humano. Não significa apenas que o indivíduo tenha apenas saúde física ou mental, mas que ele viva bem consigo mesmo, com a vida, com as pessoas que os rodeiam. Isso significa que ter qualidade de vida é estar em equilíbrio pessoal e grupal, tendo o controle sobre tudo que acontece a sua volta.
Quando qualidade de vida é analisada no seu sentido específico apresenta em cada área, uma definição característica, sendo que na área ligada à saúde qualidade de vida "aplica-se a pessoas sabidamente doentes e diz respeito ao grau de limitação e desconforto que a doença ou a sua terapêutica acarretam ao paciente e a sua vida" (SILVA, 1999).
Também para garantir uma boa qualidade de vida, o indivíduo deve ter hábitos saudáveis, cuidar bem do corpo, ter tempo para lazer e vários outros hábitos que o façam se sentir bem, que tragam boas conseqüências, como usar o humor para lidar com situações de stress, definir objetivos de vida e, o principal, sentir que tem controle sobre a própria vida.
Ainda não estão totalmente compreendidos os mecanismos que controlam a secreção da beta endorfina, mas tem sido sugerido que o estresse e o exercício físico têm papel importante nesse processo. Tem-se sugerido que as alterações das concentrações da endorfina em resposta ao exercício são volume e intensidade dependentes.
"No exercício máximo e anaeróbio, extensa correlação com o lactato tem sido verificada, demonstrando aumento significativo das suas concentrações após o limiar anaeróbio ser excedido" (CUNHA; RIBEIRO; OLIVEIRA, 2008).
No exercício aeróbio desenvolvido em permanente estado de equilíbrio entre a produção e a remoção do lactato, desta forma é visível que os níveis sanguíneos de endorfina não aumentam até que a duração do exercício exceda aproximadamente uma hora, após a qual esses níveis aumentam de forma significativa. O balanço ácido-base tem sido sugerido como mecanismo para o incremento do hormônio durante o exercício (CUNHA; RIBEIRO; OLIVEIRA, 2008).
A produção de endorfina provavelmente é responsável pela eficácia dos placebos na eliminação da dor. Em experiências demostrou que aproximadamente 30% dos pacientes com dor que ingerem placebos experimentam alivio. Para esses paciente, a crença que terão alivio parece ativar a produção e liberação de endorfina. Esse é um exemplo clássico da mente acima da matéria. (KHALSA, 2005).
Muitos estudos tentam elucidar o papel da endorfina na homeostase da glicose, sendo mobilizada durante o exercício usando opióides antagonista ou infusão direta. Interessantemente, diversos estudos têm demonstrado que os níveis aumentam durante o exercício, seja ele máximo aeróbio ou anaeróbio.
É importante a pratica de atividade física regular mesmo aqueles que não obtêm algum tipo de necessidade física ou mental, pois certamente ao final do dia tanto o corpo como a mente da pessoa estará com uma pré-disposição melhor para qualquer outra atividade diária. "Seus músculos estão mais potentes e suas articulações mais flexíveis. Suas mãos e suas costas estão 6% mais fortes do que no começo do dia" (ACKERMAM, 2008).
Portanto, o exercício claramente conduz ao aumento vantajoso nos níveis plasmáticos de beta endorfina, nesse próximo item abordaremos os aspectos relevantes e históricos da endorfina a morfina natural do corpo humano.
Como ainda não totalmente descoberto seu verdadeiro receptor de ação, local de secreção e um acervo mais valioso de pesquisas, este estudo procurou elucidar e extrair o máximo de informações possíveis sobre esse hormônio apontando suas principais características e benefícios são evidenciados e seu momento principal de liberação é no instante de alguma atividade física.
Dentre as possibilidades abordadas que procuram explicar os efeitos antidepressivos do exercício físico, percebe-se que um consenso entre os autores citados para sustentar uma única resposta, dessa forma a hipótese das endorfinas como opio endógeno é a mais sustentável e aceita pelos próprios autores. A atividade física tendo um impacto mais relevante na regulação da ansiedade e depressão através da liberação de substancias químicas favorável ao bem estar físico e mental.
Apesar das discordâncias observadas os efeitos verdadeiros pontos de liberação da endorfina, acredita-se que a prática de uma atividade física regular seja indicada para pessoas de todas as idades. Seja através de uma ação preventiva, em pessoas saudáveis ou terapêuticas, em pessoas doentes.
Nos dias atuais com uma sociedade cada vez mais sedentária e taxas de índices de perturbações psicológicas acentuadas, a pratica de atividade física deve ser levada em consideração, já que apresenta diversos benefícios que possibilitam uma vida mais saudável, essa atitude acaba por induzir a endorfina atuando em seu desenvolvimento físico e mental, acarretando benefícios realmente satisfatórios em toda a população que fizer uso dessa fermenta de lazer inserida pela atividade física sadia.
Referências
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Autores:
Juliano Ricardo da Cruz
Pierre Carlos Alberto Filho
Erica Milena Hakamada
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