Artigo: Perfil das características do treinamento e associação com lesões musculoesqueléticas prévias em corredores recreacionais: um estudo transversal
Introdução
A corrida é um dos tipos de atividade física mais populares do mundo1, sendo que o número de praticantes vem crescendo consideravelmente nos últimos 40 anos. Muitas pessoas que buscam hábitos de vida mais saudáveis, como controlar o peso corporal e melhorar a capacidade física, acabam por escolher a corrida como modalidade de exercício, considerada uma atividade física de baixo custo e de fácil execução.
Uma das consequências do aumento da popularidade da prática da corrida é o aumento das lesões musculoesqueléticas entre os praticantes, as quais apresentam incidência que pode variar entre 19,4% e 92,4% dependendo da população alvo e da definição do termo "lesão musculoesquelética" utilizada2,3. Alguns estudos foram realizados com o objetivo de se identificar possíveis fatores de risco para lesões musculoesqueléticas em corredores, e os principais fatores encontrados nesses estudos foram a distância semanal percorrida e a presença de lesões prévias1-11.
Muitos desses estudos foram conduzidos com maratonistas1,2,8,9,11,12, e outros, com populações de corredores com características de volume de treinamento menor, porém que visavam a participação em outras provas específicas (corredores de provas de 4 a 16 km)4,6,7,10. Dois estudos foram conduzidos com populações de corredores amadores5 ou recreacionais13, e apenas um estudo se preocupou especificamente com os corredores de elite, mas que treinavam uma distância semanal semelhante à dos estudos com maratonistas14. Apenas um estudo foi conduzido com o objetivo de medir associações entre lesões musculoesqueléticas e características do treinamento em corredores recreacionais e que não visavam a participação em nenhuma prova de corrida específica5.
É importante que sejam conduzidos mais estudos com corredores que realizam um menor volume de treinamento comparados aos maratonistas e que não estejam engajados em participar de nenhuma prova específica, já que grande parte dos praticantes simplesmente pratica corrida de forma recreativa, não ultrapassando poucos quilômetros por sessão de treinamento. Entender melhor o perfil dos corredores recreacionais e quais fatores estariam associados com lesões musculoesqueléticas nessa população pode auxiliar na implementação de estratégias de prevenção com uma abordagem multidisciplinar, em que a participação de fisioterapeutas, médicos, treinadores físicos e outros profissionais da saúde possibilite ações mais eficazes para a redução das lesões musculoesqueléticas dessa enorme população de praticantes de corrida.
Assim, os objetivos deste estudo foram descrever os hábitos, as características do treinamento e o histórico de lesões musculoesqueléticas em corredores recreacionais, além de investigar possíveis associações entre as características e os hábitos de treinamento com as lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à prática da corrida.
Materiais e métodos
Desenho do estudo e participantes
Este estudo é do tipo transversal, com participação de 200 corredores que responderam a um formulário online que continha questões sobre hábitos, características do treinamento e histórico de lesões relacionadas à prática da corrida. Participaram da pesquisa corredores com idade igual ou superior a 18 anos e que eram praticantes de corrida há pelo menos seis meses. Os corredores incapacitados de realizar a prática de corrida no momento da coleta de dados por restrição médica ou presença de lesão musculoesquelética (músculos, tendões, articulações, ligamentos e/ou ossos) foram excluídos deste estudo que obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil (Protocolo 13506607/2010) e foi realizado em parceria com a CORPORE, uma entidade organizadora de eventos de corrida da cidade de São Paulo, Brasil.
Foi enviado um convite por e-mail com informações sobre o estudo para 4.000 dos 11.000 corredores associados da CORPORE. Nesse convite, havia um link que encaminhava o corredor ao termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Após consentir em participar do estudo e responder que não apresentava lesão musculoesquelética relacionada à corrida naquele momento, o indivíduo foi encaminhado ao formulário online (ver Anexo 1) que era inteiramente autorreportado e composto por três partes: a) questões referentes aos dados pessoais dos participantes, como idade, peso, estatura, experiência de corrida, escolaridade e hábitos de vida; b) questões sobre o histórico da prática de corrida (número de treinos por semana, quilometragem semanal, tempo por quilômetro, prática de outros esportes, provas preferidas e prática de exercícios de flexibilidade) e características do treinamento (número de treinos em cada tipo de piso, acompanhamento dos treinos, motivação, utilização de palmilha especial, tipo de tênis, quantidade de pares de tênis e tipo de pisada) e c) histórico de lesões musculoesqueléticas relacionadas à prática da corrida para se determinar a prevalência de lesões nos últimos 12 meses (informação coletada pelo corredor por meio de opções de sintomas ou diagnósticos derivados de um estudo anterior15). A definição para lesão musculoesquelética relacionada à corrida, adotada neste estudo, foi baseada em estudos anteriores que também tinham como objetivo pesquisar lesões em corredores, sendo ela "qualquer dor de origem musculoesquelética relacionada à prática da corrida e que tenha sido severa o suficiente para impedir o corredor de realizar um treino de corrida"1,5,8,9.
Análise estatística
O cálculo amostral deste estudo foi delineado para detectar um Odds Ratio (OR) de 1,4, com um poder estatístico de 80% e com significância de 95%, sendo necessária a participação de 200 corredores para o estudo. A estatística descritiva foi utilizada para apresentar as características dos participantes. A comparação das variáveis contínuas entre os corredores com histórico de lesão e sem histórico foi realizada pelo teste t de Student para amostras independentes e pelo teste de Mann-Whitney para os dados não-paramétricos. Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste de qui-quadrado.
Para testar uma possível associação entre as variáveis (dados pessoais, histórico da prática de corrida e características de treinamento) e lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida, foi realizada uma análise de regressão logística univariada. As variáveis associadas independentemente com lesões prévias e que apresentaram um p<0,201 foram submetidas à análise de regressão logística multivariada pelo método Backward Wald. Para verificar a qualidade de predição do modelo de regressão logística foi calculado o coeficiente de determinação R2 de Nagelkerke. Os resultados foram apresentados em OR e seus respectivos intervalos de confiança a 95%. Todas as análises foram realizadas pelo software SPSS, versão 17.0.
Resultados
A descrição das características dos indivíduos foi separada em dois grupos, um dos corredores "com histórico de lesão" e outro "sem histórico de lesão", como pode ser visto na Tabela 1. A prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses foi de 55% (n=110) dos corredores estudados, e as principais lesões relatadas foram as tendinopatias (17,3%, n=19) e as lesões musculares (15,5%, n=17). Quanto à localização anatômica, o joelho foi a região mais afetada, com 27,3% (n=30) das lesões (Tabela 2).
A maioria dos participantes do estudo era do gênero masculino, e 60% (n=120) dos corredores relataram um índice de massa corporal (IMC) que pode ser classificado como saudável (IMC<25). Os indivíduos que declararam correr com um ritmo entre 3 e 6 minutos por quilômetro representaram 76,5% (n=153) da amostra. Dos corredores avaliados, 64,2% (n=129) informaram que a sessão de treinamento tinha duração média entre 60 e 90 minutos. Metade dos participantes se classificou como corredor não-novato, pois eles já tinham experiência prévia com o treinamento da corrida, e a maioria dos corredores referiu utilizar tênis com características especiais para "controlar" o tipo de pisada (neutra, hiperpronadora ou subpronadora). A Tabela 3 descreve com maiores detalhes as informações categorizadas dos participantes.
De todas as características analisadas, nove variáveis apresentaram um p<0,20 na análise de regressão logística univariada: idade, IMC, experiência de corrida, tipo de piso rígido (asfalto e cimento), prática de outros esportes, tempo de prática de outros esportes, frequência semanal de outros esportes, uso de tênis com características especiais para correr e conhecimento do tipo de pisada (Tabela 3). Foram submetidas à análise de regressão logística multivariada todas as nove características acima mencionadas. Dessas, apenas uma variável permaneceu no modelo final (pelo método Backward Wald) e apresentou associação com lesões prévias no modelo multivariado: a experiência de corrida entre cinco e 15 anos (Tabela 4). Esse modelo proposto explica 7% da variância total avaliada pelo coeficiente de determinação R2 de Nagelkerke.
Discussão
Perfil dos corredores participantes do estudo
O objetivo deste estudo foi descrever os hábitos, as características de treinamento e o histórico de lesões em corredores recreacionais, verificando a associação dessas características com a presença de lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à prática da corrida. Foi possível traçar um perfil dos participantes deste estudo: grande maioria de homens, com 40 anos de idade média, IMC classificado como saudável, os quais praticam corrida há aproximadamente cinco anos, treinam quatro vezes por semana, com uma quilometragem semanal de 35 km, correm frequentemente no asfalto e têm a corrida de 10 km como prova favorita. A prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses dos participantes deste estudo foi de 55% (n=110). As principais lesões apresentadas foram as tendinopatias e as lesões musculares, sendo o joelho a articulação que foi mais acometida. De todas as informações obtidas dos atletas, a única característica que apresentou associação com lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida no modelo final foi o tempo de experiência de prática de corrida.
A proporção de homens/mulheres participantes do estudo, a média de idade, o IMC, a experiência de corrida e o número de treinos por semana observados foram similares aos encontrados em outros estudos que também analisaram corredores8,11,16, sendo que apenas um estudo apresentou uma maior proporção de mulheres17.
Uma importante particularidade pode ser observada quando se compara a distância semanal de treinamento dos participantes deste estudo com a de outros estudos, pois a quilometragem do grupo avaliado neste estudo foi menor quando comparada às distâncias apresentadas na maioria de outras pesquisas também realizadas com corredores1,2,8,11. Essa divergência de resultados encontrados pode ser justificada pelo fato de a grande parte das pesquisas terem sido conduzidas apenas com maratonistas1,2,8,9,11, que requerem um volume de treinamento semanal maior. Acredita-se que essa característica do nosso estudo o torna um dos primeiros a abordar diferentes aspectos relacionados à corrida utilizando uma população de praticantes que não têm o objetivo de correr uma maratona ou uma prova de corrida específica.
A realização de exercícios de flexibilidade realizados antes e/ou após uma prova foi frequente, como também se observou em outros estudos10,18, apesar de algumas outras pesquisas sobre corredores demonstrarem que apenas uma pequena parcela realiza tal exercício1,9,16. O fato de uma alta porcentagem dos corredores realizar exercícios de flexibilidade antes ou após a atividade de corrida pode estar relacionado ao fato de os atletas e treinadores acreditarem que a prática de tal exercício poderia prevenir lesões, apesar da falta de evidência científica que apoie tal crença até o momento19-21.
A maioria dos corredores do presente estudo referiu treinar sem nenhum tipo de acompanhamento profissional (Tabela 3). Um estudo sugere uma porcentagem por volta de 40% de corredores que possuem algum tipo de orientação especializada12, dado que está de acordo com o presente estudo.
Lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida e associações com as características do treinamento
A prevalência de lesão musculoesquelética relacionada à corrida nos últimos 12 meses foi de 55% (n=110). Dentre as principais lesões musculoesqueléticas relatadas no histórico dos participantes deste estudo se destacam as tendinopatias e as lesões musculares. Em diversos estudos, a síndrome femoropatelar13,17,22 e as tendinopatias16,23-25 estão entre as lesões mais frequentes entre os corredores. O joelho foi a região mais acometida, assim como observado em diversos outros estudos3,5,7,16,17. Essa alta taxa de lesões no joelho normalmente é atribuída à grande magnitude das forças de impacto presentes no membro inferior durante a corrida, que pode variar de um e meio a três vezes o peso corporal26.
A análise de regressão logística multivariada mostrou que a experiência de corrida de cinco e 15 anos apresentou uma associação com ausência de lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida (Tabela 4). Alguns estudos apontam que a inexperiência na prática da corrida pode ser um fator de risco para novas lesões musculoesqueléticas2,4,9, apesar de uma revisão sistemática ter apontado esse achado como evidência incerta3. A associação encontrada entre a experiência de corrida dos participantes e a história de lesões musculoesqueléticas pode ser explicada pelo fato de que, quanto maior a experiência do corredor, maior sua capacidade de adaptação ao estresse musculoesquelético imposto pela corrida27. Outra possível explicação é o que a literatura denomina de "fenômeno de sobrevivência", pois os indivíduos mais experientes seriam os "sobreviventes" das lesões que fizeram muitos outros corredores abandonarem a prática de corrida2,9.
Acredita-se que os resultados deste estudo poderão auxiliar os corredores e os treinadores a elucidarem algumas questões sobre características de treinamento de corrida e, principalmente, os fisioterapeutas, que geralmente são os responsáveis pela implementação de programas de prevenção de lesões em grupos de corridas ou equipes, além de contribuir com os pesquisadores que também se preocupam com essa questão, podendo auxiliar na alteração de alguns fatores de treinamento e, potencialmente, diminuir a incidência de lesões musculoesqueléticas em corredores. Para os corredores, saber a quantidade e quais são as lesões da corrida pode alertar sobre a necessidade de cuidados em relação à prática dessa atividade física, estimulando um modo mais seguro. A identificação das lesões em corredores ainda estimula os fisioterapeutas a desenvolverem programas de tratamento mais eficazes para essa população com o objetivo de diminuir o tempo de recuperação e promover a volta à prática de forma mais segura.
Atualmente têm-se visto diversos profissionais da área da saúde que trabalham com a corrida e sugerem a prática de exercícios de flexibilidade (alongamento) e/ou a prescrição de caríssimos tênis especiais para corrida com a finalidade de se prevenir lesões musculoesqueléticas, apesar da inexistência de estudos que demonstrem a eficácia dessas medidas até o presente momento19-21,28. Sugere-se que sejam realizados estudos de acompanhamento prospectivo para averiguar as influências dessas e de outras características de treinamento sobre o surgimento de novas lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida, além da condução de ensaios controlados aleatorizados para testar a eficácia de programas de prevenção e de protocolos de reabilitação das lesões relacionadas à corrida, ressaltando que atualmente nosso grupo de pesquisa está realizando um estudo prospectivo com corredores e, em breve, pretende-se divulgar os resultados.
Limitações do estudo
Este estudo apresentou algumas limitações, como uma amostra com nível de escolaridade acima do que se acredita que represente toda a população de corredores, além de ser um estudo transversal, ou seja, as associações encontradas neste estudo são apenas de caráter exploratório, não significando que as variáveis associadas sejam fatores causadores de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida. Todos os dados foram coletados utilizando questionários autoaplicáveis, podendo ter influências de viés de memorização.
Conclui-se que a prevalência de lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida nos últimos 12 meses foi de 55%. As lesões mais frequentes relatadas pelos corredores deste estudo foram as tendinopatias e as lesões musculares, sendo o joelho o local de maior acometimento. A experiência de corrida entre cinco e 15 anos foi associada com a ausência de lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida.
Agradecimentos
A CORPORE, entidade organizadora de eventos de corrida, que nos auxiliou no recrutamento dos corredores participantes do estudo assim como na divulgação dos nossos resultados, permitindo que os dados gerados por este estudo possam ser agregados no dia a dia dos profissionais e corredores dessa instituição.
Aos fisioterapeutas do São Paulo Running Injury Group (SPRunIG), Bruno Tirotti Saragiotto e Tiê Parma Yamato, pelo importante auxílio neste estudo.
Referências
1. Van Middelkoop M, Kolkman J, Van Ochten J, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW. Risk factors for lower extremity injuries among male marathon runners. Scand J Med Sci Sports. 2008;18(6):691-7. [ Links ]
2. Satterthwaite P, Norton R, Larmer P, Robinson E. Risk factors for injuries and other health problems sustained in a marathon. Br J Sports Med. 1999;33(1):22-6. [ Links ]
3. van Gent RN, Siem D, van Middelkoop M, van Os AG, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW. Incidence and determinants of lower extremity running injuries in long distance runners: a systematic review. Br J Sports Med. 2007;41(8):469-80. [ Links ]
4. Buist I, Bredeweg SW, Bessem B, van Mechelen W, Lemmink KA, Diercks RL. Incidence and risk factors of running-related injuries during preparation for a 4-mile recreational running event. Br J Sports Med. 2010;44(8):598-604. [ Links ]
5. Macera CA, Pate RR, Powell KE, Jackson KL, Kendrick JS, Craven TE. Predicting lower-extremity injuries among habitual runners. Arch Intern Med. 1989;149(11):2565-8. [ Links ]
6. Marti B, Vader JP, Minder CE, Abelin T. On the epidemiology of running injuries. The 1984 Bern Grand-Prix study. Am J Sports Med. 1988;16(3):285-94. [ Links ]
7. Taunton JE, Ryan M, Clement D, McKenzie D, Lloyd-Smith D, Zumbo B. A prospective study of running injuries: the Vancouver Sun Run "In Training" clinics. Br J Sports Med. 2003;37(3):239-44. [ Links ]
8. van Middelkoop M, Kolkman J, Van Ochten J, Bierma-Zeinstra SM, Koes B. Prevalence and incidence of lower extremity injuries in male marathon runners. Scand J Med Sci Sports. 2008;18(2):140-4. [ Links ]
9. van Middelkoop M, Kolkman J, van Ochten J, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW. Course and predicting factors of lower-extremity injuries after running a marathon. Clin J Sport Med. 2007;17(1):25-30. [ Links ]
10. Walter SD, Hart LE, McIntosh JM, Sutton JR. The Ontario cohort study of running-related injuries. Arch Intern Med. 1989;149(11):2561-4. [ Links ]
11. Wen DY, Puffer JC, Schmalzried TP. Injuries in runners: a prospective study of alignment. Clin J Sport Med. 1998;8(3):187-94. [ Links ]
12. Pazin J, Duarte MFS, Poeta LS, Gomes MA. Recreational road runners: injuries, training, demographics and physical characteristics. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2008;10(3):277-82. [ Links ]
13. Lun V, Meeuwisse WH, Stergiou P, Stefanyshyn D. Relation between running injury and static lower limb alignment in recreational runners. Br J Sports Med. 2004;38(5):576-80. [ Links ]
14. Knobloch K, Yoon U, Vogt PM. Acute and overuse injuries correlated to hours of training in master running athletes. Foot Ankle Int. 2008;29(7):671-6. [ Links ]
15. Alonso JM, Tscholl PM, Engebretsen L, Mountjoy M, Dvorak J, Junge A. Occurrence of injuries and illnesses during the 2009 IAAF World Athletics Championships. Br J Sports Med. 2010;44(15):1100-5. [ Links ]
16. Jakobsen BW, KrØner K, Schmidt SA, Kjeldsen A. Prevention of injuries in long-distance runners. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 1994;2(4):245-9. [ Links ]
17. Taunton J, Ryan M, Clement D, McKenzie D, Lloyd-Smith D, Zumbo B. A retrospective case-control analysis of 2002 running injuries. Br J Sports Med. 2002;36(2):95-101. [ Links ]
18. Jacobs SJ, Berson BL. Injuries to runners: a study of entrants to a 10,000 meter race. Am J Sports Med. 1986;14(2):151-5. [ Links ]
19. Shehab R, Mirabelli M, Gorenflo D, Fetters MD. Pre-exercise stretching and sports related injuries: knowledge, attitudes and practices. Clin J Sport Med. 2006;16(3):228-31. [ Links ]
20. Witvrouw E, Mahieu N, Danneels L, McNair P. Stretching and injury prevention: an obscure relationship. Sports Med. 2004;34(7):443-9. [ Links ]
21. Yeung SS, Yeung EW, Gillespie LD. Interventions for preventing lower limb soft-tissue running injuries. Cochrane Database Syst Rev. 2011(7):CD001256. [ Links ]
22. Fallon KE. Musculoskeletal injuries in the ultramarathon: the 1990 Westfield Sydney to Melbourne run. Br J Sports Med. 1996;30(4):319-23. [ Links ]
23. Pileggi P, Gualano B, Souza M, Caparbo VF, Pereira RMR, Pinto ALS, et al. Incidência e fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. Rev Bras Educ Fís Esp. 2010;24(4):453-62. [ Links ]
24. Lysholm J, Wiklander J. Injuries in runners. Am J Sports Med. 1987;15(2):168-71. [ Links ]
25. McKean KA, Manson NA, Stanish WD. Musculoskeletal injury in the masters runners. Clin J Sport Med. 2006;16(2):149-54. [ Links ]
26. Lieberman DE, Venkadesan M, Werbel WA, Daoud AI, D'Andrea S, Davis IS, et al. Foot strike patterns and collision forces in habitually barefoot versus shod runners. Nature. 2010;463(7280):531-5. [ Links ]
27. van Mechelen W. Running injuries. A review of the epidemiological literature. Sports Med. 1992;14(5):320-35. [ Links ]
28. Richards CE, Magin PJ, Callister R. Is your prescription of distance running shoes evidence-based? Br J Sports Med. 2009;43(3):159-62. [ Links ]Autores:
Luiz C. Hespanhol JuniorI, II; Leonardo O. P. CostaI, III; Aline C. A. CarvalhoI; Alexandre D. LopesI, II
IPrograma de Mestrado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil
IISão Paulo Running Injury Group (SPRunIG), São Paulo, SP, Brasil
IIIMusculoskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney, Australia
Conheça os Manuais para Professor de Educação Física
Tenha Atividades para Aulas de Educação Física
Trabalhe com Educação Física
Segue no Instagram!
Receba nossos links no Telegram e no Whatsapp .
Post a Comment