Artigo: Métodos de recuperação pós-exercício - uma revisão sistemática
O sucesso dos processos de melhora do desempenho e prevenção de lesões depende da qualidade da transição entre os estímulos do treinamento físico, além da sistematização da prescrição do exercício. Nesse sentido, uma adequada recuperação torna-se um aspecto importante de todo programa de condicionamento, tanto para atletas, como técnicos e diversos profissionais ligados à área da saúde(1-3). A recuperação pós-exercício consiste em restaurar os sistemas do corpo a sua condição basal, determinando a homeostase(4).
A negligência ao tempo necessário para restauração de substratos utilizados durante o esforço antes de submeterem-se a um novo estímulo caracteriza uma condição inadequada, pois impedem que o organismo se mantenha em estado ótimo para realização da prática atlética, limitando o desempenho e aumentando os riscos de lesões(3,5-9). Para potencializar a recuperação, tem-se observado, na prática, a utilização de vários métodos, como massagem(9-11), exercícios ativos(9,12), contraste(13,14) e crioterapia(1,15-17).
Em se tratando de métodos recuperativos após alta intensidade de esforço, observa-se a realização de exercícios ativos, sendo estes considerados um trabalho contínuo aeróbio e de baixa intensidade(9,13). Estudos(11,18-23) apontam como intensidade ótima de esforço o intervalo entre 20 e 50% do VO2máx para que ocorra eficiente remoção de lactato sanguíneo, seja por oxidação ou conversão em glicose ou aminoácidos. Tal processo é amplamente descrito na literatura, conforme sugerem os estudos de revisão de Barnett(3) e Tomlin e Wenger(4).
A técnica de contraste consiste na alternância de exposição ao frio e calor, com o intuito de aumentar o metabolismo e, no esporte, tem sido utilizada nos processos de recuperação visando, também, à remoção do lactato sanguíneo(13). Ainda no âmbito da termoterapia, observa-se com frequência a utilização da crioterapia, que consiste na redução da temperatura tecidual por condução; promove respostas relacionadas ao sistema de termorregulação do corpo, podendo tanto aumentar como diminuir o metabolismo(2). Morton(14) e Wilcock et al.(2) descrevem que tais recursos podem promover maior percepção subjetiva de recuperação.
Outra técnica utilizada amplamente no meio esportivo é a massagem, definida como manipulação mecânica dos tecidos do corpo com movimentos rítmicos e cadenciados. Os objetivos são a redução da dor e edema e a aceleração da remoção de lactato, pelo aumento de fluxo sanguíneo(3,24).
Alguns resultados têm sido observados a partir dos modelos de recuperação descritos, seja com contraste(13,14), crioterapia(6,15,17) ou massagem(24), além da própria recuperação ativa(25,26). Contudo, a falta de padronização para utilização das técnicas e controle das variáveis determina dificuldades para comparação de resultados entre estudos de mesma natureza. Nesse sentido, atenta-se para necessidade de melhor definição de parâmetros relacionados ao gerenciamento de cada técnica, como tempo de exposição, temperatura e intensidade de aplicação.
Portanto, o objetivo desta revisão foi reunir informações e descrever as respostas proporcionadas por métodos recuperativos pós-exercício, como crioterapia, contraste, massagem e recuperação ativa, constituindo uma fonte de atualização do referido tema.
METODOLOGIA
Os artigos potencialmente úteis foram obtidos por meio de pesquisa bibliográfica nos bancos de dados online Medline (Medical Literature, Analysis and Retrieval System Online), Scielo (Scientific Electronic Library Online) e Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), e, como lista de periódicos, o Sportdiscus.
Optou-se por procurar os termos cryotherapy, massage, active recovery, thermotherapy, immersion e exercise, individualmente e em cruzamentos. Nas bases de dados Lilacs e Scielo também foram utilizados os termos em português: crioterapia, massagem, recuperação de função fisiológica, imersão e exercício.
A partir dos cruzamentos observou-se a ocorrência de 237 artigos no total. Incluíram-se apenas os que se referiam à recuperação pós-exercício por meio das técnicas abordadas neste estudo, selecionando-se 46 artigos para integrar a revisão. Foram excluídos artigos que, mesmo apresentando os unitermos utilizados para busca, não contemplavam a relação entre técnica e recuperação. Assim, os 191 títulos excluídos apresentavam conteúdos diversos, relativos à terapêutica, prevenção e desempenho.
O estudo de revisão foi restrito ao período de janeiro de 2000 até dezembro de 2007 para os estudos relacionados à recuperação ativa, e de janeiro de 2004 até dezembro de 2007 para os referentes ao contraste e massagem; para o termo crioterapia, a revisão foi restrita a janeiro de 1984 até dezembro de 2007.
Todos os artigos obtidos na busca eletrônica tiveram seus resumos extraídos e analisados de maneira independente. Objetivando selecionar os estudos de maior evidência científica, contemplamos os ensaios clínicos randomizados controlados e não-controlados baseados em técnicas recuperativas, mais especificamente, crioterapia, contraste, massagem e recuperação ativa. Optou-se por não restringir a condição clínica da amostra de cada estudo devido ao limitado referencial bibliográfico referente ao tema proposto. Selecionaram-se, também, estudos de revisão que apresentassem como tema métodos de recuperação pós-exercício. Por fim, no total compuseram esta revisão 36 estudos referentes a ensaios clínicos randomizados, sendo 34 controlados e dois não-controlados, além de 10 artigos de revisão.
A partir da obtenção e leitura dos artigos, suas referências bibliográficas foram rastreadas à procura de outros artigos potencialmente utilizáveis. Esse trabalho repetiu-se tantas vezes quanto necessário, até haver a convicção de que nenhuma das referências obtidas continha estudos que já não tivessem sido identificados. Não houve restrição quanto à língua nesta pesquisa.
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Crioterapia
Diversos estudos utilizaram a crioterapia com o objetivo de recuperação pós-exercício(1,15-17,27). Desse modo, aparecem protocolos dos mais variados(2).
Paddon-Jones e Quigley(15) utilizaram cinco imersões em água e gelo com temperatura de 5 ± 1ºC, por 20 minutos, imediatamente após o exercício e, as seguintes, de uma em uma hora após o teste. Ohnishi et al.(6), com semelhante protocolo em relação ao tempo de exposição à técnica, utilizaram imersão, uma única vez, à temperatura de 10 ± 1ºC. Os resultados mostraram que não houve significância estatística entre os grupos experimentais e controle em ambos os estudos(6-15).
Armstrong et al.(28) utilizaram média de 16 minutos de imersão em água e gelo com temperatura entre 1ºC e 3ºC. Eston e Peters(16) e Yanagisawa et al.(8) utilizaram a mesma técnica por 15 minutos, com temperatura de 15 ± 1ºC e 5ºC, respectivamente. Para Armstrong et al.(28), a imersão foi benéfica para tirar o sujeito do estado de hipertermia, além de melhorar a sensação de recuperação pós-exercício. Eston e Peters(16) e Yanagisawa et al.(8) obtiveram como resultado diminuição da CK no terceiro e no quarto dia, respectivamente, após o esforço.
Outros autores utilizaram a técnica de imersão por tempos menores, como 12 minutos(29), 10 minutos(17), cinco minutos(30) e até um minuto(1).
Além desses métodos, Isabell et al.(31), Yackzan et al.(32) e Howatson e van Someren(33) utilizaram a massagem com gelo por 15 minutos. E obtiveram resultados satisfatórios, como melhor amplitude de movimento imediatamente pós-exercício(26), bem como diminuição de CK(33). Para Isabell et al.(31), não houve significância estatística para as variáveis estudadas.
Tais fatos estão intimamente relacionados com os efeitos fisiológicos da crioterapia, que incluem diminuição da frequência cardíaca e débito cardíaco, aumento da pressão arterial e resistência periférica. O aumento da resistência periférica é devido ao sangue ser redirecionado para a periferia, de modo a manter a temperatura corpórea. O consumo de oxigênio e o metabolismo também aumentam para auxiliar na manutenção da temperatura(2).
Além desses efeitos, é importante notar que a crioterapia reduz a permeabilidade celular de vasos sanguíneos, linfáticos e capilares devido à vasoconstrição, fazendo com que ocorra diminuição da difusão dos fluidos nos espaços intersticiais. Essa cascata de respostas é favorável à diminuição da inflamação provocada por danos teciduais, além de reduzir a dor, o edema e o espasmo muscular(1,2,16).
Ainda no âmbito fisiológico, nota-se que componentes neurais também são afetados com baixas temperaturas. O resfriamento dos tecidos diminui a transmissão nervosa, reduzindo a liberação de acetilcolina e, possivelmente, estimulando células superficiais inibitórias a aumentar o limiar de dor(2). A partir disso, Wilcock et al.(2) supõem dois efeitos para transmissão do impulso nervoso com a utilização da crioterapia: (i) reduzir o nível de percepção de dor (analgesia); e (ii) reduzir o espasmo muscular.
Pöyhönem e Avela(34) concluíram que baixas temperaturas reduzem a sensação de fadiga muscular, podendo ser esse um efeito psicológico. Outra hipótese é que a imersão pode modificar respostas em nível periférico e central; dessa forma, a redução na sensação de fadiga pode estar relacionada com diminuição da resposta neuromuscular.
Em síntese, alguns autores acreditam que, após exercício de alta intensidade de esforço, a crioterapia seja imprópria para redução de marcadores biológicos, tais quais lactato sanguíneo(8,35), CK(17,31), interleucina-6(6) e mioglobina(36), para redução de sinais e sintomas como percepção do músculo dolorido e circunferência do membro, ou, ainda, para o restabelecimento pleno de funções como amplitude de movimento e torque isométrico máximo(36). Todavia, outros estudos(8,16,22) apontam a capacidade de redução da concentração de CK e de lactato sanguíneo após esforço intenso.
A diferença entre os estudos supracitados pode ter ocorrido devido às metodologias utilizadas, que diferem em relação ao controle das variáveis. Nesse sentido, deve-se atentar à temperatura da água utilizada no experimento, modelo de esforço e tempo de exposição à técnica, para que se consiga uma comparação efetiva e possibilite levantar hipóteses mais concretas sobre as incongruências encontradas.
Contraste
Dentre as técnicas utilizadas para recuperação pós-exercício, o contraste, apesar da maneira incipiente, também tem sido estudado. Tal técnica consiste em alternar a temperatura de imersão em quente e frio ou vice-versa da estrutura a ser tratada(13,14).
Coffey et al.(18), em estudo com 14 sujeitos fisicamente ativos, concluíram que o contraste utilizado por 15 minutos demonstra melhor sensação de recuperação quando comparado com o grupo recuperação ativa, embora a remoção do lactato sanguíneo não tivesse significância estatística entre esses dois grupos.
Estudos recentes(14,37) também mostram a efetividade da técnica, ratificando a informação de que o contraste acelera a remoção de catabólitos produzidos durante alta intensidade de esforço. Além disso, descrevem o relaxamento da musculatura esquelética e melhora da percepção subjetiva de recuperação com a aplicação da técnica.
A partir dos achados, alguns autores(2,13) puderam concluir que a acelerada remoção do acido lático se deve ao efeito de vasoconstrição e vasodilatação promovido pela técnica. Além desses efeitos, Wilcock et al.(2) e Morton(14) supõem que a pressão hidrostática da água pode influir na remoção desses catabólitos. é importante ressaltar que, quanto mais rápida a eliminação do lactato sanguíneo, mais eficaz a recuperação(25).
Devido ao número reduzido de estudos, não é adequado afirmar sua efetividade como ferramenta de recuperação. Cochrane(13), em revisão, relata que a técnica em relação ao tratamento de lesões está bem fundamentada, mas quando se trata de acelerar o processo de recuperação, não se conhecem os verdadeiros efeitos fisiológicos. Portanto, faz-se necessário atentar para os aspectos metodológicos, como número de repetições (quente/frio), tempo total da técnica e variação de temperatura da água.
Massagem
Muitos profissionais ligados à área da medicina do esporte, baseados em observações e experiência prática, acreditam que a massagem pode apresentar efeitos benéficos, em se tratando de recuperação pós-exercício. Com isso, vários estudos mostram que a técnica, apesar de muito utilizada, não tem suas reais potencialidades definidas. Isso se deve à grande variedade de protocolos utilizados(24,38-40).
Tais protocolos são referentes à população de estudo, tipo, duração e pressão da técnica aplicada. Zainuddin et al.(41), em estudo com 10 sujeitos, aplicaram massagem por 10 minutos imediatamente após 60 repetições de flexão do cotovelo e observaram redução no pico da concentração de CK, quando comparada com a do grupo controle. A massagem consistiu de deslizamentos, amassamentos e fricções por todo o membro superior.
Em estudo recente, Hart et al.(10) utilizaram deslizamentos e amassamentos por cinco minutos com o objetivo de reduzir a água intramuscular e a sensação de dor após exercício excêntrico; os resultados mostraram que não há significância entre o grupo testado e controle. Em contradição, Mori et al.(42) aplicaram o mesmo tempo de massagem a fim de investigar os reais efeitos do fluxo sanguíneo na pele e no músculo, além da sensação de fadiga após exercício isométrico. Como resultado, destacaram que a circulação sanguínea aumenta na região tratada e que a sensação de fadiga muscular é menor quando comparada com a do grupo controle.
Segundo Weerapong et al.(24), a massagem alivia a dor muscular tardia, devido ao aumento do fluxo sanguíneo e do fluxo linfático, diminuindo a água intramuscular e a sensação de dor. Com isso, acelera a remoção de catabólitos, consequentemente, reduz o tempo de recuperação(39,42).
Embora alguns estudos(39,42) mostrem que a massagem aumenta o fluxo sanguíneo, Robertson et al.(40) concluíram que não há aumento da circulação na massagem por 20 minutos, pelo fato de não haver diminuição do lactato sanguíneo após alta intensidade de esforço.
Contudo, apesar de a massagem ser utilizada com o intuito de reduzir o tempo de recuperação do atleta, melhorando seu desempenho(10) e até de prevenir lesões relacionadas ao esforço(24), seus resultados ainda não são claros, devido, principalmente, à utilização de diversos protocolos. Um dos vieses para análise da resposta das técnicas e comparação entre as mesmas diz respeito à pressão exercida sobre a estrutura a ser analisada.
Além disso, as frágeis descrições dos modelos utilizados apresentam limitação importante para garantir a reprodutibilidade dos experimentos e, portanto, vários achados re lacionados a esse método de recuperação mostram-se controversos. Dessa forma, entende-se que mais estudos serão necessários, para possíveis conclusões.
Recuperação ativa
Apesar de a recuperação ativa ser a técnica mais antiga, em se tratando de recuperação pós-exercício(3), esta ainda vem sendo muito estudada.
Dupont et al.(19) utilizaram recuperação ativa com exercício a 40% do VO2máx em cicloergômetro. Diferentemente de Takahashi et al.(20), que utilizaram 20% do VO2máx também em cicloergômetro por cinco minutos. Embora ambos os estudos tivessem obtido êxito, os resultados mostraram que a recuperação ativa, quando comparada com a passiva, apresenta aumento do volume sistólico e débito cardíaco(20), melhor saturação parcial de oxigênio, aumento do tempo de exaustão e potência metabólica(19).
Para Dupont et al.(21), o ideal é que o exercício ativo esteja em 50% do VO2máx; este não deve ser realizado por tempo prolongado, pois, car-gas de maior duração não são adequadas ao objetivo de compensação e levariam à sobrecarga no sistema cardiocirculatório, bem como gasto energético e desgaste dos tecidos(12).
Em estudo com 20 sujeitos classificados como fisicamente ativos, Connolly et al.(25) utilizaram recuperação ativa por três minutos com 80rpm em cicloergômetro. Gill et al.(37) utilizaram semelhante protocolo, diferindo em relação ao tempo de exercício ativo e à população de estudo, formada por 23 jogadores de rúgbi de alto rendimento. Para Gill et al.(37), os resultados demonstraram 88,2% de recuperação, se tratando de remoção de CK. Os resultados de Connolly et al.(25) não se apresentaram muito satisfatórios, embora a concentração de lactato tenha diminuído nos primeiros momentos de recuperação ativa, esse valor foi se igualando quando comparado com o da recuperação passiva.
Provavelmente, a principal razão para diferença de resultados esteja relacionada mais com o estado de treinamento dos indivíduos do que com a diferença nos exercícios(9), ou seja, quanto mais alto for o nível de aptidão do sujeito, mais alta será a intensidade do exercício de recuperação para adequada remoção de ácido lático(3).
Como nas outras técnicas, na recuperação ativa, não se sabe claramente qual o tipo e a intensidade do exercício, bem como o tempo de exposição mais adequado para remoção ótima de catabólitos produzidos durante o esforço de alta intensidade. Alguns autores acreditam que essa intensidade deva estar entre 20 e 40% do VO2máx(18-20,22,23), outros referem 50% VO2máx(11,21). Apesar dessa considerável margem de 20-50% do VO2máx, Barnett(3) descreve que o principal fator relacionado com a prescrição de exercício ativo é a capacidade física do sujeito, ressaltando o tempo, o tipo de exercício, bem como a intensidade do mesmo para promover eficiente recuperação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista metodológico, técnicas como crioterapia, contraste e massagem necessitam de maior embasamento clínico para sua aplicabilidade. Atualmente, tais modelos de recuperação têm sido usados com frequência, mas seus resultados são questionáveis devido à escassez de informações sobre os aspectos fisiológicos envolvidos no fenômeno e à falta de padronização das rotinas para coleta de informações.
Notou-se que quaisquer modelos de recuperação podem apresentar falhas em relação ao controle das variáveis e, portanto, devem ser mais bem estudados. Tanto na crioterapia como no contraste, deve-se atentar principalmente para a temperatura. Na massagem, a pressão exercida e a técnica; já na recuperação ativa, o tipo e a intensidade de esforço.
Ressalta-se que o tempo de exposição é de fundamental importância para todos os métodos. Entretanto, diversos estudos não se propõem a identificar os reais efeitos fisiológicos promovidos pelas técnicas, utilizando-as de modo insipiente. Portanto, a inconsistência dos resultados encontrados sugere que as variáveis utilizadas como método de recuperação devem ser melhor controladas.
Ainda no âmbito do controle das variáveis, muitos estudos, examinando a eficácia das técnicas recuperativas, têm-se focado preferencialmente nas análises de lactato e CK(8,17,27,36). Embora cada técnica recuperativa demonstre efetividade em alguns estudos, outras variáveis poderiam ser melhor estudadas, como CK na isoforma MM, conforme sugere Brancaccio et al.(43), proteína C-reativa(44) e interleucina-I(45), que repercutem danos teciduais, além da variabilidade de frequência cardíaca, sendo esse um instrumento de metodologia simples e não-invasiva e que demonstra a atividade autonômica do coração(46).
Especificamente sobre as técnicas, as que parecem ter efeitos semelhantes são o contraste e a recuperação ativa, no que tange à remoção de lactato e diminuição da CK. Estudos mostram que não há diferença significante quando comparados os dois métodos, embora haja melhor percepção de recuperação quando utilizado o contraste(18,37).
Na comparação entre exercício físico e massagem, observa-se que o primeiro parece ser mais eficiente para remoção de lactato, todavia, a combinação destes métodos mostra-se adequada para manter o desempenho máximo em exercício(11).
Por fim, entende-se que os vieses descritos e a complexidade nos processos de comparação entre as diferentes técnicas, sobretudo pela incongruência nos modelos de controle de variáveis, podem estar relacionados com a distância existente entre as práticas de campo e pesquisas em laboratório. Dessa forma, com este estudo de revisão sistemática, a partir dos resultados descritos por outrem e hipóteses levantadas para explicar tais eventos, pretendeu-se contribuir, como elemento facilitador, visando nortear os cientistas do esporte a empreender investigações pertinentes à realidade do campo esportivo para o tema em questão.
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.
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Carlos Marcelo PastreI; Fábio do Nascimento BastosII; Jayme Netto JúniorII; Luiz Carlos Marques VanderleiI; Rosangela Akemi HoshiI
IPrograma de Mestrado em Fisioterapia. Faculdade de Ciências e Tecnologia FCT/Unesp. Presidente Prudente, SP
IIDepartamento de Fisioterapia. Faculdade de Ciências e Tecnologia FCT/Unesp. Presidente Prudente, SP
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