segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Estudo: musculação pode controlar o diabetes




Uma pesquisa feita na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que a prática de exercício físico de força, como a musculação, é capaz de reduzir a gordura acumulada no fígado e melhorar o controle da glicemia em indivíduos obesos e com diabetes em um curto período, mesmo antes que ocorra perda de peso significativa.

Por meio de experimentos com camundongos, cientistas do Laboratório de Biologia Molecular do Exercício (LaBMEx) da Unicamp observaram que 15 dias de treino moderado foram suficientes para modificar a expressão gênica no tecido hepático, favorecendo a "queima" dos lipídeos armazenados e contribuindo para o tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica. Como consequência, houve melhora na sinalização celular feita pela insulina no tecido e redução na síntese hepática de glicose.

Os resultados do estudo, apoiado pela Fapesp, foram publicados no Journal of Endocrinology. "Que a prática de atividade física ajuda a controlar doenças, todo mundo sabe. O que estamos investigando é por meio de quais mecanismos isso ocorre", disse Leandro Pereira de Moura, professor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp e coordenador da investigação.

Como explicou Moura, o excesso de gordura no fígado causa uma inflamação local que torna as células hepáticas menos sensíveis à ação da insulina. Esse quadro pode progredir para cirrose e falência do órgão.

"Reduzir a gordura hepática é fundamental para auxiliar o controle do diabetes. Quando a sinalização feita pela insulina fica comprometida no tecido, o fígado – que deveria produzir glicose apenas em situação de jejum – passa a liberar essa substância na corrente sanguínea mesmo após o consumo de carboidratos, quando os níveis de insulina estão altos. E isso aumenta os níveis de glicose no sangue", disse Moura à Agência Fapesp.

Musculação para camundongos

Para investigar o efeito do exercício físico de força no fígado, experimentos foram feitos com três grupos de camundongos. O grupo controle recebeu ração padrão (com 4% de gordura) e permaneceu magro e sedentário. O segundo grupo foi alimentado com dieta hiperlipídica (35% de gordura) durante 14 semanas – tempo suficiente para os animais ficarem obesos e diabéticos – e também permaneceu sedentário. Já os animais do terceiro grupo receberam a alimentação hiperlipídica e, quando já estavam obesos e diabéticos, foram submetidos a um protocolo de exercício de força moderado ao longo de 15 dias.

O treino consistia em subir uma escada com uma carga presa na cauda. Diariamente, os animais foram induzidos a fazer 20 séries, com intervalo de 90 segundos entre elas. Segundo Moura, o intuito foi mimetizar uma sessão de musculação para seres humanos.

"Antes de começar o experimento, realizamos testes para determinar a carga máxima que cada animal conseguia suportar. Depois fizemos cálculos para aplicar nas sessões de exercício apenas 70% da carga máxima. Isso porque nosso grupo já mostrou que excessos no treinamento podem contribuir de maneira significativa para a instalação da doença hepática gordurosa não alcoólica. Quando não controlado, o exercício exaustivo pode ser mais prejudicial do que benéfico", ponderou Moura.

A opção pelo protocolo de curto prazo – somente 15 dias de treino – foi para comprovar que os benefícios observados estavam diretamente ligados ao exercício físico de força. Ou seja, não eram efeitos secundários à perda de peso corporal.

De fato, os pesquisadores observaram que os camundongos do grupo treinado ainda estavam obesos no final do protocolo. Porém, apresentavam valores normais de glicemia em jejum. Já os obesos sedentários permaneceram diabéticos até o término do experimento.


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Estudo: Musculação pode prevenir câncer de intestino


Fazer exercícios aeróbicos — nadar, correr, pedalar— em intensidade moderada é uma estratégia reconhecida para diminuir o risco de câncer. Mas, conforme a ciência avança, a musculação também parece ganhar reconhecimento nessa área. A mais recente pesquisa sobre o tema mostra que levantar peso pode ajudar a evitar os tumores de cólon, uma parte do intestino.
O levantamento, feito pelo Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, avaliou mais de 200 mil aposentados do país que foram incluídos em um estudo maior, conduzido entre 1995 a 2005. Nesse período, eles responderam periodicamente a questionários com perguntas sobre dieta, saúde e estilo de vida.
Diante dessas informações, os especialistas analisaram a frequência dos dez tumores mais comuns nessa turma. E concluíram que, entre os homens que puxam ferro, o risco de manifestar câncer de cólon era quase 10% menor. Para as mulheres, a diferença não foi relevante do ponto de vista estatístico.
Treinamento de força x câncer
Os cientistas americanos destacam no artigo que há poucas evidências sobre os efeitos da musculação na prevenção dos tumores. Assim, não dá para cravar quais tumores ela protegeria e os motivos por trás disso.
No entanto, outras pesquisas exploraram esse elo. Exemplo: um estudo de 2017 da Universidade de Sidney (Austrália), feito com mais de 80 mil homens e mulheres, revelou que os praticantes de atividades de força simples, como flexões e abdominais, possuíam uma probabilidade 31% menor de morrer de câncer.
Para os autores, o achado sugere que exercícios de fortalecimento são tão importantes quanto os aeróbicos para evitar a doença.
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Existe um modelo de Plano de Aula de Educação Física ideal?





Eu já respondo logo na primeira frase do texto: não. Explicarei abaixo o porque não existe.
O plano de aula é um documento, geralmente de autoria do professor, utilizado para detalhar e orientar a prática pedagógica acerca de determinado tema ou objeto de conhecimento. Ele funciona como uma espécie de "roteiro" para as aulas, especificando recursos, conhecimentos prévios, atividades avaliativas e de fixação, competências e habilidades que deverão ser desenvolvidas pelos estudantes naquele momento.
Assim sendo, a elaboração de um plano varia de acordo com uma série de fatores que passam pelo planejamento curricular da escola, pelos hábitos e práticas do professor, pela configuração e ritmo das turmas – entre inúmeros outros.



O plano de aula é importante e necessário para:
• Sistematizar a prática pedagógica;
• Planejar e prever as situações em que se dará o processo de ensino e aprendizagem;
• Indicar as metodologias e preparar os materiais e recursos necessários;
• Organizar o cronograma das atividades que serão realizadas;
• Manter em mente os objetivos e resultados esperados dos alunos;
• Acompanhar e manter uma forma de registro da evolução da turma;
• Garantir que as práticas e o conteúdo lecionado estejam de acordo com as diretrizes nacionais e locais para a Educação Básica.

Geralmente, cada escola possui o seu template, que ajuda na elaboração dos planos de aula. Mas se você precisa construir um modelo de plano de aula do zero, procure otimizar a sua rotina produzindo um template com as informações básicas que ele deve conter para cada etapa de ensino. Dessa forma, fica mais fácil se organizar e acompanhar a evolução das turmas.


Quer ter Planos de Aulas diferenciados para a Aula de Educação Física? Vou te dar 3 dicas: 

101 Planos de Aulas para Educação Física Escolar - ANOS INICIAIS
40 Planos de aula para Educação Física Infantil
55 Planos de Aula - Educação Física - Ensino Fundamental 1º a 5º Série
 
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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Como planejar exercícios físicos para Idosos?




A prescrição de exercício físico necessita de um conjunto de conhecimentos científicos e de normas elementares, fundamentais para que se obtenha um bom resultado. Quando se pretende realizar uma prescrição a este nível, deve-se esclarecer as suas indicações/objetivos para se evitarem más orientações, que podem induzir consequências nefastas para a saúde das pessoas. Não basta indicar que se deve fazer exercício, é necessário especificar os aspectos quantitativos e qualitativos do exercício físico, como se faz com qualquer outra medicação. Considera-se, mesmo, uma verdadeira prescrição, semelhante a outras terapêuticas, com as suas indicações e efeitos secundários

Qualquer exercício físico deve ser regular, portanto deve-se praticar um exercício físico de forma contínua e sistemática. Qualquer programa de exercício físico deve permitir uma progressão lenta, com um aumento gradual da duração, da frequência e da intensidade. Cada sessão deve iniciar-se por um período de aquecimento proporcional à sua duração e terminar com um período de arrefecimento.
Um planejamento de exercícios pode incluir desde as atividades mais comuns como caminhadas orientadas, alongamentos, exercícios de força, mas também pode ser personalizado, se tornando mais eficaz para esses indivíduos que estão chegando ou chegaram à terceira idade. Assim, podemos incluir exercícios de agilidade, reação, equilíbrio, coordenação motora geral, coordenação motora fina, além de exercícios para memória.
A personalização do exercício físico engloba vários itens: sexo, idade, passado desportivo, gostos, tempo livre, horários preferenciais, grau de solicitação energética da atividade profissional e doméstica, objetivos e motivação de cada um, antecedentes pessoais, os problemas médicos atuais e a medicação habitual. Deve, ainda, ter-se em consideração as capacidades específicas de cada pessoa (resistência aeróbia, resistência anaeróbia, velocidade, força, coordenação neuromuscular e flexibilidade)
Para quem é profissional, não pode deixar de conhecer o Curso Prescrição do Exercício para Idosos baseado em Evidências Científicas. Clique aqui e saiba mais sobre como se aperfeiçoar nesse assunto! 
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Caracterização do mini-vôlei e aplicação em crianças



O voleibol exige uma vasta gama de reflexos motores e raciocínio rápido para formar uma jogada, tais como destreza, habilidade e esforço físico, já que é necessário ter velocidade e força. Tudo isso pode ser desenvolvido antes dos 14 anos, adaptando o esporte para a faixa etária a ser trabalhada.

O mini-voleibol é um método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a 14 anos, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes compostas por menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificadas, correspondentes ao estado de desenvolvimento dos jogadores

Caracterização do mini-vôlei

    Dentre os mini-jogos, o mini-vôlei ou voleibol para crianças deriva do jogo de voleibol, onde as ações complexas se reduzem a situações de jogo simplificadas, como quantidade de jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de jogo (GOTSCH, 1983). É um jogo completo, que flui livremente, exprimindo gestos naturais para crianças entre 9 a 13 anos. Além disso, é apropriado para iniciantes mais velhos que ainda não estejam preparados para o jogo normal, como tido de recreação e como treinamento para jogadores mais adiantados.

    Os requisitos de aprendizagem específicos para o mini-voleibol se adquirem mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura e condições de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as formas de jogo são modificados sob pontos de vista didáticos, para introduzir o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH, 1983).

    Em um jogo normal de vôlei (6x6), o número de vezes que a criança toca a bola durante o jogo não é suficiente para o desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida pelo mini-vôlei, no qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento (BAACK, 1972).

Fases do mini-vôlei

    O mini voleibol é dividido em 4 ou 5 fases (GOTSCH, 1983; PROJETOS, 2000), em que cada uma delas apresenta uma habilidade específica do voleibol que deve ser bem trabalhada para se passar à fase seguinte.

Base para o mini-vôlei - 1x1

    Nesta fase a criança familiariza-se com a bola, a quadra, a rede, ensinando as posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando, lançando e rolando diferentes tipos de bolas (plástico, borracha, futebol, vôlei, futebol, etc.), praticando diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação (SANTOS, 1999).

    Nesta etapa o jogo é preferencialmente 1x1. A bola deve ser apanhada e arremessada por sobre a rede. "Bola sobre a rede" é o jogo ou exercício mais importante para a introdução do voleibol. É melhor realizar estes jogos introdutórios com uma bola de basquete ou medicine ball mais leve, porque são maiores e mais pesadas do que a bola oficial (BAACKE, 1975).

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Introdução ao mini-vôlei - 2x2

    Passada a fase de domínio da bola, a criança já pode começar a preparar-se para o toque, a manchete e o saque por baixo, permitindo um jogo de voleibol simples: 2x2. O principal objetivo é atacar e lançar a bola sobre a rede (GOTSCH, 1983). São ensinados os princípios de formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento na quadra, bem como contínuo desenvolvimento de preparação física básica, através de movimentos rápidos na direção da bola, saltos e deslocamentos de diferentes formas (SANTOS, 1999).

Jogo básico de mini-vôlei - 3x3 sem regras

    O objetivo do trabalho nesta fase é a aquisição dos gestos técnicos básicos: toque, manchete, saque por baixo, ataque em toque, bem como, estimular situações que são exigidas no voleibol. Buscar a melhora da manchete para a recepção do saque e para uma possível situação de defesa. Na preparação física, introdução dos saltos com corda, velocidade de reação, agilidade e flexibilidade, para favorecer o processo de aprendizagem do ataque e do bloqueio (SANTOS, 1999). Nesta fase o jogo já pode ser 3x3, atacando e lançando a bola, mas sem se preocupar com as regras (GOTSCH, 1983), o senso de coletividade é a principal meta (PROJETOS, 2000).

Baby-voleibol - 3x3 com regras

    Nesta fase introduz-se o ataque sem salto e o ataque com salto. Ensinam-se diferentes variações de ataque e melhora de levantamento e das habilidades de defesa com queda, com contínua preparação física, com desenvolvimento da resistência (SANTOS, 1999).

    Devem-se fazer exercícios especiais para o treino da recepção, passe, ataque e saque por baixo, assim como para o descolamento e salto, receber e arremessar (BAACKE, 1975). Neste estágio, o jogo é 3x3 com a utilização das regras adaptadas ao mini-vôlei (GOTSCH, 1983).

Mini-voleibol - 4x4

    Introdução do bloqueio e da defesa, melhora dos fundamentos e habilidades técnicas e táticas. Aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações. Na preparação física, continuação da preparação física geral e o aperfeiçoamento de todas as habilidades relativas aos fundamentos (SANTOS, 1999).

    Devem-se fazer exercícios básicos de tática, como passe e primeiro ataque; passe, recuperação da bola e contra-ataque; cobertura das jogadas e dos espaços vazios; jogos-treino 4x4 em quadras de dimensões menores (BAACKE, 1975) e regras adaptadas (GOTSCH, 1983). Após esta etapa tem-se então o jogo normal 6x6.

O mini vôlei tem como principal metodologia o aprendizado, que deve se dar conforme o decorrer do jogo e as suas manifestações. Assim, o treinador observa e corrige os movimentos das crianças e explica os seus fundamentos.

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Referencias:

BAACKE, H. Mini volleyball: regras para crianças de 09 a 12 anos. In: CONFEDERAÇÃO Brasileira de Voleibol. Manual do Treinador. Brasília: Secretaria de Educação Física e Desportos; Subsecretaria de Desportos. 1975.

GOTSCH, W. Minivoleibol. Argentina: Editorial Stadium, 1983.

PROJETOS. Cursos e palestras para... 2. A experiência italiana (Gianfranco Briani). Introdução natural... a organização do mini-vôlei. Os programas podem ... Disponível em: www.urbi.com.br/users/pimentel/projeto.htm. Acesso em: 12 jul. 2000.
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Jogos e Brincadeiras no desenvolvimento infantil


A brincadeira é o exercício físico mais completo de todos e é através dela que agregamos valores e virtudes à nossa vida.

A falta de valorização do brincar contribuiu para a realidade que vivemos hoje: as brincadeiras estão entrando em extinção. Brincar, porém, é um momento "sagrado".
Brincadeiras de roda, com elástico, pião, bolinha de gude, amarelinha, siga o mestre, estátua, dança das cadeiras. Todo mundo carrega de sua infância um repertório de brincadeiras que costumava fazer em casa ou na hora do recreio. O educador tem que acessar a criança que existe nele. Essa reconexão é o primeiro movimento para olhar a brincadeira como eixo estruturante da aprendizagem, para observar e entender como as crianças pensam.

Ao instituir jogos e brincadeiras, as crianças manipulam e exploram os objetos, comunicam-se, desenvolvem suas múltiplas linguagens, organizam seus pensamentos, descobrem regras, tomam decisões, compreendem limites e desenvolvem a socialização e a integração com o grupo. E todo esse aprendizado prepara as crianças para o futuro, onde terão de enfrentar desafios semelhantes àqueles vistos nas brincadeiras.

Atividades como jogos, com recursos ou não (tabuleiro ou apenas verbalizados), porém que possuem regras podem desenvolver estes aspectos na criança, a mesma passará a conhecer limites e subordinar-se a regras. E compreenderá que ao longo de seu desenvolvimento irá se deparar constantemente com regras, aos quais deverá seguir, tanto em aspectos sociais, e em ambientes diversificados como escola, família e no trabalho. Uma vez que também o lúdico auxilia a criança no decorrer do seu desenvolvimento favorece as crianças e jovens que jogam em grupos, a aprenderem a respeitar as pessoas, a colaborarem com elas, a receberem ajuda, a tentar compreendê-las, é a função comunitária.

Podemos analisar a importância das brincadeiras e dos jogos, vale destacar também a relevância do brinquedo. Os brinquedos vão realizar sonhos, desmistificar fantasias ou simplesmente estimular a criança a brincar livremente. Pois com estes instrumentos, uma boneca pode virar uma bailarina, uma modelo, uma noiva, uma super – heroína, filinha e/ou princesa. E um carrinho pode magicamente se transformar em uma nave espacial, um avião, um monstro e entre outros. Estes instrumentos assume para a criança um significado e após a fase adulta, ao revê-los poderá recorda-se das aventuras que foram experienciadas apenas por ela e por aquele brinquedo, que levará consigo por toda a vida.

Por meio dos jogos, pode se criar uma série de situações que envolvam equilíbrio e outros desafios corporais para crianças com uso de objetos, de obstáculos e alvos. Combinados entre si, os jogos podem garantir situações significativas de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo e social da criança. Em grupo, os jogos também podem contribuir para desenvolver a solidariedade e a cooperação.
Tenha atividades para Brincadeiras escolares. Nesse guia, são 39 brincadeiras comentadas e com variações. Clique aqui!
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HIIT para portadores de diabetes




A diabetes é uma doença que se caracteriza por uma deficiência absoluta (tipo I) ou relativa (tipo II) de insulina que resulta em hiperglicemia. O mesmo diz que o tipo II ocorre mais tardiamente e está associado à obesidade. Os sintomas podem ser semelhantes às da diabetes tipo I, mas geralmente são menos acentuadas. Como resultado, a doença pode ser diagnosticada vários anos após o início, uma vez que já surgiram complicações.

O Diabetes Mellitus tipo II (DM2) é a forma presente em 90% a 95% dos casos e caracteriza-se por defeito na ação e secreção da insulina. A maioria dos pacientes com essa forma apresenta sobrepeso ou obesidade, sendo necessário o controle da composição corporal como forma de prevenção

O exercício físico adequado e nutrição fazem a aliança perfeita para prevenir o diabetes, obesidade e outras possíveis doenças. De acordo com Oliveira & Vencio (2014) no tratamento do diabetes podemos destacar que o exercício físico é um importante aliado, atuando sobre o controle glicêmico e sobre outros fatores de comorbidade, como a hipertensão e a dislipidemia, e reduzindo o risco cardiovascular. Em termos gerais, a glicemia após o período de jejum (8 horas) deve apresentar valor menor que 100mg/dl para caracterizar normalidade, maior ou igual a 126 mg/dl aponta diabetes. O teste pode ser feito por aparelhos portáteis, ou em laboratórios, ambos através do sangue. Já a obesidade pode ser verificada pelo índice de massa corporal (IMC) usando a formula IMC= massa corporal/Altura2.

O treinamento intervalado de alta intensidade ou high interval trainning (HIIT) tem ganhando grande visibilidade. Esses métodos intervalados consistem numa série de estímulos (esforços submáximos) entremeados de intervalos que propiciem uma recuperação parcial (incompleta). O HIIT envolve rajadas de atividades seguidas por um curto período de repouso ou recuperação. No contexto atual da sociedade quando o treinamento intervalado de alta intensidade é comparado ao contínuo em relação ao tempo disponível para treinamento parece ser claro que não há como não preferir o método que traz resultados com seções menores, além de outras vantagens do HIIT. Há protocolos com duração de 4 minutos, contabilizando momentos pausados e ativos, como o Tabata.

Protocolos de HIIT:

Protoloco 1 – Tabata:

8x (20seg : 10seg)
São 8 séries com 20 segundos de estímulo e 10 segundos de intervalo.

Protocolo 2 – Timmons:

3x (20seg : 2min)
São 3 séries com 20 segundos de estímulo e 2 minutos de intervalo.

Protocolo 3 – Trapp adaptado:

20x (24seg : 36seg)
São 20 séries com 24 segundos de estímulo e 46 segundos de intervalo.

Protocolo 4 – Gibala:

10x (60seg : 60seg)
São 10 séries com 60 segundos de estímulo e 60 segundos de intervalo.

Protocolo 5 – Trapp:

60x (8seg : 12seg)
São 60 séries com 8 segundos de estímulo e 12 segundos de intervalo.

Protocolo 6 – Wisloff:

4x (4min : 3min)
São 4 séries com 4 minutos de estímulo e 3 minutos de intervalo.

Portanto, o  HIIT deve ser utilizado em diabéticos tipo 2 com base na literatura atual visto que traz benefícios a pessoas com a doença. O profissional de educação física deve ter bom senso na prescrição do programa de exercícios e respeitar as individualidades. Estudos posteriores de maior duração poderão reforçar isto.

Tenho 3 dicas para você que quer trabalhar com HIIT ou saber mais sobre o assunto.
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  3. Hiit específico para MULHERES? Conheça o workshop "Emagrecimento e Estética Feminina: Aplicações do HIIT", clicando aqui!
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HIIT no Emagrecimento de Mulheres e Homens



O sobrepeso e obesidade vêm aumentando a cada década, o exercício físico juntamente com a reeducação alimentar, vem sendo utilizado como principal ferramenta para mudar a composição corporal. Uma das principais dificuldades de muitos indivíduos é a disponibilidade de tempo, dificultando a prática. E um dos métodos que vem sendo proposto e ganhando espaço pela sua eficiência na perda de gordura corporal em um período menor de estímulo que o treinamento aeróbio continuo é o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), na sigla em inglês para Higth Intensity Intermittent Training.

Boutcher (2011) diz que o aumento marcante na epinefrina e na norepinefrina durante os treinos HIIT pode ser um catalisador para melhorar a perda de gordura. Ambos estes hormônios do tipo 'correr ou lutar' (também conhecidos como adrenalina e noradrenalina) conduzem a lipólise – quebra de gordura – e são em grande parte responsáveis pela liberação da gordura das reservas de gordura subcutânea e intramuscular para uso como combustível durante o exercício.

Receptores β-adrenérgicos especializados em células de gordura são conhecidos por ativar a lipólise (Boutcher 2011). Curiosamente, receptores β-adrenérgico foram encontrados com mais frequência na gordura abdominal profunda (também chamada de gordura visceral, pois envolve os órgãos internos do corpo) do que na gordura subcutânea. Boutcher afirma que o HIIT pode assim ter o potencial de reduzir especificamente as reservas de gordura abdominal, que são identificadas como depósitos de gordura insalubres no corpo humano.

Kessler, Sisson & Short (2012) dizem que mudanças notáveis no peso corporal/percentual de gordura corporal exigem pelo menos 12 semanas de HIIT. No entanto, a avaliação dos resultados do HIIT específicos para os clientes é um pouco especulativa, pois a mudança na composição corporal das pessoas depende de um programa de gerenciamento de peso com um mix ideal de exercício, ingestão dietética e mudanças de comportamento.

Os efeitos do HIIT na gordura visceral e na perda de gordura subcutânea são encorajadores. E o impacto que o HIIT tem na redução da pressão arterial sistólica e diastólica (quando elevada) e na melhoria do colesterol HDL é promissor. A evidência foi analisada e parece que HIIT é campeão de efeitos benéficos na saúde metabólica!

Referencia:

Boutcher, S.H. 2011. High-intensity intermittent exercise and fat loss. Journal of Obesity, doi: 10.1155/2011/868305.

Kessler, H.S., Sisson, S.B., & Short, K.R. 2012. The potential for high-intensity interval training to reduce cardiometabolic disease risk. Sports Medicine, 42 (6), 489–509.

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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A Controvérsia dos Agentes Ergogênicos: Estamos Subestimando os Efeitos Naturais da Atividade Física?




O USO DOS CHAMADOS AGENTES ERGOGÊNICOS NO esporte de alto rendimento desencadeou um processo que representa atualmente uma das grandes preocupações na área das Ciências do Esporte, tanto no que diz respeito ao combate ao doping, como também no âmbito do uso indiscriminado de drogas e suplementos nutricionais com objetivos puramente estéticos.

A Medicina Esportiva estabelece um conceito para o termo "agente ergogênico" que abrange todo e qualquer mecanismo, efeito fisiológico, nutricional ou farmacológico que seja capaz de melhorar a performance nas atividades físicas esportivas, ou mesmo ocupacionais.

Dessa forma, podemos subdividir os agentes ergogênicos em 3 grupos:

a) fisiológicos; b) nutricionais; c) farmacológicos.

Os agentes ergogênicos fisiológicos incluem todo mecanismo ou adaptação fisiológica de melhorar o desempenho físico. O próprio treinamento pode ser visto como um agente ergogênico fisiológico. A adaptação crônica à altitude, ao promover um aumento de glóbulos vermelhos, atua como um agente ergogênico fisiológico na medida em que o retorno a baixas altitudes propicia uma melhora do desempenho físico aeróbio nos primeiros dias subseqüentes ao retorno, enquanto a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue permanecer aumentada.

Os agentes ergogênicos nutricionais caracterizam-se pela aplicação de estratégias e pelo consumo de nutrientes com grau de eficiência extremamente variável. Os consumidores de suplementos nutricionais geralmente utilizam estas substâncias em doses muito acima do recomendável, o que também se constitui em uma preocupação, apesar de grandes controvérsias quanto aos eventuais problemas à saúde conseqüentes ao abuso. Para se ter uma idéia do consumo de suplementos por atletas, um artigo recente (1) relatou que entre 100 atletas noruegueses de vários esportes de nível nacional, 84 usavam algum tipo de suplemento nutricional. Muitos atletas usavam vários suplementos nutricionais, a grande maioria dos quais não apresenta qualquer comprovação científica de efetividade ergogênica. Usando uma linguagem leiga, parece uma eterna busca do "espinafre do Popeye".

Apesar do uso de suplementos mostrar maior prevalência em atletas, principalmente atletas de elite, Sobal e Marquart já relatavam em trabalho publicado em 1994 (2) uma incidência de 40% de consumidores de suplementos nutricionais na população não atleta de praticantes de atividades físicas. Em levantadores de peso, Burke e Read, em 1993 (3), constataram uma incidência de consumo de 100%.

Do verdadeiro arsenal de suplementos nutricionais que encontramos no mercado, o único que tem efeito ergogênico comprovado cientificamente é a creatina (4,5), que tem se constituído no recurso interativo com o treinamento atualmente mais utilizado para aumento de massa muscular. O seu consumo nos Estados Unidos já havia ultrapassado as 300 toneladas somente em 1997. Apesar da literatura não relatar efeitos colaterais relacionados ao seu uso, as conseqüências de eventuais superdosagens ou uso por períodos de tempo extremamente prolongados ainda requer um certo cuidado. A preocupação nestes casos não está restrita ao consumo por parte de atletas. O aumento de massa muscular promovido pela suplementação de creatina constitui-se em um efeito extremamente sedutor para os que praticam exercícios com objetivos prioritariamente estéticos e que muitas vezes relegam a saúde a um plano secundário.

Os agentes ergogênicos farmacológicos constituem-se, sem dúvida, no maior problema para a saúde, a ética e a própria legislação esportiva.

O capítulo da luta contra o doping no esporte tem se constituído no lado mais tenebroso dessa área e nos leva a cada vez mais questionar, no âmbito do esporte de alto rendimento, a afirmação de que esporte é saúde. Sem sombra de dúvida, dentre os agentes ergogênicos farmacológicos os esteróides anabólicos ocupam o lugar principal. Seu potente efeito anabolizante associado à prática de exercícios com pesos, acena com a promessa do record para o atleta e do "corpo perfeito" para o "malhador" de academia. Infelizmente, cada vez mais o efeito terapêutico dos anabolizantes é desvirtuado a ponto da própria concepção leiga do seu nome ser associada à um perigo iminente, o que de fato se justifica em decorrência dos abusos cometidos e dos episódios trágicos freqüentemente relatados. Chega-se a criar até um certo terrorismo, associando o uso de qualquer suplemento nutricional como o primeiro passo para o consumo de esteróides anabólicos.

Talvez o maior problema em todo este contexto dos agentes ergogênicos seja o perigo de se minimizar os efeitos do treinamento físico. Na medida em que os atletas cada vez mais recorrem ao seu uso, o indivíduo comum parece ser levado a acreditar que exercício só tem efeito se associado a algum recurso ergogênico. A eficácia do treinamento associado a uma dieta balanceada parece cada vez ser mais questionada pela população.

Como um verdadeiro "antídoto" a esta tendência, o artigo de Brasil e cols (6), publicado nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, vem enfatizar a importância terapêutica dos efeitos de um programa de exercícios com pesos em pacientes adultos portadores da síndrome da deficiência do hormônio do crescimento, sem reposição hormonal.

A literatura descreve o aumento de massa gorda e diminuição da massa muscular com diminuição de força e maior fadiga nestes pacientes (7-9). Os benefícios da reposição hormonal são responsáveis por praticamente reverter estas alterações. Esta reversão deve-se, fundamentalmente, aos efeitos anabólicos do GH (10).

No estudo de Brasil e cols (6), 11 pacientes adultos com deficiência de GH foram submetidos a um programa de 12 semanas de exercícios com peso, sem reposição hormonal. Ao final do programa, os pacientes apresentaram redução de gordura na região do tronco, apesar do programa ter sido restritivo a exercícios de força, não visando propriamente uma redução da massa gorda, e sim uma melhora da potência muscular.

O aspecto interessante é que o programa promoveu uma melhora significativa na potência muscular, com sensível repercussão na melhora da qualidade de vida, sem promover aumento da massa muscular. Os autores atribuem este efeito às adaptações associadas a um melhor recrutamento das fibras musculares, melhor relaxamento dos músculos antagonistas aos movimentos e um ganho de propriedades contráteis das fibras, como aumento relativo nas áreas das fibras do tipo 1, menor utilização de glicogênio pela célula muscular, e aumento das enzimas do ciclo de Krebs e do número e volume de mitocôndrias.

A indicação de exercícios para estes pacientes é proposta pelos autores como uma alternativa terapêutica para a melhora da qualidade de vida quando não for possível a reposição de GH.

Já para as ciências do esporte, o artigo pode ser visto como uma evidência importante para resgatar os benefícios que os programas de exercício podem trazer e que são efetivamente os efeitos ergogênicos fisiológicos que devem ser valorizados e difundidos.



Referências

1. Rosen O, Sudgot-Borgen J, Maehlum S. Supplement use and nutritional habits in Norwegian elite athletes. Scand J Med Sci Sports 1999;9:28-35.

2. Sobal J, Marquart LF. Vitamin/mineral supplement use among athletes: a review of the literature. Int J Sport Nutr 1994;4:320-4.

3. Burke LM, Read RSD. Dietary supplements in sports. Sports Med 1993;15:43-65.

4. Maughan RJ. Creatine supplementation and exercise performance. Int J Sport Nutr 1995;5:94-101.

5. Odland LM, MacDougall JD, Tarnopolsky M, Eloraggia A, Borgman A, Atkinson S. The effect of oral Creatine supplementation on muscle [PCr] and power output during a short-term maximal cycling task. Med Sci Sports Ex 1994;26:S23.

6. Brasil RRLO, Conceição FL, Coelho CW, Rebello CV, Araújo CGS, Vaisman M. Efeitos do treinamento físico contra resistência sobre a composição corporal e a potência muscular em adultos deficientes de hormônio do crescimento. Arq Bras Endocrinol Metab 2001;45: - .

7. Cuneo R, Salomon F, Wiles C, Hesp R, Sonksen P. Growth hormone treatment in growth hormone-deficient adult. I. Effects of muscle mass and strength. J Appl Physiol 1991;70:688-94.

8. Salomon F, Cuneo R, Hesp R, Sonksen P. The effects of treatment with recombinant human growth hormone on body composition and metabolism in adults with growth hormone deficiency. N Engl J Med 1989;321:1797-803.

9. Jorgensen J, Moller J, Wolthers T, Vahl N, Juul A, Skakkebaek N, et al. Growth hormone (GH) deficiency in adults: Clinical features and effects of GH substitution. J Pediatr Endocrinol 1994;7(4):283-93.

10. Powrie J, Weissberger A. A growth hormone replacement therapy for growth hormone-deficient adults. Drugs 1995;49(5):656-63.


POR:

Turibio Leite de Barros Neto

Professor Adjunto do Departamento de
Fisiologia, Coordenador do Centro de
 Medicina da Atividade Física e do
Esporte – CEMAFE, da Universidade
 Federal de São Paulo, Escola Paulista de
 Medicina, São Paulo, SP
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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Contribuições do Pilates na prevenção e auxílio no tratamento da incontinência urinária na terceira idade


  Entenda como nosso corpo pode perder peso! | Revista Pilates 

INTRODUÇÃO

Como futuros profissionais de Educação Física, devemos levar em conta que habilitar os indivíduos significa torná-los capazes de vencer suas próprias barreiras.
Mediante tais fatos, a justificativa do tema escolhido, ou seja, "Contribuições do Pilates na prevenção e tratamento da incontinência urinária na terceira idade", se baseia no fato de tratar-se de um assunto atual, que cada vez mais tem proporcionado diversos debates dentro dos universos acadêmico e científico na busca de novos meios de proporcionar o bem-estar dos idosos que sofrem com a incontinência urinária.
Como se verá no decorrer deste trabalho, a incontinência urinária consiste na perda do controle da bexiga. Os sintomas podem variar desde uma infiltração de urina leve até a saída abundante e incontrolável da mesma. Grande parte dos problemas de controle da bexiga ocorre quando os músculos encontram-se demasiadamente enfraquecidos ou demasiadamente ativos. (RIBEIRO et al, 2016).
No que se refere ao Pilates, criado no início do século XX, pelo alemão Joseph Hubertus Pilates, esse método que leva o seu nome, trata-se de um sistema de exercícios físicos e mentais. O Pilates leva em sua base múltiplas especialidades, dentre elas, a ginástica, a traumatologia e a yoga. É uma atividade dinâmica já que une a força muscular com o controle mental, a respiração e o relaxamento. Por isso, a possibilidade de auxiliar nas questões de incontinência urinária nos idosos. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PILATES, 2016).
Levando em conta os conteúdos acima, o objetivo deste estudo é discutir a eficiência da prática do Pilates na prevenção e tratamento da incontinência urinária na terceira idade.
Todavia, devemos esclarecer que para a elaboração deste artigo optamos pela metodologia do tipo retrospectiva, com pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados matérias de cunho científico e acadêmico junto aos seguintes bancos de dados: Centro Universitário Ítalo Brasileiro, Universidade de Campinas-UNICAMP, Universidade de São Paulo-USP, LILACs; e SCIELO. A partir daí foi possível identificar aqueles que ajudariam na composição propriamente dita desta investigação.
Devemos ressaltar que este artigo encontra-se dividido em duas partes, sendo que, a primeira aborda a questão da incontinência urinária na terceira idade, suas causas e conseqüências. A segunda contempla a questão da prática do Pilates destinada a esses indivíduos da terceira idade que sofrem de incontinência urinária e seus benefícios, rumo a uma vida qualitativa e saudável.
Feito isso, espera-se ter chegado a uma conclusão bem fundamentada e mais concreta sobre a questão aqui levantada, ou seja: o Método Pilates, realmente, consegue promover o bem-estar e a qualidade de vida nos idosos que sofrem de incontinência urinária? Isso é o que iremos discutir a seguir.

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA TERCEIRA IDADE

De acordo com a International Continence Society-ICS (Sociedade Internacional de Incontinência, 2017), a incontinência urinária é um problema sanitário e social; condição médica caracterizada pela perda involuntária da urina.
A incontinência urinária (IU) é mais freqüente nas pessoas mais velhas. É resultado de múltiplos mecanismos, sendo sua incidência mais comum nas mulheres. Está associada à idade avançada, comorbidade, problemas urinários e neurológicos, bem como, às limitações funcionais. (MARTINEZ, 2017).
Apesar de a incontinência urinária não ser considerada uma doença de risco de morte, pode deteriorar significativamente a qualidade de vida das pessoas que sofrem dessa condição, bem como, diminuir a auto-estima ou, até mesmo, interferir na autonomia desses indivíduos. Segundo Ribeiro et al (2016):

As disfunções urinárias, como um todo, são de estrema relevância para a Área da Saúde por se tratarem de patologias que geram bastante constrangimento, apresentando graves complicações, sendo estas de caráter social, ocupacionais, psicológicas, físicas (de saúde), sexuais e/ou econômicas, interferindo negativamente na qualidade de vida do indivíduo. (RIBEIRO et al, 2016, p. 65).

Estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde-OMS (2016) revelaram uma predominância média de incontinência urinária, em torno de 30% a 40% em indivíduos na faixa da meia idade e cerca de 50% nos indivíduos na faixa da terceira idade. Além disso, o fato de a incidência de incontinência urinária aumentar linearmente com a idade levou a OMS (2016) a considerá-la uma das síndromes geriátricas, tanto por sua elevada predominância em adultos com mais de 65 anos, como pelo impacto negativo que ocasiona nos idosos que padecem da mesma. Ou seja, a incontinência urinária pode afetar o cotidiano ao influenciar de modo negativo: o sono; o descanso; o comportamento emocional; a interação social e as atividades de lazer dos idosos. A Sociedade Brasileira de Urologia (2017) afirma que,

Quatro em cada dez mulheres desenvolvem incontinência urinária após a menopausa. Isso ocorre porque com o avanço da idade a musculatura abdominal torna-se flácida, a uretra muda de posição e perde a capacidade de conter a urina. Acontece ainda com maior freqüência em mulheres que tiveram muitos partos normais, ou mesmo apenas um parto mal conduzido, e menos freqüentemente, mas não raro, em indivíduos jovens e crianças. O problema também afeta homens, tendo como principal causa o aumento da próstata, que leva à alteração do funcionamento da bexiga. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA, 2017, p. 1).

Dentre os fatores de risco associados à incontinência urinária na terceira idade, a International Continence Society-ICS (Sociedade Internacional de Incontinência, 2017) chama a atenção para os seguintes: a extirpação do útero; a obesidade; algumas doenças relacionadas ao sistema nervoso central e dos músculos; a demência; entre outros. Também afirma a existência de outros fatores de risco relacionados com o trabalho, como, por exemplo, aqueles que requerem grande esforço físico (esportes de impacto, entre outros).
A manutenção da incontinência urinária é um mecanismo complexo que exige a coordenação de sistemas cognitivos e neuromusculares, bem como, a aquisição de um comportamento aprendido. No processo de micção se fazem necessários o planejamento, o tempo e a seqüência, apropriados.

A bexiga funciona como reservatório para armazenamento e eliminação periódica da urina. Para que essas funções ocorram adequadamente, é necessário que a musculatura lisa vesical (detrusor) relaxe e haja aumento coordenado do tônus esfincteriano uretral durante a fase de enchimento da bexiga – e o oposto durante a micção. (GOMES; HISANO, 2010, p. 30).

Em outras palavras, a função da bexiga consiste em duas fases: enchimento e esvaziamento. Durante a etapa do enchimento, a bexiga armazena a urina até que possa ser esvaziada voluntariamente. Durante a etapa do esvaziamento, a bexiga libera o seu conteúdo por controle voluntário. Nesse contexto, transformações no armazenamento da bexiga podem causar incontinência urinária. Mudanças ocorridas na fase de esvaziamento podem causar retenção urinária parcial ou completa.
Com base em suas pesquisas FANTL (2008) observou que, geralmente, os indivíduos que sofrem de incontinência urinária não o falam aos seus médicos, ocultando o fato por motivo de vergonha, sendo que cerca de 70% dos idosos participantes que sofriam dessa condição tenderam a resistir falar sobre o assunto.
FANTL (2008) complementa seus achados ao afirmar que os indivíduos da terceira idade contam com três padrões urodinâmicos distintos, responsáveis pela disfunção das vias urinárias baixas; são estes: hiperatividade do músculo detrusor; alteração da função do músculo detrusor e a reação do músculo detrusor quanto à obstrução da saída.
De qualquer modo, o manejo da incontinência urinária deve ser enfocado na modificação dos fatores de risco, bem como, na minimização do impacto na saúde das condições de comorbidade. A prevenção se baseia na diminuição do impacto das doenças crônicas no risco relacionado à incontinência urinária, bem como, na prevenção do desenvolvimento dessa condição em si. (FANTL, 2008).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2016) a prevenção e tratamento da incontinência urinária nos idosos devem incluir mudanças de estilo de vida o que, por sua vez, requer exercícios da musculatura e aumento da resistência do sistema urinário. É exatamente aqui que entra o Método Pilates, foco deste estudo, como promotor da qualidade de vida dessa população que sofre de tal condição.

MÉTODO PILATES VERSUS INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA TERCEIRA IDADE: O que Esperar?

Como comentado anteriormente, a incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária da urina. Segundo Fantl (2008), o indivíduo que sofre com essa condição, sente uma vontade repentina de urinar, sendo incapaz de retê-la. Algumas vezes pode trazer situações embaraçosas, já que tais escapes podem se dar através de um simples espirro, risada, ou exercício de esforço físico. A incontinência urinária não é considerada como uma doença, mas uma situação que pode ocorrer quando a pressão dentro da bexiga é superior à pressão na uretra, por exemplo. Kenway (2014) esclarece que a incontinência urinária pode ocorrer quando o assoalho pélvico torna-se enfraquecido.
Sobre o assunto, o Ministério da Saúde (2017) chama a atenção ao afirmar que se por um lado, um dentre dez indivíduos na terceira idade pode sofrer de incontinência urinária; por outro a idade avançada por si só não leva à perda de urina, ou seja:

Apesar de, com o passar dos anos, o corpo sofrer uma série de modificações que favorecem o envelhecimento normal ou fisiológico, a incontinência urinária é um sintoma que revela uma patologia escondida que deve ser investigada. Não se trata de um problema normal e inevitável que não tem solução, tampouco deve se ter vergonha de pedir ajuda medica para solucionar a mesma. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, p. 1-2).

Mediante tais fatos, ao abordar os fatores de risco que poderiam resultar no surgimento de incontinência urinária, a Associação Portuguesa de Urologia (2017) aponta os seguintes, como sendo os mais comuns: (a) antecedentes (gravidez múltipla, partos traumáticos, intervenções ginecológicas, cirurgia de próstata); (b) problemas médicos (Parkinson, Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico conhecido através da sigla AVC, demência, hidrocefalia, patologia da medula espinhal, neuropatias periféricas, diabetes mal controlada, insuficiência cardíaca, artrose, osteoporose, infecções urinárias, entre outros); (c) consumo de fármacos (diuréticos, hipnóticos, antidepressivos, anti-psicóticos, analgésicos narcóticos, entre outros); (d) situação funcional (impossibilidade de movimento; necessidade de ajuda para usar o banheiro; vestir roupas inadequadas); e (e) situação social (barreiras arquitetônicas para acessar o banheiro; ausência de cuidadores suficientes).
O Ministério da Saúde (2017) também esclarece que a incontinência urinária pode ocorrer por causas transitórias que não contam com lesões orgânicas permanentes, tais como: infecção urinária; medicamentos; alterações psicológicas; entre outras.
As causas conhecidas como "estabelecidas" são aquelas caracterizadas por alterações estruturais, tais como: incontinência urinária de urgência, mais comum nos idosos, que consiste numa necessidade urgente de urinar; ou seja, não dá tempo suficiente para que a pessoa chegue ao banheiro para urinar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
Nesse caso, "a repentina vontade de urinar é produzida por uma hiper-excitabilidade da musculatura da bexiga, que provoca contrações involuntárias do músculo detrusor durante a fase de enchimento". (ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE UROLOGIA, 2017, p. 1).
A incontinência urinária de esforço, também conhecida como incontinência urinária de estresse, se dá através do escape da urina no momento em que se produz uma pressão forte na cavidade abdominal como, por exemplo, ao espirrar, ao tossir, ao rir, ao levantar um peso, entre outros.
Segundo o Centro Sano Pilates (2017), a incontinência urinária de esforço é mais freqüente nas mulheres, sendo pouco habitual nos homens.
Outros fatores que podem desencadear a incontinência urinária é a menopausa (por conta da transformação hormonal que produz); uma modificação da posição normal do útero (prolapso) ou um aumento de seu volume; a obesidade; problemas renais, entre outros. (ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE UROLOGIA, 2017)
Outro tipo comum que pode ocorrer nos indivíduos da terceira idade é a incontinência urinária por transbordamento que se dá através da perda involuntária da urina em uma bexiga distendida e cheia. Nesse caso, a perda involuntária da urina se produz devido ao fluxo da urina que sofre alguma obstrução, sendo que mesmo havendo o enchimento da bexiga, esta não se esvazia com normalidade o que, por sua vez, resulta em transbordamento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
Dentre as causas principais de incontinência urinária por transbordamento encontram-se certas doenças neurológicas: como conseqüência de determinados problemas do sistema nervoso, dentre eles: doenças neurológicas que danificam o cérebro; a medula espinhal ou os nervos que desempenham uma função importante no mecanismo da micção. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
A Sociedade Brasileira de Urologia (2017) esclarece que, graças às diferentes opções terapêuticas existentes, e isso inclui o Método Pilates, hoje em dia, é possível solucionar a incontinência urinária em quase 30% a 40% dos casos, diminuindo a severidade dos sintomas em 40% a 50% dos casos.
Mediante tais fatos, é importante ressaltar que uma pesquisa feita no ano de 2015, pelo Centro Sane Pilates de Madrid, em mulheres da terceira idade que sofriam com incontinência urinária, revelou que o Método Pilates pode ser um grande aliado no combate dessa condição.
A Associação Brasileira de Pilates (2016) indica que o Método Pilates se fundamenta em seis princípios que podem auxiliar na prevenção e tratamento da incontinência urinária, são estes: (a) centralização, (b) concentração; (c) controle; (d) fluidez; (e) precisão e; (f) respiração.
Também esclarece que o Método Pilates foi desenvolvido com base na filosofia, a qual seu criador denominou "centro de energia", sendo ali o local aonde se concentra (centraliza) toda a energia necessária para que o indivíduo possa realizar seus exercícios. Em outras palavras, os exercícios Pilates devem começar a partir dos músculos abdominais, lombares, entre outros, que, por sua vez, segundo seu idealizador constituem o centro da energia ou poder. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PILATES, 2016).
Izakowitz (2010) lembra que a concentração é outro princípio de fundamental importância para o Pilates, já que é através dela que o indivíduo terá a possibilidade de conectar corpo e mente. Assim sendo, no decorrer da realização dos exercícios faz-se imprescindível se concentrar na área do corpo que se estiver trabalhando como, por exemplo, o assoalho pélvico, no caso da incontinência urinária, de modo que seja possível sentir a atividade que está sendo desenvolvida de forma plena e, assim, atingir os resultados esperados.
Todavia, deve-se ressaltar que o Método Pilates também se articula em torno do controle muscular, não havendo necessidade de movimentos bruscos ou irregulares que possam resultar em lesões. E isso requer controle mental. (IZAKOWITZ, 2010).
No que se refere à precisão, a Associação Brasileira de Pilates (2016) aponta que está é fundamental na realização dos movimentos. Também esclarece que a mesma deriva do controle exigido para realizá-los. Ou seja, o fato de cada movimento feito no Pilates ter um propósito, faz com que a precisão seja vital para a correta execução dos exercícios.
Mas não é somente isso, Izakowitz (2010) revela que os exercícios do Pilates devem ser feitos com fluidez, ou seja, deve ter um equilíbrio, não devendo ser muito lentos ou muito rápidos, lembrando que o Pilates não conta com movimentos independentes ou estáticos, mas movimentos que seguem a fluidez natural do corpo humano.
A respiração correta também é de suma importância para o Pilates, tanto é que faz parte integral de cada exercício, sendo sempre coordenada com o movimento. Segundo a Associação Brasileira de Pilates (2016), uma das finalidades principais do Pilates é limpar a corrente sanguínea através da oxigenação, bem como, aumentar a eficácia da assimilação do oxigênio e da capacidade respiratória, sendo que para isso faz-se necessário respirar corretamente e manter um ritmo de inspirações e expirações adequado durante a realização dos exercícios, pois só assim será possível revitalizar todo o sistema.
Pilates e Miller (2009) chamam a atenção ao indicar que juntamente com os princípios anteriormente citados, existem outros que também são fundamentais para a correta realização do Método Pilates, já que ajudam a maximizar seus benefícios: (a) imaginação; (b) intuição; (c) integração; e (d) flexibilidade.
Durante a realização dos exercícios podem ser utilizadas metáforas visuais para estimular o movimento físico através da imaginação; também é importante escutar o corpo e seguir a própria intuição natural. (PILATES; MILLER, 2009).
Ainda, para poder realizar os exercícios da forma correta há necessidade de levar em conta o corpo em sua integridade, de modo que a cada exercício seja colocada em prática a totalidade da massa muscular do corpo, indo da cabeça aos pés. (PILATES; MILLER, 2009).
Todos os exercícios do Pilates foram criados com o objetivo de flexibilizar e tonificar os músculos, e assim, proporcionar uma sensação de bem-estar, bem como facilitar atividades diárias, tais como, caminhar, sentar, se agachar, correr, entre outras. (PILATES; MILLER, 2009).
Sobre o assunto Martins (2013) ressalta que, dentre todos os princípios criados, ao desenvolver o seu Método, Joseph Pilates enfatizou o conceito de contrologia, que de acordo com o referido autor consiste no:

[...] controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta coordenação do corpo, da mente e do espírito. Por meio dela é possível desenvolver o corpo uniformemente, corrigir a má postura, restaurar a vitalidade física, revigorar a mente e elevar o espírito. A contrologia proporciona flexibilidade, graça natural, habilidades e força muscular, que são refletidas no desenvolvimento uniforme de todo o corpo, na medida em que adquirirmos boa forma física. (MARTINS, 2013, p. 4).

Levando em conta o acima exposto, ao conduzir, durante seis meses, testes com mulheres que sofriam de incontinência urinária de urgência, Moreira et al (2002) concluíram que aquelas que haviam realizado exercícios Pilates do assoalho pélvico mostraram melhoria bem significativa, em relação àquelas que não estavam praticando qualquer atividade física.
De acordo com Berlezi, et al (2009), os exercícios do assoalho pélvico são um dos principais tratamentos para a incontinência de esforço feminino sendo muito eficazes na prestação de alívio dos sintomas. O sucesso com exercícios Pilates no assoalho pélvico tem sido muito significativo em casos com incontinência de esforço leve a moderada chegando a alcançar a casa dos 80%.
Ao avaliar a eficácia do Pilates sobre os músculos do assoalho pélvico Culligan et al (2009) afirmou que tal modalidade terapêutica é realmente eficiente, podendo auxiliar mulheres que experimentam fraqueza muscular pélvica.
A fim de realizar seus estudos, o Centro Sano Pilates (2015) contou com dois grupos: um grupo constituído por 45 mulheres na terceira idade, praticantes do Pilates, 1 vez por semana, num período de 3 anos; o outro, constituído por 45 mulheres, também na terceira idade, que jamais tinham feito quaisquer tipos de exercícios Pilates.
Os resultados manifestaram significativa diferença quanto à presença de incontinência urinária entre os referidos grupos, sendo que enquanto que as 45 mulheres do Grupo 1, que tinham o hábito de praticar o Pilates diminuíram a incidência de incontinência urinária em 76%; as 45 mulheres do Grupo 2 que jamais haviam praticado o Pilates aumentaram em 52% a incidência de incontinência urinária.
De acordo com Silva et al (2011, p. 10), "ao se estudar o Método Pilates e toda sua aplicabilidade, observou-se que sua prática tem sido eficaz para o fortalecimento de todos os músculos do corpo, inclusive dos músculos abdominais, assim como do assoalho pélvico".
Todavia, pesquisas realizadas por Andreazza e Serra (2007) com 12 mulheres demonstraram que o Método Pilates promove um fortalecimento eficiente da musculatura do períneo, o que por sua vez, ajuda a prevenir o surgimento de disfunções no trato do sistema urinário.

Percebe-se que o Método Pilates é o que mais influencia a força do assoalho pélvico, podendo ser usado como forma de prevenção, ou seja, o Método Pilates pode ser utilizado para o fortalecimento da musculatura perineal como forma de prevenção para o aparecimento de disfunções dessa musculatura. (ANDREAZZA; SERRA, 2007, p. 15).

Outro estudo realizado por Borges, Santos e Silva (2005), com mulheres idosas, entre 74 e 77 anos, que sofriam com incontinência urinária, revelaram contribuições positivas do Método Pilates na diminuição de perda urinária e aumento da força muscular do períneo, após três meses de prática.
Caetano et al (2007) afirmam que a existência de inúmeros benefícios decorrentes do exercício regular para o corpo de maneira geral é fato. E advertem:

[...] as mulheres com incontinência urinária não devem ser aconselhadas a evitar atividades físicas por causa da incontinência. Os profissionais que trabalham com atividades físicas, aulas de ginástica e esportes devem ser preparados e informados a respeito da incontinência urinária e suas conseqüências, para poderem, assim, oferecer orientações e ajuda às mulheres de todas as idades que praticam exercícios e esportes, através de estratégias não invasivas, como os exercícios para o fortalecimento do períneo (Pilates). (CAETANO ET AL, 2007, p. 273).

Dentre as técnicas existentes para prevenir ou tratar a incontinência urinária, a Sociedade Brasileira de Urologia (2017) afirma que o Método Pilates, é aquele que tem tido maior destaque:

[...] sendo considerado um dos mais importantes, visto que seus principais objetivos são ganho de coordenação, força, flexibilidade, equilíbrio e resistência. [...] a ativação permanente do "centro do poder" que inclui a musculatura do assoalho pélvico, estimula esta, atuando de forma positiva, não somente no tratamento da incontinência urinária, quando já instalada, mas também como técnica preventiva da incontinência urinária. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA, 2017, p. 6).

Carrollton (2017) concorda com o acima mencionado, na medida em que afirma que o exercício é essencial para manter a força e a flexibilidade no assoalho pélvico. É também uma parte importante do tratamento e gestão de distúrbios do assoalho pélvico, usado para fortalecer os músculos para melhorar o apoio pélvico sendo, o Pilates particularmente útil para estes fins, uma vez que ensina técnicas para aumentar a força, coordenação, flexibilidade e postura, fatores esses que contribuem para a saúde pélvica (SILVA et al, 2011).
Além disso, o treinamento de força é abordado de forma equilibrada em Pilates, de modo que todos os músculos que contribuem para o apoio pélvico são envolvidos e fortalecidos. Ou seja, o Pilates fornece exercícios que se completam no sentido de manter a força e a estabilidade pélvicas. (CARROLLTON, 2017).
Após mais de uma década de estudos e experiência própria na instrução do Pilates aos seus clientes Northrup (2012) descobriu que uma das maneiras mais bem sucedidas para prevenir e tratar da incontinência urinária é o exercício dos músculos do assoalho pélvico, como por exemplo, através do uso de uma bola pequena. Isso porque, como qualquer outro músculo do corpo, o músculo do assoalho pélvico também requer treinamento, sendo o Método Pilates um dos mais indicados, pois ajuda a prevenir e tratar da incontinência de esforço, por exemplo, que consiste na incapacidade de controlar os movimentos do intestino, da bexiga ou ambos quando esses músculos são colocados sob tensão, na forma de tossir, espirrar, correr, pular, e assim por diante; além de prevenir o prolapso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Consideramos através de pesquisas que o método Pilates pode contribuir e auxilia na prevenção da incontinência urinaria.
O Método Pilates conta com mais de 500 exercícios que ajudam a contrair os músculos pélvicos, e, posteriormente, os músculos abdominais;
Ainda, no que se refere à questão da incontinência urinária, a prática dos exercícios Pilates promovem o tônus muscular do assoalho pélvico, ao mesmo tempo em que fortalecem e tonificam o corpo, sem elevar o volume muscular.
A incontinência urinaria é uma patologia que, com certeza, poderá fazer parte da vida de alguns indivíduos, principalmente aqueles que se encontram na faixa da chamada "terceira idade". Assim sendo, é indispensável conhecer as opções terapêuticas existentes que poderão auxiliar essas pessoas a ter uma vida plena e isso não diz respeito apenas às medicações ou cirurgias, mas outros tipos de terapias alternativas e eficientes como, por exemplo, o Método Pilates.
Seus exercícios ajudam a oxigenar os músculos de modo que ensinam as pessoas a se conscientizarem de seu próprio corpo. Ajudam a controlar os músculos. Trata-se de uma prática que relaxa e fortalece o corpo e a mente que pode ser de grande auxilio para prevenção da incontinência urinária, principalmente na terceira idade, mas como tudo aquilo que tem relação com a saúde, o Pilates deve ser considerado como um método que requer seriedade, profissionalismo e compromisso do paciente, pois só assim bons resultados poderão ser alcançados.

REFERÊNCIAS

ANDREAZZA, E. I.; SERRA, E. A influência do Método Pilates no fortalecimento do assoalho pélvico. Cascavel: Faculdade Assis Gurgacz, 2007.

BERLEZI, E. V. [et al] Incontinência urinária em mulheres no período pós-menopausa: um problema de saúde públicaRevista Brasileira de Geriatria e Gerontologia 2009; 12(2):159-73.

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UROLOGIA, Sociedade Brasileira de. Disponível em: <http://portaldaurologia.org.br > Acesso em: 01 de maio de 2017.
POR:
Arturo Lamadrid Dreger
Evangevaldo de Lima Santos
Fabiana Gomes
José Sérgio
Renata Gomes Galdino
Espero que você tenha gostado desse texto.

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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A Ginástica Laboral nas Empresas


A necessidade da prática de exercícios físicos no local de trabalho aumentou consideravelmente. Visto que, o número de funcionários com Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (L.E.R./D.O.R.T.) é grande. Assim, este estudo aborda a cinesioterapia laboral nas empresas utilizando um método de prevenção de DORT.

Novos processos de produção trouxeram mudanças consideráveis no ambiente de trabalho. Mais recentemente, a Era da Informática acentuou estas mudanças e catalisou suas conseqüências. Os "Tempos Modernos" impuseram uma nova rotina aos operários, que geralmente têm uma vida sedentária, passando muitas horas na mesma posição e quase sempre repetindo movimentos milhares de vezes por dia.(LIMA,2003;OLIVEIRA,2008).

Estudos dizem que cerca de quatromilhões de brasileiros são submetidos atratamento em razão de dores provocadas pela postura incorreta e pela pressão diáriade situações competitivas no trabalho. Assim, houve anecessidade da criação de atividades que atuem direta e especificamente na prevenção de doençasnos sistemas muscular e nervoso dos trabalhadores. A crescente preocupação dasempresas com a saúde e desempenho de seus funcionários faz da Ginástica Laboral uma ótima oportunidade de trabalho para Profissionais de Fisioterapia e Educação Física.(OLIVEIRA,2006)
A Ginástica Laboral é praticada comintervalos de cinco a dez minutos diários. Tendo como objetivo proporcionar ao funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional através de exercícios de alongamento, de prevenção delesões ocupacionais e dinâmicas de recreação. O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente de trabalho e de cada funcionário em particular,respeitando a realidade da empresa e as condições disponíveis.(OLIVEIRA,2007)
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo, através de uma revisão bibliográfica, considerando como fonte de dados bibliotecas eletrônicas como: Scielo, livros, revistas, monografiastrazendo o que é mais atual e abrangente  sobre cinesiologia laboral nas empresas

RESULTADOS E DISCUSSÃO


Doença Osteomuscular relacionada ao trabalho

Estas são doenças ocupacionais relacionadas a lesões por traumas cumulativos. É o resultado de uma descompensação entre a capacidade de movimento da musculatura e a execução de movimento rápido e constante (OLIVEIRA, 2006)
O termo Lesões por Esforços Repetitivos (LER), adotado no Brasil, está sendo, aos poucos, substituído por Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Essa denominação destaca o termo distúrbio ao invés de lesões, o que corresponde ao que se percebe na prática: ocorrem distúrbios em uma primeira fase precoce, tais como fadiga, peso nos membros e dor, aparecendo, em uma fase mais adiantada, as lesões (RAGASSON et al., 2005).

Ergonomia

Estuda os aspectos do trabalho e sua relação com o conforto e bem-estar do trabalhador. Esta mais ligada às posturas, movimentos e ritmo determinados pela atividade e conteúdo dessa atividade, nos seus aspectos físicos e mentais. A ergonomia intervém analisando o trabalho, as posturas adotadas pelo trabalhador, sua movimentação e seu ritmo que de modo geral são determinados por outros fatores organizacionais.(FIGUEIREDO,2005; MARTINS,2005)
O principal objetivo da ergonomia é dar condições de trabalho onde haja maior conforto e bem-estar do operador a partir da análise da atividade. As melhorias ergonômicas se referem a vários aspectos do trabalho, tais como: cadeiras, mesas, bancadas, e ainda, o planejamento e localização de dispositivos; a quantidade, qualidade e localização da iluminação; indicações sobre melhorias na organização da atividade, incluindo o planejamento de novos dispositivos de trabalho ou modificação nos existentes e alteração doritmo e seqüenciamento de várias tarefas desempenhadas pelo operador.( MENDES,2004; NAHAS,2006)
Os principais fatores determinantes da Dort – (Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho)
1. Postura:
Postura fixa é um fator de risco principalmente em trabalhos sedentários. No entanto em trabalhos mais dinâmicos, com posturas extremas de tronco como, por exemplo, abaixar-se e virar-se de lado também foiidentificado como fator de risco.(MACIEL,2005)
As más posturas de extremidades superiores também se constituem como fatores de risco, tais como: desvios dos punhos, braços tensionados e elevação do ombro.Todos esses desvios são influenciados por uma série de fatores ocupacionais e individuais, incluindo característica do posto de trabalho, Ex: altura da mesa, da cadeira, formato da cadeira e seu encosto, etc.(op.cit)
2 . Movimento e força:
Estes dois fatores estão correlacionados ao aparecimento da Dort – (Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho) nas mãos e punhos.  A combinação de forças elevadas e alta repetitividade aumentam a magnitude da lesão mais do que qualquer uma delas isoladamente.Movimentos repetidos podem danificar diretamente os tendões através do freqüente alongamento e flexão dos músculos.(op.cit)
A força exercida durante a realização dos movimentos é outro determinante das lesões, como por exemplo, no levantamento, carregamento e utilização de ferramentas pesadas; a força necessária para cortar objetos muito duros, a utilização de parafusadoras e furadeiras
3. Conteúdo de trabalho e fatores psicológicos:
A relação entre trabalho e a saúde é afetada pela organização do trabalho e fatores psicológicos relacionados ao trabalho, podendo contribuir para o aparecimento de disfunções músculo-esqueléticas. Passou-se a estabelecer a relação entre trabalho, stress e o sistema músculo-esquelético..(op.cit)
4- Características individuais:
O tipo de musculatura e características individuais parecem manter uma relação com a incidência dos problemas. Nesse sentido, as mulheres parecem ser mais suscetíveis que os homens. A distribuição de tarefas por sexo e conseqüentementena carga do trabalho determinam o aparecimento de problemas e estão ligados as características individuais..(op.cit)
Benefícios da Ginastica Laboral
O programa de Ginástica Laboral (GL) tem como objetivo prevenir a LER/DORT, além de interferir positivamente no relacionamento interpessoal, aliviando as dores corporais proporcionando benefícios tanto para o trabalhador quanto para a empresa apresentando resultados mais rápidos e diretos na saúde dos trabalhadores (OLIVEIRA, 2006).
A Ginástica Laboral promove adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas, sua prática é exercida no ambiente de trabalho através de exercícios dirigidos e adequados para cada setor ou departamento da empresa. No momento em que a musculatura está sendo exercitada, há um aumento da temperatura corporal, tecidual e da circulação sanguínea provocados por adaptações fisiológicas. As adaptações físicas proporcionam melhoria na flexibilidade, mobilidade e postura do trabalhador. As psicológicas envolvem mudança de rotina favorecendo o relacionamento patrão/empregado e a integração entre pessoas que circulam pelo ambiente. O programa de Ginástica Laboral através da comunicação ativa expressada pelo corpo e pela cooperação nas atividades exercidas em duplas ou em grupos proporciona um convívio social diário, estabelecendo um encontro marcado com a saúde uma vez que integra as pessoas, e o espírito de equipe passa a prevalecer de forma que possam se conhecer melhor. Quando estes se exercitam em grupos trabalhando o espírito de equipe, proporciona além de uma melhor qualidade na produtividade, um crescimento pessoal do funcionário, essa mudança de rotina na empresa melhora consequentemente a saúde mental dos mesmos (ALMEIDA,2009;CADERNO,2006)
Comportamentos Relacionados á saúde e a Ginástica Laboral
Considerando oscomportamentos relacionados à saúde verifica-sea importância dasmortes prematuras e das morbidades, associadas ao modo como as pessoas vivem desta forma,  justifica-se o fornecimento de elementos para a efetivação de estratégias que auxiliem as pessoas a adotarem comportamentos considerados mais positivos do ponto de vista da saúde. (NAHAS,2006;FARINATTI,2006)
Ao se comparar as prevalências dos indicadores de homens e mulheres, constata-se que os homens participam menos da Ginastica Laboral, tem consumo insuficiente de frutas e verduras superior às mulheres, e ainda, consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Contudo, as mulheres apresentam maior percepção negativa de estresseEssas diferenças de comportamento entre os gêneros foram observadas tanto a nível regional como federal. Desta forma, o governo federal criou uma política nacional de atenção primária ao homem objetivando a melhora do autocuidado e conscientização desta população do direito a saúde pública, incluindo também a tentativa de aumentar a adesão dos homens ao diferentes estratégias de prevenção de doenças(MONTEIRO,2009,SESI,2009,SOARES,2006)
Comparando a prevalência dos indicadores segundo participação na Ginástica Laboral, verifica-se diferença significativa nas variáveis: Inatividade física no lazer e no consumo abusivo de álcool. Entreos  gênero, poucas diferenças são encontradas na prevalência dos indicadores entre mulheres participantes e não participantes da ginástica Laboral  (GUIMARÃES,1998,MONTEIRO,2009;FERREIRA,2006; TIRLONI,2009)
Em contra partida,entre os homens, importantes diferençassão evidenciadas. O consumo insuficiente de frutas e verduras é mais prevalente entre os trabalhadores participantes da Ginástica Laboral. Isso reforça a ideia de que a Ginástica Laboral precisa se preocupar, também, com outros comportamentos relacionados àsaúdenãosó com a atividade física. De Acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de frutas e verduras e um importante fator preventivo de doençascrônicasnãotransmissíveis (DCNT) (MONTEIRO,2009;SESI,2009;WORLD,2002;WORLD,2010)
DISCUSSÃO
Evidências demonstram a importância da Ginástica Laboral na prevenção de doenças ocupacionais, tais como LER/DORT, na redução dos acidentes de trabalho e das faltas, bem como no aumento da produtividade, na diminuição dos gastos com assistência médica e, consequentemente, em um maior retorno financeiro para as empresas (JIMENES, 2002; FERREIRA, 1998; RevConfef, 2007).
Há um grande número de trabalhadores portadores de LER/DORT e os empresários ainda investem pouco em prevenção. A Ginástica Laboral pode ser considerada uma alternativa para o problema, pois é considerado um exercício físico eficaz para prevenir doenças relacionadasao trabalho e, assim, melhorar a qualidade de vida do trabalhador. É interessante, entretanto, notar que a ginástica, por si só, não terá resultados significativos, se não houver uma elaborada política de benefícios sociais,além de estudos ergonômicos, da colaboração dos gerentes, dos técnicos de segurança do trabalho, dos médicos ocupacionais e dos profissionais de recursos humanos.(FACHINETO,2007)
Com relação aos resultados positivos da Ginástica Laboral, apresentados pelos diferentes autores, destacam-se o alívio das dores corporais, a diminuição dos casos de LER/DORT, o aumento da produtividade e um maior retorno financeiro para as empresas (MARTINS,2005; JIMENES, 2002; OLIVEIRA, 2006; RevConfef, 2007; RevBrasCineantropom Desempenho Hum 2010;RevBrasEduc Fís Esporte,2013 )
Fica evidente, portanto, que a Ginástica Laboral é eficiente na prevenção das doenças ocupacionais, na melhoria da qualidade de vida do trabalhador e na diminuição do absenteísmo(ROSÁRIO,2004,Rev.Bras.deSaúde Ocupacional,2006.)
CONCLUSÃO
A relevância da Ginástica Laboral no ambiente de trabalho, estána prevenção de  alguns distúrbios osteomusculares como a LER/DORT, e ainda, é uma proposta interessante, pois  produz efeitos positivos no combate ao sedentarismo e suas conseqüências, conscientizando os trabalhadores sobre a importância da movimentação natural do corpo, conservação da postura e sua saúde, tão fundamentais para o desempenho profissional e a harmonização no ambiente de trabalho, além de ser um fator satisfatório para a maioria das empresas que através da Ginástica Laboral investe na melhoria da imagem da instituição junto aos empregados e a sociedade, contribuindo para a manutenção do bem estar físico mental e social de seus colaboradores gerando assim um aumento de produtividade.
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Acessado em 7/9/13    
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Espero que você tenha gostado desse texto.

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