quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Caracterização do mini-vôlei e aplicação em crianças



O voleibol exige uma vasta gama de reflexos motores e raciocínio rápido para formar uma jogada, tais como destreza, habilidade e esforço físico, já que é necessário ter velocidade e força. Tudo isso pode ser desenvolvido antes dos 14 anos, adaptando o esporte para a faixa etária a ser trabalhada.

O mini-voleibol é um método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a 14 anos, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes compostas por menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificadas, correspondentes ao estado de desenvolvimento dos jogadores

Caracterização do mini-vôlei

    Dentre os mini-jogos, o mini-vôlei ou voleibol para crianças deriva do jogo de voleibol, onde as ações complexas se reduzem a situações de jogo simplificadas, como quantidade de jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de jogo (GOTSCH, 1983). É um jogo completo, que flui livremente, exprimindo gestos naturais para crianças entre 9 a 13 anos. Além disso, é apropriado para iniciantes mais velhos que ainda não estejam preparados para o jogo normal, como tido de recreação e como treinamento para jogadores mais adiantados.

    Os requisitos de aprendizagem específicos para o mini-voleibol se adquirem mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura e condições de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as formas de jogo são modificados sob pontos de vista didáticos, para introduzir o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH, 1983).

    Em um jogo normal de vôlei (6x6), o número de vezes que a criança toca a bola durante o jogo não é suficiente para o desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida pelo mini-vôlei, no qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento (BAACK, 1972).

Fases do mini-vôlei

    O mini voleibol é dividido em 4 ou 5 fases (GOTSCH, 1983; PROJETOS, 2000), em que cada uma delas apresenta uma habilidade específica do voleibol que deve ser bem trabalhada para se passar à fase seguinte.

Base para o mini-vôlei - 1x1

    Nesta fase a criança familiariza-se com a bola, a quadra, a rede, ensinando as posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando, lançando e rolando diferentes tipos de bolas (plástico, borracha, futebol, vôlei, futebol, etc.), praticando diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação (SANTOS, 1999).

    Nesta etapa o jogo é preferencialmente 1x1. A bola deve ser apanhada e arremessada por sobre a rede. "Bola sobre a rede" é o jogo ou exercício mais importante para a introdução do voleibol. É melhor realizar estes jogos introdutórios com uma bola de basquete ou medicine ball mais leve, porque são maiores e mais pesadas do que a bola oficial (BAACKE, 1975).

Quer atividades para suas aulas de Voleibol? Conheça o TOP 100 Voleibol, com atividades para todos os fundamentos. Clique aqui!

Introdução ao mini-vôlei - 2x2

    Passada a fase de domínio da bola, a criança já pode começar a preparar-se para o toque, a manchete e o saque por baixo, permitindo um jogo de voleibol simples: 2x2. O principal objetivo é atacar e lançar a bola sobre a rede (GOTSCH, 1983). São ensinados os princípios de formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento na quadra, bem como contínuo desenvolvimento de preparação física básica, através de movimentos rápidos na direção da bola, saltos e deslocamentos de diferentes formas (SANTOS, 1999).

Jogo básico de mini-vôlei - 3x3 sem regras

    O objetivo do trabalho nesta fase é a aquisição dos gestos técnicos básicos: toque, manchete, saque por baixo, ataque em toque, bem como, estimular situações que são exigidas no voleibol. Buscar a melhora da manchete para a recepção do saque e para uma possível situação de defesa. Na preparação física, introdução dos saltos com corda, velocidade de reação, agilidade e flexibilidade, para favorecer o processo de aprendizagem do ataque e do bloqueio (SANTOS, 1999). Nesta fase o jogo já pode ser 3x3, atacando e lançando a bola, mas sem se preocupar com as regras (GOTSCH, 1983), o senso de coletividade é a principal meta (PROJETOS, 2000).

Baby-voleibol - 3x3 com regras

    Nesta fase introduz-se o ataque sem salto e o ataque com salto. Ensinam-se diferentes variações de ataque e melhora de levantamento e das habilidades de defesa com queda, com contínua preparação física, com desenvolvimento da resistência (SANTOS, 1999).

    Devem-se fazer exercícios especiais para o treino da recepção, passe, ataque e saque por baixo, assim como para o descolamento e salto, receber e arremessar (BAACKE, 1975). Neste estágio, o jogo é 3x3 com a utilização das regras adaptadas ao mini-vôlei (GOTSCH, 1983).

Mini-voleibol - 4x4

    Introdução do bloqueio e da defesa, melhora dos fundamentos e habilidades técnicas e táticas. Aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações. Na preparação física, continuação da preparação física geral e o aperfeiçoamento de todas as habilidades relativas aos fundamentos (SANTOS, 1999).

    Devem-se fazer exercícios básicos de tática, como passe e primeiro ataque; passe, recuperação da bola e contra-ataque; cobertura das jogadas e dos espaços vazios; jogos-treino 4x4 em quadras de dimensões menores (BAACKE, 1975) e regras adaptadas (GOTSCH, 1983). Após esta etapa tem-se então o jogo normal 6x6.

O mini vôlei tem como principal metodologia o aprendizado, que deve se dar conforme o decorrer do jogo e as suas manifestações. Assim, o treinador observa e corrige os movimentos das crianças e explica os seus fundamentos.

Quer atividades para suas aulas de Voleibol? Conheça o TOP 100 Voleibol, com atividades para todos os fundamentos. Clique aqui!

Referencias:

BAACKE, H. Mini volleyball: regras para crianças de 09 a 12 anos. In: CONFEDERAÇÃO Brasileira de Voleibol. Manual do Treinador. Brasília: Secretaria de Educação Física e Desportos; Subsecretaria de Desportos. 1975.

GOTSCH, W. Minivoleibol. Argentina: Editorial Stadium, 1983.

PROJETOS. Cursos e palestras para... 2. A experiência italiana (Gianfranco Briani). Introdução natural... a organização do mini-vôlei. Os programas podem ... Disponível em: www.urbi.com.br/users/pimentel/projeto.htm. Acesso em: 12 jul. 2000.
Espero que você tenha gostado desse texto.

Conheça os Manuais para Professor de Educação Física
Tenha Exercícios em Vídeos para Aulas de Educação Física
Trabalhe com Educação Física
Segue no Instagram!
Receba nossos links no Telegram e no Whatsapp .

Nenhum comentário

Postar um comentário