O Documento da Organização Mundial de Saúde em conjunto com a Federação Internacional de Medicina do Esporte (WHO/FIMS, 1995), aponta que o estilo de vida sedentário, em que não se pratica ao menos 30 minutos de exercício físico por dia, é o principal fator predisponente para prejuízos à saúde. Tal afirmação é corroborada por achados mais recentes, indicando que este cenário se mantém ainda nos dias atuais (Müller-Riemenschneider, Reinhold e Willich, 2009).
Estudos epidemiológicos mostraram que o baixo nível de condicionamento físico contribui para o aparecimento prematuro de doenças cardiovasculares e sua progressão, e está associado a um risco dobrado de morte precoce (Blair et al., 1995; Vanhees et al., 2005).
A redução da atividade física frequentemente é estimulada pela tecnologia e por incentivos econômicos. Visto que a maioria das ocupações sedentárias é mais bem remunerada do que as dependentes de maior esforço físico, e que os constantes avanços tecnológicos reduzem o gasto energético para atividades cotidianas, a inatividade física continua sendo premente questão de saúde pública (Blair, 2009; Haskell et al., 2007).
Com base no efeito negativo que a baixa aptidão física exerce na saúde, o aprimoramento das variáveis da aptidão física relacionadas à saúde é de suma importância para a prevenção de doenças crônicas e para a manutenção e melhora da qualidade de vida (Häkkinen et al., 2010; Sloan et al., 2009).
Nesse cenário, destaca-se a importância da Fisiologia do Exercício na formação dos profissionais da saúde e do esporte, que são os responsáveis por orientar e supervisionar a população perante a prática correta do exercício físico, seja este com objetivo preventivo, de alto rendimento ou reabilitatório.
A Fisiologia do Exercício é o ramo que estuda as respostas e adaptações frente ao exercício físico, sendo respostas os ajustes imediatos e de curto prazo perante a prática de determinada atividade e adaptações as mudanças crônicas decorrentes de exercício específico.
Nas suas mais amplas aplicações, o exercício físico é responsável pela prevenção de doenças, manutenção do bom estado de saúde e, acima de tudo, da melhor qualidade de vida, sem contar o aprimoramento do desempenho desportivo, quando isto for almejado. E o mais importante, de maneira relativamente fácil e muitas vezes de baixo custo, acessível a todos, sem fazer uso de medicação nem procedimentos cirúrgicos e afins.
Entretanto, apesar de ser esperado/necessário que estes profissionais da saúde e do esporte saiam da graduação aptos a atuar na avaliação física e prescrição de exercícios físicos para as mais diversas populações, e sob as mais diferentes situações, não é isso que se observa em geral, pois nem todas as instituições de ensino superior ligadas à área das ciências biológicas e da saúde possuem em seu currículo uma disciplina como a fisiologia do exercício e, as que possuem, geralmente oferecem baixa carga horária.
Assim, é imprescindível a esses profissionais se especializarem em cursos de pós graduação na área, para a adequada atuação no campo da prevenção e tratamento de lesões, nutrição esportiva, treinamento desportivo, reabilitação cardiopulmonar e metabólica, avaliação física e áreas afins.
Autor(a): Juliano Schwartz
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