quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pessoas devem passar por avaliação antes de se exercitar


Praticar atividades físicas regularmente ajuda a prevenir ou melhorar doenças como hipertenção, diabetes, osteoporose, cardíacas, entre outras. Só que a atividade escolhida deve considerar o estado de saúde da pessoa. E essa avaliação deve ser feita com o médico especialista.

Uma pessoa com osteoporose, por exemplo, deve dar preferência para exercícios capazes de fortalecer os ossos e a circulação, como a musculação. A quantidade e o tempo dedicado à atividade escolhida também deverá ser definido por profissionais, após conhecer a realidade de cada pessoa.

Uma pessoa saudável deve se exercitar-se durante pelo menos 1 hora durante cinco dias da semana, intercalando exercícios de força (musculação) com aeróbios.

O ideal é monitorar sempre a frequência cardíaca mínima, que deve ser atingida durante os exercícios, e a frequência cardíaca máxima que não deve ser ultrapassada. Já quem tem algum problema de saúde deve obedecer à orientação médica para cada caso específico.


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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Influência da prática da atividade física no resultado da cirurgia de revascularização miocárdica



A atividade física é um fator importante na prevenção primária e secundária, bem como no tratamento das várias doenças cardiovasculares [1]. A inatividade física tem sido considerada um fator de risco importante das doenças cardiovasculares [2]. Estudos têm demonstrado que pacientes com doenças cardíacas, que participam de programas de treinamento físico regular, e que recebem orientação sobre controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, apresentam menor número de eventos pós-operatórios e de reinternações hospitalares, além de redução da mortalidade [3,4].

Na década de 40, surgiram os primeiros questionamentos sobre a conduta então preconizada do repouso prolongado no leito no manejo de pacientes portadores de doenças cardiovasculares. Juntamente com os resultados obtidos das pesquisas sobre os benefícios da atividade física para o sistema cardiovascular, houve uma mudança em relação à atividade física no tratamento dos pacientes cardiopatas [5].

Morris et al., em 1953, efetuaram um dos primeiros estudos comparando a prevalência da doença arterial coronariana (DAC) entre pessoas ativas e sedentárias. Verificaram a mortalidade cardiovascular entre cobradores e motoristas de ônibus. Concluíram que os cobradores ativos apresentavam uma ocorrência 30% mais baixa de todas as manifestações associadas à coronariopatia, uma taxa 50% inferior de infarto agudo do miocárdio e mortalidade por todas as causas inferior à metade da freqüência encontrada entre os motoristas. Entre os aspectos sugeridos pelo estudo, parece não ser necessário que os exercícios sejam praticados em grande intensidade ou quantidade excessiva para obter-se algum grau de proteção contra a DAC. Verificaram, ainda, que proteção adquirida por um estilo de vida ativo parece ser transitória, a menos que a atividade seja mantida por toda a vida [1,5].

Kellerman criou, em 1962, em Washington, o primeiro programa de exercícios físicos direcionados a pacientes infartados e de cirurgia valvar, com duração de 16 semanas. Este estudo tornou-se um marco inicial para criação de programas de reabilitação cardíaca [5].

Em 1986, Shephard realizou uma revisão abrangente destes estudos observacionais envolvendo atividade física e doenças cardiovasculares. A grande maioria deles revelou uma menor taxa de DAC e mortalidade por todas as causas, específica para idade nos grupos mais ativos. Na maioria dos casos, registrou-se um risco duas a três vezes maior associado a um estilo de vida sedentário. Esses achados foram atualizados pela revisão de Powell et al., em 1987, apoiando a inferência de que a atividade física é inversa e casualmente relacionada à incidência de doença coronariana [1].

Nas últimas décadas, a atividade física tem sido incorporada como uma conduta terapêutica no tratamento do paciente portador de cardiopatia, associado ao tratamento medicamentoso e às modificações de hábitos alimentares e comportamentais [4,6]. Em recente meta-análise, foi confirmado o efeito benéfico da reabilitação cardíaca independente do diagnóstico da doença arterial coronariana, do tipo de reabilitação e da dose de intervenção do exercício. Foi ainda evidenciado que programas baseados no treinamento físico reduzem a mortalidade cardíaca e por todas as causas, apesar de não ter sido completamente elucidado o mecanismo preciso pelo qual a terapia com exercício melhora o índice de morbidade e mortalidade em pacientes com doenças cardiovasculares [3,4,6].

Uma vez que a atividade física apresenta tantos benefícios em relação à saúde, é razoável supor que ela também possa se constituir num fator de proteção para pacientes candidatos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) e não apenas como reabilitação após o procedimento cirúrgico. Este estudo objetiva avaliar a influência da prática da atividade física no prognóstico de pacientes submetidos à CRM e a modificação do hábito da freqüência da prática da atividade física dos pacientes submetidos à CRM.


MÉTODO

Desenho do estudo


Em uma série de casos, todos os pacientes submetidos à CRM, num hospital de referência cardiológica, no período de agosto a setembro de 2005, que tinham condições de responder ao questionário estruturado foram convidados a ingressar no estudo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética de pesquisa do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia e foi obtido Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de todos os pacientes.

Características da amostra

Os pacientes foram contatados, por telefone, um ano após a CRM. Aqueles que concordaram em participar do estudo responderam a um questionário estruturado sobre características demográficas, hábitos em relação à prática de atividade física nos períodos pré e pós-operatório e ocorrências médicas no período pós-operatório. Informações adicionais sobre tipo de cirurgia, tempo de internação hospitalar e a evolução após a cirurgia foram também obtidas pela revisão do prontuário dos pacientes.

Variáveis de estudo

As variáveis antropométricas consideradas foram: sexo, idade e índice de massa corporal. O grau de escolaridade dos pacientes foi caracterizado como fundamental, médio, superior e não alfabetizado. Tempo de internação hospitalar, ocorrências e tipos de complicações no pós-operatório e reinternações por problemas cardiovasculares, ou outras causas, e reoperações cardíacas ou realização de angioplastia coronariana transluminal percutânea foram registradas.

A atividade física foi avaliada por meio de um questionário recordatório dos 12 meses anteriores à cirurgia [7], o nível de prática foi classificado pelo gasto energético em equivalente metabólico (MET), conforme modelo proposto por Pate et al. [8]:

Grupo 1 (sedentários): Aqueles que não praticavam atividade física ou praticavam atividade física leve < 3 METs;

Grupo 2 (atividade moderada): Aqueles que praticavam atividade física por um tempo < 30 minutos, com freqüência de duas vezes por semana com gasto energético de 3 a 6 METs;

Grupo 3 (fisicamente ativos): Aqueles que praticavam atividade física por um tempo maior do que 30 minutos, com freqüência de três vezes por semana > 6 METs.

Análise estatística

Para avaliação das possíveis relações entre as variáveis de estudo, os grupos foram dicotomizados quanto à atividade física: sedentários (grupo 1) e ativos (grupos 2 e 3). Os dados foram analisados usando o program estatístico Statistical Package For Social Sciences (SPSS), versão 13.0. As variáveis contínuas foram submetidas ao teste de Kolmogorov-Smirnov para análise de normalidade, a fim de definir a utilização de teste paramétrico ou não-paramétrico. Para todos os testes, o nível de significância considerado foi de 0,05.


RESULTADOS

Sessenta e três pacientes foram submetidos a CRM, dos quais oito foram a óbito no período pós-operatório de um ano. As características dos 55 pacientes, que consentiram em participar do estudo, distribuídas pela freqüência da prática da atividade física são apresentadas na Tabela 1. Quanto ao nível de escolaridade, 27 (49%) tinham ensino fundamental, 19 (35%) médio, cinco (9%) ensino superior e quatro (7%) não eram alfabetizados. Cinqüenta (91%) pacientes foram submetidos a CRM isolada e cinco (9%) tiveram outro procedimento associado, como plastia ou prótese valvar.




As complicações observadas no pós-operatório foram fibrilação atrial, reinternação por qualquer causa, nova CRM ou realização de angioplastia coronariana transluminal percutânea, infarto do miocárdio ou outra. Elas ocorreram em 25/55 (45%) dos pacientes operados. As complicações ocorreram em oito (31%) e 17 (59%) dos pacientes que praticavam atividade física e naqueles que eram sedentários no pré-operatório, respectivamente (p= 0,04).

Os tempos médios de internação hospitalar foram de 15 ± 8 dias, nos pacientes que não praticavam atividade física, e 12 ± 5 dias, nos que praticavam atividade física antes do evento cirúrgico. As medianas dos tempos de internação hospitalar diferiram nos dois grupos, mostrando uma vantagem em favor do grupo de pacientes ativos (p < 0,03) - Figura 1.


Fig. 1 - Tempo de internação em dias, após cirurgia de revascularização miocárdica, conforme prática de atividade física anterior ao procedimento cirúrgico. O tempo médio de internação foi de 15 ± 8 dias, no grupo de pacientes que não praticava atividade física e de 12 ± 5 dias, no grupo que praticava atividade física antes do evento cirúrgico. Houve diferença significativa (p<0,03) entre os grupos. A figura 1 apresenta a mediana do tempo de internação hospitalar no grupo que não praticava atividade física e no grupo que praticava atividade física, respectivamente 9 dias (8 - 15) e 12 dias (9 - 19).



Os pacientes submetidos a CRM apresentaram uma modificação favorável do hábito da prática da atividade física no pós-operatório. Após um ano da cirurgia, 33 (60%) pacientes eram ativos, comparando favoravelmente aos 25 (45%) pacientes no pré-operatório. Quatorze (47%) dos pacientes sedentários passaram a ser ativo (p = 0,03). A caminhada foi a atividade física mais praticada, sendo esta realizada de 5 a 7 dias por semana, por 30 minutos ou mais, referida por 17 (68%) no pré-operatório e 27 (87,9%) no pós-operatório.


DISCUSSÃO

Esse estudo mostrou um benefício da prática da atividade física pré-operatória, nos pacientes submetidos à CRM, influenciando favoravelmente o prognóstico cirúrgico. Concomitantemente, observou-se um efeito positivo da cirurgia cardíaca na promoção de hábitos de vida saudáveis em relação à prática da atividade física que passou a ser realizada mais freqüentemente depois da cirurgia.

O melhor desempenho do grupo de pacientes ativos no pós-operatório de CRM foi caracterizado por um período de internação mais curto e menor número de complicações pós-operatórias. A atividade física limitada antes da cirurgia, muitas vezes imposta pela limitação dos sintomas das doenças, e depois da cirurgia, pelas limitações do estado pós-operatório, favorecem a ocorrência de complicações pulmonares e tromboembólicas [9]. Evidências de alterações fisiológicas positivas promovidas pela prática de atividade física, nos pacientes portadores de doença arterial coronariana, podem também participar favoravelmente na recuperação dos pacientes no pós-operatório de CRM.

A atividade física aumenta a capacidade funcional e reduz a demanda de oxigênio pelo miocárdio, diminui a pressão sistólica e diastólica, altera favoravelmente o metabolismo de lipídios e carboidratos [10,11]. Aumenta a performance física, o limiar da angina em pacientes com DAC sintomáticos e melhora a perfusão miocárdica [12]. Na reabilitação cardíaca de pacientes com DAC, a melhora da perfusão miocárdica tem sido atribuída pela mediação do treinamento com exercício físico na correção da disfunção endotelial coronária. A atividade física regular restaura o balanço entre a produção e inativação do óxido nítrico (ON) por espécie de oxigênio reativo na DAC, melhorando assim a capacidade vasodilatadora em diferentes leitos vasculares.

A disfunção endotelial tem sido identificada como um preditor de eventos cardiovasculares, sendo que a reversão parcial da mesma pode ser o mecanismo mais provável responsável pelo treinamento físico reduzir a morbi-mortalidade em pacientes com DAC [13]. Recentemente, o impacto do treinamento com exercício na vasomoção coronariana foi avaliada, prospectivamente, em pacientes com DAC. Estes pacientes foram randomizados e indicados para treinamento com bicicleta ergométrica ou para o grupo controle inativo. Os pacientes de ambos os grupos foram caracterizados pelo grau similar de disfunção endotelial. A velocidade média do fluxo sangüíneo foi determinada usando um Doppler, o diâmetro do vaso foi analisado por angiografia coronária quantitativa.

Os dados obtidos mostraram que quatro semanas de treinamento reverteram parcialmente a disfunção endotelial no conduto de vasos coronários de humanos com DAC. A força de relação entre a mudança no pico da velocidade média do fluxo sangüíneo e a duração diária de treinamento sugeriu que a melhora da função endotelial está estreitamente ligada à energia empregada durante a atividade física [14]. Vários autores têm demonstrado não apenas mudanças específicas nos sistemas musculares, cardiovasculares e neuro-humoral que levam a uma melhora na capacidade funcional, mas também, uma redução na resposta isquêmica para uma proporção de trabalho submáximo após exercício [15]. Ornish et al. [16] avaliaram o efeito de mudanças no estilo de vida que incluíam três horas de treinamento físico por semana em um determinado grau de estenose das artérias coronárias. A intervenção multifatorial induziu regressão da estenose coronariana de 3,1%, que foi acompanhada por uma redução de eventos cardiovasculares. Em contraste, a estenose coronariana dos pacientes do grupo controle, que receberam cuidados usuais, mostrou uma progressão de 11,8%. Em outro estudo, envolvendo 113 indivíduos com DAC, que foram randomizados e indicados para intervenção bifatorial consistindo de dieta de baixa caloria e treinamento com exercício e um grupo controle, Schuler et al. [17] mostraram que o programa proposto, efetivamente, preveniu a progressão da arterosclerose coronariana, enquanto que, no grupo controle, foi verificada perda de lúmen de 0,13mm na região-alvo após um ano de seguimento.

A atividade física tem sido implicada, também, na redução de custos do procedimento cirúrgico. Estudos têm demonstrado redução média de 40% dos custos com internação em grupos que realizam intervenções como programas de educação para mudanças nos hábitos de vida e suporte social pré-operatórias, e a diferença de dias de internação é, em média, dois dias a menos no grupo ativo [18-20]. Foi ainda observada redução do risco de reinternação no grupo de pacientes ativos [10,11].

A influência favorável da cirurgia em promover o aumento da atividade física nos pacientes operados, observado nesse trabalho, foi um achado esperado, tendo em vista que no manejo dos pacientes pós-operados em nosso hospital tem sido recomendada, sistematicamente, de forma verbal e escrita, uma rotina de prática de atividade física regular diária de pelo menos 30 minutos. Essa recomendação está de acordo com diretrizes atuais que preconizam a realização de atividades moderadas (3-6 METs), por pelo menos 30 minutos, todos os dias [21,22].

Entretanto, apesar das nossas recomendações, também é sabido que a mudança de hábitos de vida é difícil, permanecendo um grande desafio [23]. Portanto, outros fatores motivadores podem ter participado. A conscientização dos pacientes em relação ao estado de doença e perspectivas de tratamento, promovidas no tratamento hospitalar, podem ter participado. Em contraponto, uma das razões para a não participação em programas formais de reabilitação ou de orientação para mudanças no estilo de vida é que, após receber tratamento cirúrgico e farmacológico, alguns pacientes sentem-se relativamente bem, e podem não perceber a necessidade de alterar seu habitual estilo de vida [24]. Essa influência favorável da cirurgia na promoção da atividade física também foi observada em outro trabalho que mostrou um aumento de 16% para 47% da prática da atividade física regular após CRM [3].


CONCLUSÃO

A prática de atividade física na fase pré-operatória da cirurgia de revascularização miocárdica influencia, favoravelmente, o prognóstico dos pacientes operados, diminuindo o tempo de internação e complicações no período de um ano. Concomitantemente, a experiência cirúrgica promove uma mudança no hábito de vida dos pacientes, aumentando a freqüência da prática da atividade física.


REFERÊNCIAS

1. Polock MJ, Wilmark JH. Exercícios na saúde e na doença. 2ª ed. Rio de Janeiro:Medsi;1993.

2. Diário Oficial da União. Portaria nº 1893 de 15/10/2001. Criação do programa de prevenção com atividade física. Brasília;2001.

3. Charlson ME, Isom OW. Care after coronary-artery bypass surgery. N Engl Med. 2003;348(15):1456-63

4. Hedbäck B, Perk J, Hörnblad M, Ohlsson U. Cardiac rehabilitation after coronary artery bypass surgery: 10-years results on mortality, morbidity and readmissions to hospital. J Cardiovasc Risk. 2001;8(3):153-8. [MedLine]

5. Silva E, Catai AM. Fisioterapia cardiovascular na fase tardiafase III da reabilitação cardiovascular. In: Regenga MM, ed. Fisioterapia em cardiologia: da UTI à reabilitação. 1ª ed. São Paulo:Roca;2000. p.261-310.

6. Taylor RS, Brown A, Ebrahim S, Jolliffe J, Noorani H, Rees K, et al. Exercise-based rehabilitation for patients with coronary heart disease: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med. 2004;116(10):682-92. [MedLine]

7. Taylor HL, Jacobs DR, Schucker JK, Leon AS, Debacker G. A questionnaire for the assessment of leisure time physical activities. J Chron Dis. 1978; 31:741-55.

8. Pate RR, Pratt M, Blair SN, Haskell WL, Macera CA, Bouchard C, et al. Physical activity and public health: a recommendation from the Center for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA. 1995;273(5):402-7.

9. Skinner JS. Prova de esforço e prescrição de exercício para casos específicos: bases teóricas e aplicações clínicas. Rio de Janeiro:Revinter;1991.

10. Paffenbarger RS Jr, Hyde RT, Wing AL, Lee IM, Jung DL, Kampert JB. The association of changes in physical-activity level and other lifestyle characteristics with mortality among men. N Engl J Med. 1993;328(8):538-45. [MedLine]

11. Balady GJ, Fletcher BJ, Froelicher ES. Cardiac rehabilitation programs. A statement for healthcare professional from the American Heart Association. Circulation. 1990;82:1602-10.

12. Gielen S, Schuler G, Hambrecht R. Exercise training in coronary artery disease and coronary vasomotion. Circulation. 2001;103( 1):e1-e6. [MedLine]

13. Linke A, Erbs S, Hambrecht R. Exercise and coronary circulation: alterations and adaptations in coronary artery disease. Prog Cardiovasc Dis. 2006;48(4):270-84. [MedLine]

14. Hambrecht R, Wolf A, Gielen S, Linke A, Hofer J, Erbs S, et al. Effect of exercise on coronary endothelial function in patients with coronary artery disease. N Engl J Med. 2000;342(7):454-60. [MedLine]

15. Belardinelli R, Paolini I, Cianci G, Piva R, Georgiou D, Purcaro A. Exercise training intervention after coronary angioplasty: the ETICA trial. J Am Coll Cardiol. 2001;37(7):1891-900. [MedLine]

16. Ornish D, Brown SE, Scherwitz LW, Billings JH, Armstrong WT, Ports TA, et al. Can lifestyle changes reverse coronary heart disease? The Lifestyle Heart Trial. Lancet. 1990;336(8708):129-33. [MedLine]

17. Schuler G, Hambrecht R, Schlierf G, Niebauer J, Hauer K, Neumann J, et al. Regular physical exercise and low-fat diet: effects on progression of coronary artery disease. Circulation. 1992;86(1):1-11. [MedLine]

18. Dietl CA, Berkheimer MD, Woods EL, Gilbert CL, Pharr WF, Benoit CH. Efficacy and cost-effectiveness of preoperative IABP in patients with ejection fraction of 0.25 or less. Ann Thorac Surg. 1996;62(2):401-9.

19. Vanhees L, Schepers D, Fagard R. Comparison of maximum versus submaximum exercise testing in providing prognostic information after acute myocardial infarction and/or coronary artery bypass grafting. Am J Cardiol. 1997;80(3):257-62. [MedLine]

20. Moller AM, Pedersen T, Villlebro N, Norgaard P. Impact of lifestyle on perioperative smoking cessation and postoperative complication rate. Prev Med. 2003;36(6):704-9. [MedLine]

21. Bock BC, Carmona-Barros RE, Esler JL, Tilkemeier PL. Program participation and physical activity maintenance after cardiac rehabilitation. Behav Modif. 2003;27(1):37-53. [MedLine]

22. Goldstein LB, Adams R, Becker K, Furberg CD, Gorelick PB, Hademenos G, et al. Primary prevention of ischemic stroke: a statement for healthcare professionals from the Stroke Council of the American Heart Association. Circulation. 2001;103(1):163-82. [MedLine]

23. Condon C, McCarthy G. Lifestyle changes following acute myocardial infarction: patients perspectives. Eur J Cardiovasc Nurs. 2005;5(1):37-44. [MedLine]

24. Aldana SG, Whitmer WR, Greenlaw R, Avins AL, Salberg A, Barnhurst M, et al. Cardiovascular risk reductions associated with aggressive lifestyle modification and cardiac rehabilitation. Heart Lung. 2003;32(6):374-82. [MedLine]

Rosane Maria NeryI; Juarez Neuhaus BarbisanII; Mahmud Ismail MahmudIII

1. Mestre em Ciências da Saúde - cardiologia. Professora de Educação Física. 2. Doutor em Medicina, Cardiologista. Responsável pelo Setor de Tilt Test do IC/FUC-RS. 3. Mestre em Epidemiologia. Fisioterapeuta.

Trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, RS.

Endereço para correspondência:
Rosane Maria Nery. Av. Princesa Isabel, 370 - Santana -Porto Alegre, RS - CEP: 90620-001 Tel.: 51-32192802 - Ramal 22,23,24.
E-mail: pesquisa@cardiologia.org.br/editoração-pc@cardiologia.org.br
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Profissão de Educação Física e sua atuação

É a promoção da saúde e da capacidade física por meio da prática de exercícios e atividades corporais. O bacharel ou licenciado em Educação Física organiza, executa e supervisiona programas de atividades físicas para pessoas ou grupos. Prepara crianças e adultos para as inúmeras modalidades de esporte. Auxilia no tratamento de portadores de deficiência, aplicando exercícios especiais.

Pode trabalhar com grupos, em escolas, clubes e academias de ginástica, ou prestar atendimento individual, como personal trainer. É possível, ainda, atuar sozinho ou participar de equipes multiprofissionais com médicos, psicólogos e fonoaudiólogos.

Para exercer a profissão é obrigatório o registro no respectivo conselho (Confef/Crefs). Para lecionar é necessário o diploma de licenciatura. Além de trabalhar na sala de aula, o licenciado elabora e analisa materiais didáticos como livros, textos, vídeos e ambientes virtuais de aprendizagem.

Condicionamento físico

Auxiliar na realização de exercícios individuais como personal trainer e também em clubes, academias de ginástica ou empresas para melhorar as condições de saúde das pessoas.

Ensino

Dar aulas nos ensinos fundamental e Médio.

Grupos especiais

Instruir e acompanhar idosos, gestantes, adultos e crianças deficientes, cardíacos e doentes em atividades físicas que beneficiem a saúde.

Performance

Orientar indivíduos e equipes nos processos de treinamento e competição nas modalidades esportivas competitivas olímpicas e não olímpicas.

Recreação

Entreter hóspedes, associados e turistas em hotéis, spas, clubes, condomínios e navios.

Terceiro setor

Gerenciar, implementar e desenvolver projetos sociais de inclusão esportiva.

Turismo ecológico

Coordenar atividades ao ar livre, como montanhismo e exploração de cavernas.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Seu corpo fica mais inteligente com o treinamento funcional


Mulher alongando e praticando Yoga

Praticantes do treinamento funcional podem trazer para o seu cotidiano as atividades exercidas, a fim de evitar problemas causados pela má postura

 Assim como aconteceu com o Pilates e a Yoga, em pouco tempo o treinamento funcional conquistou muitos adeptos pelo país com seus movimentos próximos daqueles que costumamos usar no dia a dia e focados em ações fundamentais, como empurrar, puxar, agachar, girar, entre outros.

A ideia desse método, criado pelo americano Gray Cook, é que os movimentos realizados pelo corpo sejam corretos, evitando o desequilíbrio e a redução de agilidade. Dessa forma os praticantes do treinamento funcional podem trazer para o seu cotidiano as atividades exercidas, a fim de evitar problemas causados pela má postura. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 85% da população mundial sofre de dores na coluna devido à postura inadequada, problemas congênitos, artrose ou osteoporose. Além da correção postural e a tonificação muscular, o treinamento funcional implica numa maior complexidade do movimento, fazendo com que o organismo gaste mais energia.

Indicado para todas as pessoas, esse método abrange desde a regeneração até o desenvolvimento atlético, que colaboram para aumentar a eficiência na hora de realizar as tarefas. "O treinamento funcional desenvolve os músculos não somente para torná-los mais fortes, mas também mais eficientes", explica Renata Mello, coordenadora de atividade física do Centro de Bem-Estar e Fisioterapia Levitas.

Segundo a profissional, em cada tarefa e exercício executado trabalham-se simultaneamente diferentes grupos musculares, o que torna o nosso corpo "inteligente", já que ele repassa o resultado obtido no treino para qualquer atividade do nosso dia a dia.

O treinamento funcional também é responsável por outras contribuições, "Os movimentos estimulam a sinergia entre os músculos, que por ativar o sistema nervoso central, queimam mais calorias e aumentam a coordenação motora e a agilidade", afirma Renata. A profissional acrescenta, "além do treinamento de força e potência, os exercícios funcionais aprimoram de forma conjunta a velocidade e flexibilidade". A coordenadora ainda lembra que todos os exercícios realizados pelo treinamento funcional recrutam a musculatura estabilizadora do tronco, a região central do corpo, tornando o abdômen muito mais forte e definido.

De acordo com Renata, treinando regularmente de 3 a 4 vezes por semana é possível obter um resultado significativo em um mês, "Além de o treino ser dinâmico e divertido", finaliza.

Fonte: Revista Exame

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A aprendizagem da Educação Física Escolar

Boas memórias da aula de educação física diminuem o risco de sedentarismo |  Veja Saúde


A Educação Física, apresenta como característica própria da área a possibilidade da construção de conhecimentos sobre a cultura corporal, envolvendo movimentos, gestos e expressões, extrapolando qualquer recurso calcado apenas na palavra do professor, levando o aluno à prática, o que é certamente, o meio que no nosso entender mais se aproxima do ideal. MATTOS (p.17.2000)

No entanto, há determinadas considerações que evidenciam que o ensino não pode estar limitado a um padrão de intervenção homogêneo e idêntico para todos os alunos. A prática educativa é bastante complexa, pois o contexto de aula traz questões de ordem afetiva, emocional,cognitiva, física e de relação pessoal. A dinâmica dos acontecimentos de uma aula é tal que, mesmo planejada, detalhada e consistente, dificilmente ocorre conforme o imaginado.Olhar, tom de voz, manifestação de afeto ou desafeto e diversas variáveis interferem diretamente na dinâmica anteriormente prevista.

A ênfase na autonomia condiciona a opção por uma proposta de trabalho que considere a atividade do aluno na construção de seus próprios conhecimentos, valorize as suas experiências, seus conhecimentos prévios e a interação professor-aluno e aluno-aluno, buscando essencialmente a passagem progressiva de situações dirigidas por outrem a situações dirigidas pelo próprio Aluno.

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A aprendizagem de determinados procedimentos e atitudes é essencial na construção da autonomia intelectual e moral. Planejar a realização de uma tarefa, identificar formas de resolver um problema, saber formular boas perguntas e respostas, levantar hipóteses e buscar meios de verificá-las, validar raciocínios, saber resolver conflitos e cuidar da própria saúde, dentre outras situações,são procedimentos e atitudes que compõem a aprendizagem escolar, ou seja,o professor pode criar situações que auxiliem os alunos a se tornarem protagonistas da própria aprendizagem.

Podemos instigar a curiosidade e o espírito de pesquisador de nossos alunos, em momentos do cotidiano da sala de aula, não respondendo de pronto as suas indagações e sim os incentivando a buscar as respostas com outros professores, livros,arquivos,retornando o debate e esclarecimentos no encontro seguinte. Dessa forma o aluno constrói seu conhecimento partindo de várias referências e não de uma referência única e inquestionável: O professor.

A resposta pronta, embora"mais fácil" naquele momento, impede o processo de aprendizagem individual do aluno, encontrando, exclusivamente no professor, as soluções para as suas dúvidas.Neste caso, o aluno não aprende a aprender, é um elemento passivo da aprendizagem. O professor por outro lado, responderá a mesma questão diversas vezes, fato que se repetirá infinitamente ao longo do período letivo. O posicionamento de estímulo à pesquisa individual proporcionará a adoção de uma postura de sujeito da aprendizagem, contribuindo, sobremaneira,na formação de educandos.

O desenvolvimento de um comportamento autônomo depende de suportes materiais,intelectuais e emocionais. Para a conquista da autonomia é preciso considerar tanto o trabalho individual quanto o coletivo- cooperativo. O individual é potencializado pelas exigências feitas aos alunos no sentido de se responsabilizarem por suas tarefas, pela organização e pelo envolvimento com o tema de estudo.

A importância do trabalho em grupo está em valorizar a interação aluno-aluno e professor –aluno como fonte de desenvolvimento social,pessoal e intelectual.Situações de grupo,exigem dos alunos a consideração das diferenças individuais,respeito a si e aos outros e trazem contribuições e cumprimento das regras estabelecidas.Essas são atitudes que propiciam a realização de tarefas conjuntas.Para tanto,é necessário que as decisões assumidas pelo professor auxiliem os alunos a desenvolver atitudes e procedimentos adequados a uma postura de educandos, que só será efetivamente alcançada através de investimentos sistemáticos ao longo de toda a escolaridade.

Tem-se experimentado essa atuação coletivo-cooperativa na conquista da autonomia nas aulas de Educação Física da seguinte forma:em um bloco de aulas cujo tema seja a elaboração de jogos utilizando um ou mais fundamentos esportivos, (arremesso, drible, bandeja,passe) os alunos, distribuídos em pequenos grupos, elaboram um jogo,registrando-o.Em um segundo momento, passa-se à apresentação dos jogos elaborados. O grupo-classe, agora conhecedor de todas as propostas, decide democraticamente a ordem de colocá-las em prática. Assim, proporciona-se aos alunos a vivência de conceitos como co-responsabilidade na elaboração e planejamento das atividades, decisões coletivas e o respeito às regras e normas para vivência em sociedade, garantindo o movimento na aula de Educação Física.

A proposição pelo professor de atividades de complexidade progressiva leva a uma necessidade de organização mental por parte do aluno. Constantes desafios aos alunos provocam desequilíbrios que precisam ser resolvidos e é nessa necessidade de voltar ao equilíbrio que ocorre a construção do pensamento.

Na discussão de uma proposta de atividades físicas entre os alunos, o professor adotará a postura de coordenador dos debates, questionando o grupo de forma a favorecer o aproveitamento de respostas que sejam oriundas de reflexões individuais e coletivas.Os alunos serão estimulados a explicar as suas posições e ações e essa explicação far-se-á no sentido de atribuir-lhes um significado.Isto permite ao aluno o questionamento de condutas e valores do grupo e de si próprio.

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Dependendo da estrutura organizacional, social, filosófica e econômica da instituição na qual o professor está engajado, esta poderá a vir influenciá-lo não só nas suas atitudes pedagógicas, mas também nas suas reflexões e idéias sobre a educação em geral. Estas interferências tornam-no, muitas vezes, descompromissado com o ato educativo, afastando-o de discussões e implantações de abordagens inovadoras para uma melhoria significativa da educação.
"Sendo o corpo, ao mesmo tempo, modo e meio de integração do indivíduo na realidade do mundo, ele é necessariamente carregado de significado. Sempre soubemos que as posturas,as atitudes, os gestos e, sobretudo,o olhar exprimem as tendências e pulsões melhor do que as palavras, bem como as emoções e os sentimentos da pessoa que vive em uma determinada situação,em um determinado contexto".MATTOS E NEIRA (p.28.2000)

O professor deve cumprir o seu papel de mediador, adotando a postura de interlocutor de mensagens e informações, sendo flexível no tocante às mudanças do planejamento e do programa de curso, mostrando aos alunos que aquele é o espaço de aprendizagem e procurando entender e aceitar as relações corporais existentes no mundo humano para o bom desempenho do seu papel de educador.

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Conheça os benefícios do treinamento funcional


O treinamento funcional é um método de trabalho ainda mais dinâmico que os treinos convencionais. Ele é caracterizado por mesclar diferentes capacidades físicas em um único exercício. Assim, o foco passa de um grupo muscular isolado para todo o corpo ? os movimentos trabalham a força muscular, a flexibilidade, o sistema cardiorrespiratório, a coordenação motora e o equilíbrio. 



Na academia há diversos aparelhos que trabalham um músculo por vez e, em geral, os praticantes não precisam pensar muito para realizar os exercícios. Mas para fazer o treinamento funcional são usados apenas alguns acessórios e os exercícios apresentam uma complexidade maior. Apesar dos benefícios do treino global, pode haver um risco maior para lesões. O melhor então é contar sempre com a supervisão de um especialista, um profissional de Educação Física. 

Quem pode fazer?

Além de fatores como idade e sexo, a prática do treinamento funcional tem muito a ver com o histórico de cada praticante. Pessoas que, ao longo da vida, praticaram diversas modalidades esportivas e atividades físicas, certamente se adaptarão melhor a este tipo de treinamento. Devido à complexidade envolvida, esse método não é um dos mais indicados para as pessoas previamente sedentárias. O ideal para este público é se preparar com exercícios mais simples, como a própria musculação, antes de se submeter ao treinamento. 
Devido à complexidade envolvida, esse método não é um dos mais indicados para as pessoas previamente sedentárias.

Como é feito?

Em alguns exercícios, a carga de trabalho é exercida pelo próprio peso do corpo somado ao equilíbrio. No entanto, também pode ser realizado com acessórios e até alguns equipamentos específicos que já existem no mercado. Entre os principais acessórios estão a bola suíça, o cinto de tração, a medicine bol, o bosu, o mini trampolim, a theraband e os cones. 

Quais são os benefícios?

Além da tonificação muscular, o treinamento funcional implica numa maior complexidade do movimento e no envolvimento de várias capacidades físicas. Isso faz com que o organismo tenha um gasto energético muito maior, além de trazer grandes contribuições, como a melhora da flexibilidade, o emagrecimento, a otimização da coordenação motora, o ganho de equilíbrio e o condicionamento cardiorrespiratório. Isso tudo além de motivação e da elevada autoestima.

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pilates sobre cadeira de rodas

Cadeirantes podem fortalecer músculos e melhorar a qualidade de vida com o Pilates? - Portadores de necessidades especiais como os cadeirantes têm o Pilates como grande aliado no dia a dia. Com o médoto é possível trabalhar diversos grupos musculares de forma não agressiva e inteligente proporcionando benefícios como alongamento e maior controle corporal, correção postural, maior flexibilidade, além de tônus e força muscular.

Cadeirantes podem fortalecer músculos e melhorar a qualidade de vida com o Pilates Portadores de necessidades especiais como os cadeirantes têm o Pilates como grande aliado no dia a dia. Com o médoto é possível trabalhar diversos grupos musculares de forma não agressiva e inteligente proporcionando benefícios como alongamento e maior controle corporal, correção postural, maior flexibilidade, além de tônus e força muscular.

De acordo com os fisioterapeutas Michel Salgado e Sérgio Machado, sócios-fundadores e diretores da Metacorpus Studio Pilates, a atividade física específica para pessoas com lesão medular é fundamentada no condicionamento físico baseado em seis princípios fundamentais como: concentração, controle, power house, movimento fluido, respiração e coordenação motora. "Até pouco tempo, o tratamento de pacientes com lesão medular estava restrito à prevenção de danos à medula espinhal, limitando o tratamento fisioterápico à reabilitação intensiva.

Com o aumento da expectativa de vida dessas pessoas e o ganho social para sua maior acessibilidade de mobilidade, o processo de reabilitação desviou-se da preocupação de sobrevivência e tem foco na melhoria da qualidade de vida e no aumento da independência", avalia o fisioterapeuta Michel Salgado. Entre os vários benefícios proporcionados pela prática do Pilates Michel Salgado destaca o alongamento e maior controle corporal; a correção postural; mais flexibilidade; melhora no tônus e força muscular;alívio de tensões, estresse e dores crônicas; desenvolvimento da consciência corporal; melhora da mobilidade das articulações; estimulação do sistema circulatório e oxigenação do sangue; fortalecimento dos órgãos internos; melhora da capacidade respiratória e aumento da sensação geral de bem estar. "Deve-se trabalhar bem a questão do aumento da força em membros superiores uma vez que esta musculatura sofre sobrecarga.

É importante gerar uma harmonia dos movimentos estimulando maior coordenação motora na execução das atividades diárias", completa o fisioterapeuta Sérgio Machado. Atividade física acessível Nascido em 1880, Joseph Pilates criou um repertório de exercícios que eram executados no solo. Residente na Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, foi feito prisioneiro e transferido a um campo de trabalho britânico, onde aprimorou seus movimentos com auxílio de molas e macas para reabilitar soldados feridos. De acordo com a fisioterapeuta Tatiana Kasahara, proprietária de três unidades da rede Metacorpus, a evolução dos pacientes portadores de lesão medular, assim como as respostas destes às aulas de Pilates, são imprevisíveis. As funções sensitivas, motoras e funcionais preservadas abaixo do nível da lesão apresentam padrões variáveis de recuperação. É importante que o paciente tenha o mínimo de controle de tronco para frequentar as aulas, alguns exercícios podem ser feitos na própria cadeira de rodas.

Ainda segundo Tatiana Kasahara,é importante para este público que passa a maior parte do tempo na mesma posiçãoter aulas buscando melhorar a capacidade respiratória, uma vez que ele é incentivado a utilizar a mobilidade de todo tórax de modo a dificultar o surgimento de possíveis doenças como pneumonias. Da mesma forma, o Pilates para portadores de lesão medular auxilia no trabalho dos órgãos internos e musculaturas profundas, oferecendo melhora no funcionamento intestinal. "Muitos alunos nos relatam este tipo de melhora. Exercícios específicos para controle e sustentação do tronco, fortalecimento de membros superiores para facilitar transferências de peso para outros locais (carro, cama, cadeira, sofá) e estímulos de equilíbrio", afirma Tatiana. Para o treino com paraplégicos, por exemplo, são utilizados bolas, elásticos e os próprios equipamentos de Pilates.

"O exercício é um ótimo aliado não só da performance motora como também da autoestima. Mesmo aqueles que precisam de auxílio para realizar os exercícios devem sempre ter em mente que ele será responsável pelos cuidados com o próprio corpo. Alguns exercícios do Pilates quando praticados no dia a dia proporcionaram a nossos alunos independência e autonomia, bem como maior equilíbrio estático e dinâmico", avalia Tatiana.

FONTE


Dominar a avaliação no Pilates vai trazer uma maior eficiência no planejamento do trabalho do profissional.

Um guia que traz o passo a passo de uma boa avaliação no Pilates, tanto no solo (mat pilates), quanto nos aparelhos. Com ele, você vai aprender a saber o nível de capacidade do aluno, descobrir suas dificuldades e o que precisa trabalhar para chegar ao objetivo mais rápido e entregar o melhor resultado possível. Clique aqui e saiba mais 

 

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Problemas de Ordem Neurológica no Processo Educacional


O índice de crianças e jovens com problemas de aprendizagem tem evoluído de forma surpreendente nos últimos anos. Essa situação era anteriormente diagnosticada pelos profissionais da educação simplesmente como uma falta de comprometimento nos estudos por parte do aluno e dos responsáveis. A interferência da medicina criou um leque de observações comportamentais que, fundadas em diversas situações vivenciais, detectou que parte dos problemas de aprendizagem estava ligada a problemas neurológicos relacionados ao córtex pré-frontal.

O córtex pré-frontal pertence ao lobo frontal, que também inclui o córtex motor e o pré-motor. Ele é responsável pelo pensamento abstrato e criativo, pela linguagem, respostas afetivas, emoções, socialização, vontade, atenção e realização de ações. Problemas nessa região geram indivíduos presos a estratégias ineficientes, que não conseguem criar mecanismos em situações de complexidade. Nesses casos, existe a comprovação de traumas do córtex pré-frontal, assim o indivíduo é tratado como uma pessoa que possui DDAH (Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas em alguns casos não é comprovada a existência de hiperatividade.

Esse tipo de distúrbio cria situações nas quais a pessoa não controla impulsos comportamentais e possui imensa dificuldade de aprender com os erros cometidos. A distração é ponto negativo no processo de aprendizagem. Muitos alunos não conseguem concentrar nos assuntos ligados à aula, em razão da distração provocada pelo distúrbio, que às vezes necessita da utilização de remédios.

As escolas e os profissionais licenciados devem estar atentos a esse tipo de aluno, diagnosticando-os através de suas condutas ou, na dúvida, discutindo com os pais ou responsáveis sobre determinados comportamentos detectados fora do padrão normal. O aluno com DDAH não deve ser colocado mediante situações de pressão, pois quanto mais cobrado menor será seu rendimento. Essas pessoas necessitam de ambientes estimulantes, interessantes e exclusivamente tranquilos. A escola deve conscientizar os pais ou responsáveis de que eles possuem papel definitivo para o bom aprendizado do educando, buscando ajudá-lo nas tarefas diárias, optando pela metodologia do elogio e do estímulo.

No ambiente escolar os professores devem criar situações envolvendo atividades lúdicas, jogos educativos estratégicos, brincadeiras, textos envolvendo raciocínio lógico, trabalhos envolvendo interação social e convívio escolar. O aluno com DDAH necessita ter seu córtex pré-frontal excitado, para que sua funcionalidade seja totalmente colocada em prática. Isso deverá ser feito utilizando assuntos interessantes e estimulantes atrelados aos conteúdos dos livros didáticos.

O papel do educador é primordial e decisivo no contexto histórico de um aluno com déficit de atenção e hiperatividade, pois de acordo com os princípios da educação inclusiva e especial, todas as pessoas especiais ou com necessidade de oportunidade devem ter acesso a bens e serviços de qualidade em sua total integridade.


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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Como ocorre a produção de Ácido Lático


Quando a oxidação do lactato iguala sua produção, o nível sangüíneo de lactato se mantém estável, apesar de um aumento na intensidade do exercício e no consumo de oxigênio. Para as pessoas sadias, porém destreinadas, o lactato sangüíneo começa a acumular-se e sobe de maneira exponencial para aproximadamente 55% de sua capacidade máxima para o metabolismo aeróbico. A explicação habitual para um acúmulo do lactato sangüíneo durante o exercício pressupõe uma hipoxia (falta de oxigenação da musculatura) tecidual relativo. Quando o metabolismo glicolítico predomina, a produção de nicotinamida adenina dinucleotídio (NADH – coenzima envolvida na transferência de energia) ultrapassa a capacidade da célula de arremessar seus hidrogênios (elétrons) através da cadeia respiratória, pois existe uma quantidade insuficiente de oxigênio ao nível tecidual. O desequilíbrio na liberação de oxigênio e a subseqüente oxidação fazem com que o piruvato (substrato final da degradação da glicose; muito importante para a formação do lactato) possa aceitar o excesso de hidrogênios, o que resulta em acúmulo de lactato.

O lactato é formado continuamente durante o repouso e o exercício moderado. As adaptações dentro dos músculos induzidas pelo treinamento aeróbico permitem os altos ritmos de renovação do lactato; assim sendo, o lactato acumula-se para os níveis mais altos de exercício que no estado destreinado.

Outra explicação para o acúmulo de lactato durante o exercício poderia incluir a tendência para a enzima desidrogenase lática (LDH) nas fibras musculares de contração lenta favorecer a conversão de lactato para piruvato. Portanto, o recrutamento das fibras de contração rápida com o aumento da intensidade do exercício favorece a formação de lactato, independentemente da oxigenação tecidual.

A produção e o acúmulo de lactato são acelerados quando o exercício torna-se mais intenso e as células musculares não conseguem atender às demandas energéticas adicionais aerobicamente nem oxidar o lactato com o mesmo ritmo de sua produção.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Exercícios na água têm mesmo efeito que na academia



Muita gente acredita que os exercícios realizados na piscina não tem o mesmo efeito que os praticados fora da água. Só que um recente estudo apresentado no Congresso Cardiovascular Canadense derrubou esse mito, provando o contrário.

Além dos mesmos benefícios aeróbicos, eles causam menos desgaste. Durante a realização da pesquisa pessoas saudáveis fizerem testes em bicicletas ergométricas dentro e fora da água.
Os participantes que usaram uma bicicleta ergométrica imersa numa piscina tiveram um treino equivalente aos que praticaram o mesmo exercício fora da água. E o consumo máximo de oxigênio, que comprova um bom treino, foi praticamente o mesmo nas duas atividades.

A pesquisa é uma esperança para pessoas que têm dificuldade de se exercitar. Sendo que a natação, segundo os especialistas, ainda continua sendo o melhor exercício, pois praticamente não provoca tensão nos movimentos e o risco de lesão é inexistente.
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Condicionamento físico para cardiopatas - o que é seguro fazer?

        Há muito se estuda os benefícios do exercício físico regular para indivíduos saudáveis. Existem relatos mostrando que desde a Grécia antiga os filósofos-médicos buscavam entender como o exercício melhorava a saúde das pessoas. Herodicus e Hipócrates, o pai da medicina, estabeleceram diversos compêndios de saúde e higiene. Já, a partir da Renascença, o número de estudiosos e de artigos que buscam entender o movimento humano cresceu tornando-se vasto nos dias atuais.

        Os estudos que relacionam cardiologia e exercício físico começaram a se desenvolver somente no século XVIII quando o médico inglês William Heberden relatou os efeitos do exercício físico em um homem que sofria de angina, ou seja, "dor no peito" em decorrência da má irrigação de parte do coração. Contudo, da segunda metade do século XIX até a segunda metade do século XX o número de estudos foi pequeno. Ou seja, a pesquisa aplicada ao exercício físico e a cardiologia é historicamente recente.

        Porém, devido à tecnologia e ao avanço do conhecimento biológico tem se disponibilizado informações suficientes para o desenvolvimento de um programa de condicionamento físico que seja efetivo e eficaz para esta população.

        Hoje já podemos afirmar que um programa de condicionamento físico promove os seguintes efeitos benéficos:

        -     Melhora da capacidade cardiorespiratória;

        -     Aumento na quantidade de vasos sanguíneos nos músculos ativos;

        -     Diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial em repouso;

        -     Diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial em exercício de baixa intensidade;

        -     Aumento nos níveis do bom colesterol (HDL) e diminuição de triglicerídeos;

        -     Diminuição da gordura corporal total;

        -     Diminuição da gordura intra-abdominal (a mais nociva para o coração);

        -     Melhora dos índices de glicose no sangue (glicemia), entre outros.

        Além destes benefícios, o exercício também atua como fator preventivo para eventos cardiovasculares. Existe uma excelente associação entre níveis mais elevados de atividade física e menores riscos de morte por doença cardiovascular e por coronariopatia.

        Se pensarmos exclusivamente em indivíduos que foram acometidos por algum problema cardíaco um programa de condicionamento físico promoverá os mesmos benefícios citados acima, além dos benefícios específicos para cada condição patológica.

        A grande arte neste processo está na prescrição do exercício para este grupo de indivíduos. Primeiramente, o trabalho com esta população deve ser feito por uma equipe multidisciplinar (médicos, educadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas e etc.). Segundo, um bom exame clínico deve ser realizado para sabermos exatamente qual a condição que o nosso aluno(a) apresenta antes de iniciarmos a prática do exercício. Terceiro, determinar qual a fase de reabilitação o aluno está. Com as informações clínicas devemos pensar em quatro aspectos para a boa prescrição e execução do exercício físico:

        1.     Tipo de exercício: o exercício a ser realizado durante a sessão de treinamento. Recomendam-se exercícios cíclicos (caminhada, ciclismo, remo, corrida, natação, entre outros) que envolvam grandes grupamentos musculares. Todavia, não se esqueça de um bom trabalho de alongamento e de fortalecimento muscular com pesos (assunto do próximo artigo).

        2.     Freqüência semanal: no início do processo é preconizado duas a três sessões semanais, podendo, com o passar do tempo e com a melhora da condição geral do aluno(a), aumentar esta freqüência para até cinco ou seis vezes.

        3.     Duração da sessão: a sessão padrão dura 60 minutos, subdividida em aquecimento (10 min), principal (20 a 30 mim), fortalecimento (10 mim a 15 mim) e final (5 mim). O tempo da fase principal é modificado de acordo com a condição clínica do aluno podendo durar mais de 30 minutos.

        4.     Intensidade da atividade: a intensidade pode ser determinada por pelo menos duas metodologias. A primeira e mais recomendável, é a realização de um teste ergoespirométrico onde é possível avaliar de modo preciso qual a freqüência cardíaca máxima e mínima para o treinamento. A desvantagem deste método é o custo deste procedimento. O segundo método é por meio da fórmula de freqüência cardíaca de reserva de Karvonen:

 

FC treinamento = [(FCmáxima - FCrepouso) x % de intensidade] + FCrepouso

 

        Trabalha-se inicialmente entre 50% e 70% da freqüência cardíaca de reserva para a execução dos exercícios aeróbios (cíclicos). Entretanto, deve-se levar em consideração possíveis queixas de angina, alterações de freqüência cardíaca e alterações de pressão. Um aparelho de monitoramento da freqüência cardíaca é muito útil durante a prática da atividade física para um melhor monitoramento da intensidade.

        Vejam alguns benefícios da prática do exercício físico em patologias específicas:

               Isquemia miocárdica: melhora da angina em repouso; melhora da capacidade funcional; aumento da capacidade do coração bombear sangue; melhora da perfusão do miocárdio.

               Insuficiência cardíaca: ajuda a reverter disfunções nos vasos sangüíneos; aumento do consumo de oxigênio; melhora a produção de energia no músculo; melhora a função respiratória; melhora a musculatura respiratória.

        Finalizando, posso afirmar que a prática regular de exercício físico (condicionamento físico) deve ser estimulada, não só na população saudável, mas principalmente em populações que possuem um problema cardiovascular. Busque sempre a orientação médica e de um profissional de educação física competente. Não perca mais tempo, comece hoje a sua rotina de exercícios físicos. Boa prática!

Prof. Daví F. M. Cáceres
Educador Físico /Personal Trainer (Cref: 041916-G/SP)
Especialista em Condicionamento Físico e Reabilitação Cardíaca - InCor HCFMUSP
davifmc@osite.com.br
Autor: Prof. Daví F. M. Cáceres
E-mail: davifmc@osite.com.br

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Educação Física na Educação Infantil:uma Análise a Partir da Concepção de Infância


1 Introdução

O debate sobre a inserção do profissional em Educação Física na Educação Infantil vem ganhando destaque desde a promulgação das novas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n° 9394/96), que estabelece a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, direito da criança de zero a seis anos e dever do Estado. Especificamente no §3° do art. 26, a nova LDB concebe a Educação Física como componente curricular obrigatório da Educação Básica. Desde então, a Educação Física na Educação Infantil tem sido alvo sistemático de estudos no campo da Educação e da Educação Física. Os quais refletem sobre os diversos fatores relacionados à Educação Infantil, em busca de uma Pedagogia da Infância que abrange sua totalidade.

Esses estudos culminaram, dentre outras coisas, na (re)inserção da Educação Física em algumas instituições destinadas para o público infantil, como os Centros Municipais de Educação Infantil - CMEI -, localizados no município de Vitória-ES, nos quais houve, em 2004, a implantação do "projeto piloto", que possibilitou a atuação de professores de Educação Física e Artes, e posteriormente, em 2005/2, o concurso público para professor dinamizador da Educação Infantil, podendo ser este formado em Educação Física ou artes.

Considerando recente a inserção do profissional de Educação Física na Educação Infantil, torna-se fundamental que esse compreenda a infância e sua concepção, no intuito de pensar sua prática pedagógica, considerando a criança como ponto de partida.

Sendo assim, este estudo, busca fazer uma (re)leitura das diferentes concepções de infância tecidas ao longo da história, a fim de compreender como a infância deve ser concebida no processo educativo e como o professor de Educação Física pode construir sua prática pedagógica baseando-se nessa concepção de infância.

Em busca de pistas e indícios, optamos, como perspectiva teórico-metodológica, a pesquisa bibliográfica, pautada nas obras de Áries (1978), Rizzini (1997), Dalhberg G., Moss P. e Pence A. (2003), Ostetto (2000), Sayão (2002), Ayoub (2001), dentre outras.

São objetivos desse estudo:

Compreender as diferentes concepções de infância tecidas ao longo do tempo;

Identificar e compreender como hoje percebemos a natureza infantil, e/ou como deveríamos perceber;

(Re) pensar a práxis pedagógica do professor de Educação Física considerando a concepção de infância.

Este estudo faz-se relevante, visto que, para professores que começam a atuar com a Educação Infantil, compreender a natureza infantil torna-se fundamental para, respeitá-la e atuar de acordo com os anseios e as questões particulares das crianças. Além de relevante professores que agora entram na Educação Infantil, o estudo pode também promover uma (re)leitura das concepções de infância daqueles que há muito já atuam nesse âmbito de ensino, o que é interessante para a contínua construção de uma Educação Infantil de qualidade, que pense na Escola a partir da criança.

2 A infância e suas diferentes concepções

"[...] infância é a concepção ou representação que os adultos fazem sobre o período inicial da vida, ou como o próprio período vivido pelo sujeito real que vive essa fase, a criança". (KUHLMANN JR 2004, p.15).

Ao longo da história, a infância foi concebida sob diferentes concepções, e em cada momento histórico eram essas concepções que definiam os nomes e o trabalho das instituições que atendiam o público infantil, bem como a prática pedagógica dos professores na/da educação infantil.

Uma primeira concepção que ganha destaque na história, remonta a idéia de uma natureza infantil corrompida, na qual a criança já nasce naturalmente voltada para o pecado, como destaca Cunningham apud Rizzini (1997, p. 157)

"[...] da mesma forma que um gato deseja ratos, que uma raposa anseia por galinhas e um lobo à ovelhas, assim também os bebês humanos possuem uma inclinação em seus corações para o adultério, fornificação, desejos impuros, luxúria, adoração a falsos deuses, crença em mágica, hostilidade, discórdia, paixão, raiva, disputa, dissenção, faccionismo, ódio, homicídio, embriaguez, gula, e mais".

Esta é uma visão da Pedagogia Tradicional e é daí que vem os castigos, as punições, e a invenção de outras metodologias para educar, moralizar e disciplinar essa criança naturalmente corrompida.

Essa concepção remonta, ainda "ao dogma cristão do pecado original, segundo o qual o indivíduo é naturalmente portador de más inclinações ao nascer, para explicar o enraizamento da noção de necessidade de salvação da alma, particularmente sob a influência dos reformadores protestantes" (RIZZINI, p. 156-157, 1997). Até então a infância não era considerada como etapa com características próprias, mas sim um período de transição para a vida adulta, onde as crianças eram consideradas adultos em miniatura, como descreve Ariès ao observar a obra de um artista do séc. XI, na qual impressionava-se com a deformação dos corpos das crianças, num sentido que pareceu bem distante do nosso sentimento e de nossa visão:

"o tema é a cena do evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a ele as criancinhas sendo o texto latino claro: parvulli. Ora, o miniaturista agrupou em torno de Jesus oito verdadeiros homens, sem nenhuma das características da infância: eles foram simplesmente reproduzidos em escala menor. Apenas seu tamanho os distingue dos adultos" (p. 50-51, 1986).

A fim de superar essa concepção, e os paradigmas da Pedagogia Tradicional, surge a Pedagogia Nova, que caracteriza a criança como um ser inocente, puro, ingênuo, "a chamada criança de Rosseau, refletindo a sua representação de infância como a fase inocente da vida de uma pessoa." (DALHBERG G., MOSS P. E PENCE A., 2003, p.66). Destaca-se ainda que esta imagem gera nos adultos um desejo de protegê-las do mundo violento, corrupto, perigoso que as cerca.

Dalhberg G., Moss P. e Pence A. (2003), assim como Rosseau, afirmam que a criança não é naturalmente corrompida, mas é a sociedade que a faz assim: "[...] a capacidade de auto-regulação e o inato da criança vão buscar a Virtude, a Verdade e a Beleza; é a sociedade que corrompe a bondade com a qual todas as crianças nascem" (p.66). Desse modo, pensa-se em educar a criança longe da sociedade, fora do contexto social, tratando a criança como um ser a-moral, a-social e a-histórico, que é "mais natural do que social", fenômeno abstraído e descontextualizado, definido por meio de noções abstratas de maturidade ou por meio de estágios de desenvolvimento.

Apesar de ainda não considerar a criança como ser que se constrói e constrói história, já, nesse momento a criança vai deixando de ser um adulto em miniatura, ocorrendo o que Ariès apud Rizzini "denominou de 'descoberta da infância' - o momento a partir do qual a criança passou a ser representada de forma diferenciada do adulto" (p. 158, 1997).

A terceira concepção de infância, atenta-se ao fato de que se escondermos as crianças de um mundo real, do que elas já fazem parte, para um mundo ideal, o qual elas não vivenciaram, apenas iremos nos iludir e não as levaremos a sério e nem as respeitaremos. Sendo assim, esta concepção percebe a criança como um co-construtor de conhecimento, identidade e cultura. Essa construção possui um viés de interpretação pautada em não as considerarem seres isolados e egocêntricos, não depreciando seus sentimentos. Aqui a criança é vista como um ser histórico, rica em potencial, poderosa, competente, e mais que tudo, conectada aos adultos e às outras crianças, como afirma Loris Malaguzzi apud Dahlberg, Moss e Pence (2003).

Esses autores apontam ainda outras características deste novo paradigma, que incluem o reconhecimento de que:

"a infância é uma concepção social, elaborada para e pelas crianças, em conjunto ativamente negociado de relações sociais.

a infância, como construção social, é sempre contextualizada em relação ao tempo, ao local e à cultura, variando segundo a classe, o gênero e outras condições socioeconômicas, (...).

as crianças são atores sociais, participando da construção e determinando suas próprias vidas, mas também a vida daqueles que as cercam e das sociedades em que vivem, (...)" (p. 71).

Sendo assim, esta concepção, diferente da anterior, defende que a criança deve ser educada junto à sociedade, por ser o contato com esta, com a cultura, com a história que irá definir a própria identidade da criança.

3 A educação física e sua relação com a concepção de infância que considera a criança como um ser moral, social e histórico
Entendido a infância como categoria social provida de potencialidades, a criança como sendo sujeito de condições de ser humano e de relações pessoais, contrapondo às concepções que consideram-na como sujeito passivo e vista a infância como etapa/período preparatório para a vida adulta, é, sobretudo necessário construir o espaço, tempo e linguagem adequada para a demanda educacional do ensino infantil. Nota-se a importância desses pressupostos tanto em relação ao aspecto espaço/ambiente¹, quanto ao papel do profissional inserido no processo de intervenção pedagógica da Educação Infantil.

De acordo com Ostetto (2000), tal preocupação pode ser relacionada ao fato de que, mais e mais, a educação infantil ganha estatuto de direito, colocando-se como etapa inicial da educação básica, respeitando os preceitos educacionais. Contudo, a construção de uma educação de qualidade, não depende exclusivamente de leis e direitos, mas também, e fundamentalmente, de políticas, ações governamentais e de principalmente formação qualificada do profissional para atuar nesse universo (AYOUB, 2001).

Para Sayão (2002), diversos profissionais podem atuar em instituições de Educação Infantil, desde que assumam a idéia de formação solidária. Afirma ainda que:

"A brincadeira, as interações e as linguagens são formas privilegiadas de manifestação e elaboração das culturas infantis. È necessário que todos que atuam com as crianças pequenas incorporem essas formas de manifestação e programem atividades de forma a ampliar esses referenciais com as crianças [...] a troca constante de saberes deve prevalecer sobre as atitudes corporativas que colocam a disputa pelo campo de trabalho acima das necessidades e interesse das crianças" (p. 59).

Pensando os diversos fatores relacionados ao ensino infantil, em busca de uma Pedagogia da Infância que abrange toda sua totalidade, em especial a própria linguagem da criança, e do ser humano em geral, Santos e Nunes (2006) apontam o movimento como importante dimensão do desenvolvimento e da cultura. Destacando o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI, elaborado sob os auspícios do Ministério da Educação e posto em circulação no início do ano letivo de 1998, como justificativa dessa preposição:

"O movimento humano é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar, resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens, constituindo-se assim numa cultura corporal" (RCNEI, 1998, p.15).

De acordo com Ayoub (2001), a criança é sinônimo de movimento; movimentando-se ela descobre o mundo a sua volta, brincando ela se descobre e descobre o outro. Nesse sentido, a contribuição da educação física na educação infantil,

"[...] para ser relevante e justificada, precisa auxiliar na leitura do mundo, por parte das crianças com as quais trabalha, partindo do pressuposto da construção de si mesmo, no decorrer desse processo de" alfabetização"[..] podendo configura-se ainda, como um espaço em que a criança brinque com a linguagem corporal, com o corpo, com o movimento, alfabetizando-se nessa linguagem. Entrando em contato com diferentes manifestações de cultura corporal entendida como as diferentes práticas corporais elaboradas pelos seres humanos ao longo da história, cujos significados foram sendo tecidos nos diversos contextos sócio-culturais, sobretudo aquelas relacionados aos jogos, brincadeiras, ginásticas, danças, atividades circenses, sempre tendo em vista a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância" (p.57).

Ao pesquisar e fazer uma (re)leitura das diferentes concepções de infância tecidas ao longo da história, percebemos que as evoluções/mudanças de uma para a outra culminaram em uma concepção que considera a criança como um ser social, cultural e histórico, que se constrói e constrói história. Com isso, as crianças passam a ter lugar reconhecido e independente na sociedade, com seus próprios direitos como seres humanos individuais, membros da sociedade e consideradas um grupo social. A individualização dessas dá lugar à consideração sociológica de que fazendo parte de grupo, sua vida é afetada por fatores socioeconômicos, culturais e históricos.

Percebendo a infância sob esse viés interpretativo, concluímos que são as diferentes vivências, experiências, contatos culturais proporcionados às crianças, que irão definir suas subjetividades e interpretações do mundo. E o professor de Educação Física inserindo-se na educação de crianças de zero a seis anos, precisa compreender isso para realizar uma prática pedagógica que auxilie as crianças na leitura do mundo, permitindo que estas brinquem com a cultura corporal, entrando em contato com diferentes manifestações culturas corporais que foram elaboradas e construídas ao longo da nossa história.

É compreendendo a criança como um ser moral, social e histórico, que emerge como co-construtor, desde o início da vida, do conhecimento, da cultura, da sua própria identidade, e proporcionando variadas vivências culturais corporais, que o professor de Educação Física estará contribuindo para (re)pensarmos uma Educação Infantil de qualidade, que elabore uma prática pedagógica a partir da criança, auxiliando na construção das subjetividades, das interpretações, e da própria identidade dessas crianças.

Obs. Os autores, o acadêmico Rogério de Abreu Dias (rogerio15dias@gmail.com) estuda no Centro Universitário Vila Velha e a acadêmica Luana Luzia Lóss de Freitas (luanaluzia@gmail.com) na UFES

5 Referências

  • Ariés, P., A. Descoberta da infância. In: _______. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: 1978. p. 50-68.
  • Ayoub, E. Reflexões sobre a Educação Física na Educação física. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, n. 4, p. 53-60, 2001.
  • Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L9394.htm>. Acesso em: 14 set. 2006.
  • Dalhberg G., Moss P. E Pence A. Qualidade na Educação da Primeira Infância. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A relação entre Educação Física e Esporte: alguns mitos e verdades


Para Helal (1990), esporte é qualquer competição que inclua uma medida importante de habilidade física e que esteja subordinada a uma organização mais ampla que escape ao controle daqueles que participam ativamente da ação.

Os pressupostos básicos que caracterizam o esporte estão ligados a idéia de competição, performance, motivação extrínseca e inflexibilidade das regras. Estes pressupostos aliados às influências externas da política, da psicologia, do marketing, da administração, da sociologia, caracterizam o esporte como atividade peculiar (VERENGUER, 1989).

A prática esportiva está presente desde os primórdios da humanidade, onde o seu verdadeiro sentido se transforma com a realidade atual, esta mutação pode ocorrer, por exemplo, desde a busca por uma condição física até para a atividade competitiva em si.

O esporte é na atualidade um dos principais fenômenos sociais e uma das maiores instituições do planeta. Ele tem refletido a forma como a sociedade vem se organizando, espelhando as diferenças entre Estados, povos e classes sociais, além de se tornar um dos principais elementos da indústria cultural contemporânea, matéria prima dos meios de comunicação de massa e uma das poucas formas, reconhecidamente, honestas de rápida ascensão social (RÚBIO 2002).


Esporte e educação

As crianças são mantidas imóveis enquanto "aprendem" porque ainda persiste o ranço de que o corpo que se movimenta não tem nada a ver com a mente que raciocina... a desordem é ignorada no espaço da ordem. Uma não convive jamais com a outra. Freire (1991) As pessoas são "educadas" como se fossem um espírito ou uma mente. O corpo fica do lado de fora das instituições. A caricatura das escolas é um corpo minúsculo com uma imensa cabeça.

Quando na escola a Educação Física se volta única e exclusivamente para a prática esportiva existe uma exclusão daqueles que mais necessitariam desenvolver-se. O profissional da área se marginaliza pelo fato de só saber trabalhar com o corpo, desprezando outros aspectos do ser humano, como o cognitivo, afetivo, social e psicológico.

Na concepção dos professores de Educação Física em determinadas ocasiões, o esporte é considerado como um conteúdo mínimo e único, o que acaba se tornando a exclusiva prioridade a ser promovida entre seus alunos: aos que jogam bem, a oportunidade de praticar; aos que possuem dificuldades, acabam como juiz, gandula ou ainda sentados no banco, só observando a turma jogar. Nestes casos, não há saúde social, ou, sequer, saúde motora. Como deve se sentir o aluno que permanece sentado durante toda a atividade dos colegas? O que ele acaba por representar? E sobre a prática de distribuir os alunos em dois times, onde são escolhidos um por vez, alternadamente: como se sente o último a ser escolhido? Como "resto"? São estas as práticas a serem repensadas (BARRETO, 2003).

Em desacordo com a percepção de estética, os PCN's opõem atividades competitivas a recreativas - como se tal divisão fosse humanamente possível - afirmando que nas primeiras se valoriza a eficiência e nas segundas atividades a plasticidade estética. A harmonia corporal conseguida para se atingir a perfeição atlética resulta num conjunto de movimentos esteticamente conseguidos, isto já para não falar das modalidades de muita estética, tais como as diversas ginásticas, principalmente a rítmica e a aeróbica, que acabam sendo colocadas como de manutenção da saúde e não em um outro item de atividades rítmicas ou expressivas ou mesmo inseridas nas atividades de competição. Existe a necessidade de dissociar a Educação Física escolar de treinamento esportivo. A inserção dos alunos obesos, lentos e sem muita coordenação motora trará mais qualidade de vida ao conjunto, ensinando, não apenas, nossos limites, mas também em como conviver com os limites alheios. Nas escolas, os pré-requisitos para os professores de Educação Física não devem ser grandes atletas que sabem jogar, devem ser grandes professores que saibam ensinar. Do contrário, o Esporte deixa de ser um agente de inclusão social para ser um fator de exclusão social, onde "quem joga bem, joga; quem não joga bem, que fique quieto e não atrapalhe" (BARRETO, 2003).

Não tem como negar que o esporte é um facilitador para desenvolver atitudes de respeito, disciplina, companheirismo, a relação intra e interpessoal e assimilação de vários conceitos. Contudo se a sua prática visa apenas o rendimento e grandes performances em competições de alto nível, fazendo com que as aulas de Educação Física escolar se transformem em treinos que propõem apenas o rendimento padronizado e permite que só uma minoria tenha sucesso sobre a grande maioria rotulando - os desde cedo de fracassados, o esporte, dentro da escola, pecará no cumprimento de seus reais objetivos.

Para uma educação satisfatória e de sucesso dentro da Educação Física é importante referir que a prática desportiva constitui um fator principal na construção da cidadania, já que especificamente compõe um dos raros espaços de que o educando dispõe para vivenciar a ludicidade. Soma-se a este aspecto o valor do esporte em poder incentivar a procura por hábitos saudáveis desde cedo, prevenindo males e procurando combater o sedentarismo. Esporte e saúde, esporte e estilo de vida ativo, esporte e participação, esporte e inclusão social, esporte e cidadania, esporte e qualidade de vida: eis as questões que devem nortear a prática educativa através do esporte educacional. O poder de crítica do educador, certamente, será fundamental para fazer da escola o espaço político onde o destaque não seja apenas pela produção de riquezas, mas também como uma forma de permitir ao educando vivenciar a sua própria humanidade


Esporte e saúde

Cada vez mais está sendo possível presenciar com freqüência termos como "stress" e "qualidade de vida" devido ao momento atual do país e a carga árida com a qual as pessoas estão sendo sobrecarregadas, e sobre estes termos é que os objetivos e os fins da ação educacional da Educação Física devem operacionalizar sua prática através do esporte orientado principalmente para o bem estar.

Para Ribeiro (2001) saúde é alegria de viver. É estar encantado com a vida. É ter entusiasmo, alegria, vitalidade, disposição. Saúde é um processo de equilíbrio do organismo. São milhões de mecanismos interagindo e movimentando o interior do seu corpo para que tudo funcione adequadamente. A pessoa encantada pela vida tem o cérebro trabalhando na formação de hormônios de altíssima qualidade que vão nutrir a perfeita elaboração da química interna nos bilhões de reações que ocorrem no organismo todo o tempo.

Muitas vezes os esportes são praticados de forma incorreta, podendo representar desafios inatingíveis, níveis de exigência incompatíveis com realidade atual, que acabam levando a situações de risco para a saúde ou mesmo na melhor das hipóteses a desistência de um projeto que se mostrava promissor.

A prática esportiva, ainda que em excesso, não mata ninguém isoladamente. Mas também não se pode negar que essa prática desmedida, muitas vezes cobrada dos atletas atualmente, tem papel decisivo na evolução de determinados quadros patológicos, tornando o atleta mais vulnerável a determinadas complicações. Sendo assim, a situação só chegará a condições críticas se houver uma doença pré-existente - o esporte não cria cardiopatias (MARQUES, 2004).


Esporte e democracia

Para uma Educação Física e o Esporte realmente preocupados com o ser humano não basta concordar plenamente com a sociedade. É necessário que se faça uma permanente crítica social; seja sensível às diversas formas de repressão a que as pessoas estão sujeitas e as ajudem a entender os seus determinismos e superar os seus condicionamentos, tornando -as cada vez mais livres e humanas (MEDINA, 1989).

Existe a predominância da racionalização e o fenômeno da descorporalização, e a exploração do corpo do trabalhador no sistema capitalista, corpo separado do espírito, dominado pelas elites e devidamente controlado pelo Estado, que agiu nos corpos dos indivíduos, oprimindo-os e dominando-os. A abstração inerente ao modo de produção capitalista trouxe, assim, a ruptura das relações imediatas do ser humano com seu corpo e com a natureza, gerando a valorização do intelectual em detrimento do trabalho corporal e manual, destinado sempre às classes dominadas. (GONÇALVES, 1994).

Está cada vez mais claro que no sistema capitalista o real é o limite e os atos esportivos vão contra a relação entre os meios e os fins. Neste modelo de sociedade, o esporte passou a ser regido pelo desempenho, pela lógica da vitória a qualquer preço, por uma postura mercantilista. O esporte seria uma mercadoria como qualquer outra e os esportistas, produtos a serem consumidos por um mercado cobiçado de bons negócios. Deste modo, é com esta grande competição presente na sociedade que surgiram novas necessidades que devem merecer dos educadores reflexão e ação.


Esporte e cidadania

O corpo, que antes era incentivado a se moldar de acordo com as necessidades das fábricas e dos meios de produção, agora passa a ser influenciado a se enquadrar nos ideais de uma nova indústria, chamada Indústria Cultural, por ser capaz de modificar, produzir, ou orientar a criação de novas tendências de comportamento dentro da sociedade. Em busca por se adequar a essa nova necessidade de "corpo perfeito" vem criar um novo indivíduo que deixa de ter uma identidade própria, passando a expressar a identidade que as várias etiquetas lhe concedem (SCHNEIDER, 1999).

Dentro da relação corpo - sociedade existe um peso que influencia fortemente a estrutura sócio - econômica e que esta que define, de cera forma, os limites e modelos da estrutura corpórea do brasileiro. Desde a gestação o ser humano é modelado pelos vários vigentes, pela cultura, pela situação da classe social a qual pertence, e assim, dentro destas circunstâncias, nasce, cresce, vive, sobrevive, adoece e morre.

O mundo atual está ancorado em um modelo de existência em que o tempo e o fruto da ação humana constituem a matriz da convivência em sociedade. Nestes dois pólos, o homem, sujeito de sua própria história, tem experimentado palpáveis estilos de vida jamais imaginados e que não raro resultam por contrariar tudo aquilo que foi produzido como conhecimento e, desse modo, as verdades dos séculos XVIII, XIX e XX foram abaladas em função da busca de um ser perfeito no que se diz respeito ao físico.

Contudo, a Educação Física assim como a prática esportiva, apresenta evidências de que poderá participar do processo de crescimento e desenvolvimento humano, desde que se estruture a partir da caracterização da concepção de corpo que assume, da conceitualização e especificação de suas atividades próprias e de criar condições para humanizar, democratizar e organizar princípios que garantam a práxis pedagógica, tendo em vista superar a concepção de homem, de mulher, visto como um corpo máquina, que não pensa, não vive intensamente, limitado apenas a reproduzir o movimento que lhe é determinado (SILVA, 1995).


Conclusão

Cada dia mais estamos considerando o corpo humano como uma verdadeira construção cultural, sendo comparável a um pedaço de madeira que cada um esculpe de acordo com a sua própria vontade e satisfazendo os mais variados projetos individuais.

O desporto, na sua função de microcosmos da sociedade, há muito que se multiplicou em sentidos, permitindo que outras atitudes perante si também se pluralizassem sem, contudo, renunciar à sua essência. Há muito que o desporto convocou para o seu seio a estética, a construção corporal idealizada na beleza das formas, a auscultação de novas sensações corporais, como o risco, o prazer, a experiência da subjetividade e, obviamente, a beleza.

O homem tem a consciência que é um ser finito e essa consciência cada vez mais é nos proporcionado pelo corpo. Com efeito, o tempo somatiza-se, modificando de tal forma os nossos corpos que basta a imagem destes para que consigamos perceber a idade do outro. Na busca da eternidade, o homem moderno tudo faz para que o corpo não evidencie as inapagáveis marcas do tempo, tentando assim iludir aquilo que é inflexível e, até hoje, invencível. Cresce o número daquelas pessoas que não querem ser vistas com determinado rótulo exterior, reflexo do tempo, mas com um outro, mesmo que o interior seja completamente diferente. Querem ser vistas sem o tempo, cristalizados num momento efêmero mas socialmente confortável, ou seja, querem permanecer jovens. O corpo associado a estas idades é aquele onde tudo parece ser harmonia, onde a beleza se irradia com mais evidência, onde se atinge melhor a ilusão da idéia de perfeição humana. É ainda o corpo com que muitos de nós gostaríamos de perpetuar para a eternidade. Para que tal aconteça é necessário construir uma imagem esteticamente agradável, valendo tudo, mesmo o desporto, assumindo este um importante papel para a consecução deste processo de simulação (GARCIA, 1999).


Referências bibliográficas

BARRETO, Selva Maria Guimarães. Esporte e Saúde. Revista Eletrônica de Ciências - Número 22 - Outubro / Novembro / Dezembro de 2003.

FREIRE João Batista. De corpo e alma: o discurso da motricidade. São Paulo: Summus, 1991.

GARCIA, R. Da desportivização à somatização da sociedade. In: BENTO, J.; GARCIA, R.; GRAÇA, A. Contextos da pedagogia do desporto. Lisboa: Livros Horizonte, 1999. p. 113-63.

GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Corporeidade e educação. Campinas: Papirus, 1994.

HELAL, Ronaldo George. O que é sociologia do esporte?. São Paulo: Brasiliense, 1990.

MARQUES, Renato. Esporte é Saúde? Universia.com.br

MEDINA, João Paulo Subirá. A Educação Física cuida do corpo... e "mente": bases para a renovação e transformação da Educação Física. Campinas: Papirus, 1989.

RIBEIRO, Nuno Cobra. A semente da vitória. São Paulo: SENAC, 2001.

RUBIO, Kátia. Do olímpo ao pós - olimpismo: elementos para uma reflexão sobre o esporte atual. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.16, nº.2, 2002.

SCHNEIDER, Omar. O corpo: uma abordagem histórica. Grupo PET- Educação Física. Sobre Educação Física. Vitória: UFES/CEFD, 1999.

SILVA, João Bosco da. Educação Física, esporte, lazer: aprender a aprender fazendo. Londrina: Lido, 1995.

VERENGUER, Rita de Cássia Garcia. Educação Física, Esporte, Dança, Lazer: fenômenos distintos. 1989. Monografia (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pesquisa: Células-tronco são produzidas com exercícios físicos


Mais um motivo para praticar exercícios físicos. Quando realizados de forma regular e intensa, eles podem fazer com que células-tronco do coração sofram um processo de regeneração, o que levaria ao desenvolvimento de novos músculos no órgão.

Os cientistas já tinham conhecimento que a produção de células-tronco poderia ser estimulada a partir de injeções de substâncias químicas conhecidas como fatores de crescimento, mas um estudo realizado pela Universidade John Moores de Liverpool, publicado na edição deste mês do periódico "European Heart Journal", pela primeira vez menciona que a simples prática de atividade física tenha um efeito parecido.

A pesquisa ainda se encontra em fase inicial, sendo realizada com camundongos saudáveis. Os roedores foram submetidos a uma rotina de duas semanas de exercícios físicos, o que resultou em 60% de células-tronco cardíacas que antes estavam adormecidas e depois se tornaram ativas.

O aumento do coração após o treinamento aeróbico já tinha sido detectado, mas o efeito era atribuído ao alargamento das células musculares cardíacas já existentes, conhecidas como cardiomiócitos e cuja perda pode levar à insuficiência cardíaca.

O novo estudo mostrou que os camundongos também tiveram 7% de aumento do número dos cardiomiócitos. A equipe agora avalia se ratos que sofreram ataques cardíacos podem vir a ter um benefício maior com a prática de exercícios. Futuras pesquisas serão realizadas para apontar os efeitos que os exercícios trarão nos pacientes humanos.


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Férias com crianças em casa. O que fazer?

Aproveitando espaços da casa para brincar

Os cuidadores podem explorar os espaços dos quais dispõem da melhor forma possível. Quem mora em apartamento, pode desenvolver brincadeiras com restrição de movimento ou que mexam com a coordenação dos pequenos, como Assi ensina na hora de pular e mexer os braços para um ou outro lados específicos. É preciso apenas atentar para retirar do caminho dos pequenos os objetos que possam machuca-los caso sejam derrubados, como vasos, porta-retratos etc e, dependendo da idade da criança, prestar atenção especial às baterias, tomadas e quinas.

Aqueles que contam com quintal saem na vantagem para poder desenvolver atividades criativas ou resgatar as antigas brincadeiras, como pular corda, amarelinha, pião, bolinha de gude etc que geram uma proximidade entre pais e filhos, uma vez que, segundo Chambinho, muitas crianças não conhecem essas brincadeiras e os pais precisarão ensiná-las, tornando a atividade lúdica uma ferramenta de socialização e aproximação da família.

Praças, parques, clubes e playgrounds também podem ser aproveitados para o uso das brincadeiras, desde que os cuidadores não se distraiam com a molecada, que ágil, pode se perder ou se machucar nestes ambientes públicos.

Ideias bacanas para fazer com os filhos nas férias

Confira algumas dicas dos profissionais para entreter a turminha em casa, no clube, no apartamento e no condomínio:

- "Posso propor uma conta e, se o resultado dela for par, a criança corre de frente pro ponto colorido. Se eu bater uma palma, ela salta pra frente; duas palmas, pula pra trás. O ideal é criar situações que tenham movimentação", exemplifica Assi;

- Pedir para a criança localizar objetos dentro de casa com uma determinada cor ou formato pode ser uma estratégia para os dias chuvosos, segundo Assi;

- Indicar que a criança passe por cima ou por baixo de um móvel para poder tocar um objeto de determinada cor antes de voltar até o "mestre" também ajuda a trabalhar coordenação, movimento e a noção de espaço;

- Amarelinha: pode ser feita no quintal ou mesmo dentro de casa, com folhas de papel para demarcar os espaços de cada pulo;

- Dança das cadeiras cooperativa: colocam-se uma cadeira pra cada participante, em círculo e de costas uma pra outra. O recreador liga uma música animada e a turminha tem d dançar em volta das cadeiras e quando a música para, todos se sentam. Retira-se uma cadeira e, nas rodadas seguintes retira-se mais outra até sobrarem três cadeiras e todo o grupo estiver sentado, um no colo do outro. "É uma atividade cooperativa e bem interessante para a participação lúdica dos adultos", diz Paçoca;

- Volençol: Aquino explica que o grupo será formado por quartetos que deverão segurar o lençol, um em cada ponta, ou uma toalha. Eles vão brincar com a bola de voleibol, tentando mantê-la sobre o lençol e sem deixar cair no chão. Em seguida, os quartetos devem interagir realizando lançamentos e recepções das bolas. "Criar estratégias e o trabalho em equipe são os desafios propostos nessa atividade.";

- Pega-pega dinheiro do ladrão: cada jogador recebe dez notas de dinheiro de papel e um cartão com uma função (policial, vítima ou ladrão) e cada jogador deve manter sua função em segredo. O recreador começa o pega-pega e, ao pegar alguém, os jogadores devem mostrar suas funções. A polícia ganha do ladrão, o ladrão ganha da vítima e a vítima ganha da polícia. O vencedor recebe o dinheiro do jogador perdedor. Após um tempo preestabelecido pelo recreador, deverá ser contado o dinheiro dos jogadores. Vence quem tiver mais dinheiro;

- Ao amigo com carinho: proposta por Paçoca, esta brincadeira requer apenas papel e caneta. Cada participante escolhe um outro integrante no espaço, escreve no papel o nome da pessoa no papel e uma tarefa que ela vai ter que realizar. O recreador fará um sorteio e avisará, nesse momento, que quem vai realizar a tarefa é a pessoa que a escreveu;

- Qual é a música?: o grupo pode brincar em espaços fechados, como um ônibus, por exemplo. Paçoca propõe que o grupo seja dividido em duas equipes e ao tocar um cd com várias músicas de vários ritmos, ao dar stop, alguém deverá seguir cantando a canção. A cada acerto, a equipe ganha um ponto e quem marcar dez pontos primeiro vence a disputa;

- Bingo humano: cada jogador vai receber um pedaço de papel e caneta e vai desenhar uma tabela de jogo da velha com nove quadrantes. "A cartela deverá ser preenchida com o nome e a comida preferida dos jogadores, como Marlene Salada", explica Aquino. Ao final, recreadores e participantes interagem para preencher a cartela. Ao término, começa o bingo. Alguém é escolhido para começar o jogo e deve selecionar um dos nomes de sua cartela, dizendo em voz alta. Por sua vez, este vai escolher outra pessoa de sua cartela e assim, sucessivamente. Quem preencher a cartela primeiro é o vencedor.

Brincar é um direito da criança e isso faz parte da vida. Brincando, ela pode transformar sua realidade, além de sentir um prazer enorme com essa atividade. Precisamos é dar as condições necessárias pra que isso aconteça.
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