quarta-feira, 30 de maio de 2012

Como praticar Pilates sem os caros aparelhos

Como praticar Pilates sem os caros aparelhos (Dreamstime)


Talvez você mesma já tenha passado por isso. Poucas pessoas podem se dar ao luxo de ter acesso aos centros de Pilates, por se tratar de uma técnica personalizada, que requer um equipamento especial. É por isso que nos últimos anos surgiram variações do método que, segundo especialistas, apresentam os mesmos resultados. Se você ainda não tentou, agora pode conhecê-los.

Variação sem aparelhos

O Pilates é uma atividade que, por oferecer possibilidades diferentes para cada exercício, permite que pessoas de todo tipo possam praticá-los. É altamente recomendado, inclusive para a terceira idade, já que produz benefícios nas articulações (em caso de artrose). Além disso, previne a osteoporose, protegendo a estrutura óssea. Também não causa lesões, porque os exercícios são realizados sem impacto. São muitos os acessórios utilizados hoje em dia para substituir os aparelhos de Pilates. Colchonetes, faixas elásticas, bastões, caneleiras, pesos de um quilo, bolas pequenas e grandes de borracha, steps e cordas são os mais utilizados nas academias do mundo.
"Os exercícios são os mesmos, com a mesma eficácia, desde que realizados corretamente" assegura a instrutora Solange Rittor, uma defensora dessa técnica que, ao contrário das outras disciplinas, combina força e flexibilidade, modificando a estrutura do músculo sem aumentar seu volume... o objetivo de todas as mulheres, ou não?

Como praticar corretamente

O segredo para que o Pilates cumpra sua verdadeira missão é realizar o máximo de esforço sob uma supervisão correta. Nesse caso, os exercícios sobre colchonetes não se diferem muito daqueles praticados nos aparelhos originais; eles possibilitam a integração do grupo, pois quando são realizados na forma passiva, é possível compensar qualquer falta de capacidade própria (por exemplo, de força ou flexibilidade) com a ajuda de um colega.
Mas os instrutores dão ênfase especial ao fato de que os movimentos e as contrações musculares devem ser feitos com consciência, para que as posturas sejam executadas corretamente. Também ensinam a levar essa percepção do corpo para a vida cotidiana, alinhando a coluna, contraindo glúteos e ajustando as pernas durante as atividades diárias. É possível, experimente.

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Por que a aula de spinning é um sucesso?



Grande sucesso de público, essa aula traz para as academias o espírito das competições de ciclismo de estrada e off-road. A aula se desenrola sob o comando de um professor sobre uma bicicleta especialmente desenhada para esse tipo de aula em cima de um pequeno palco. A sua frente estão seus alunos (todos pedalando) com o mesmo tipo de bicicleta. Ao comando do professor, os alunos variam a velocidade, a sobrecarga e o posicionamento na bike (sentado ou em pé).

O mais legal é que tudo isso tem como pano de fundo um som superestimulante que pode variar do Axé ao Técno determinando a estratégia de aula (subidas, descidas, ultrapassagens, etc.).

O principal objetivo do spinning é o desenvolvimento da capacidade aeróbia e, eventualmente, muscular localizada para membros inferiores. Sendo assim, é uma aula indicada para redução de peso uma vez que caracteriza-se por um trabalho cíclico (repetição do mesmo movimento) com duração de 45 a 60 min.

Uma das grandes vantagens da aula de spinning é que dependendo da estratégia utilizada pelo professor, dentro da mesma aula pode-se caracterizar a redução de peso, o condicionamento físico ou o treinamento.

Recomendada para alunos que já tenham um bom nível de condicionamento físico pode ser, também, adaptada aos iniciantes uma vez que cada aluno tem o controle de sua bicicleta podendo dosar as intensidades de trabalho de acordo com o seu nível de condicionamento e aptidão.

A BIKE:

Imitando as bicicletas de estrada, a bicicleta de spinning não contém nenhum componente eletrônico. A graduação de sobrecarga é feita manualmente tracionando-se duas lonas contra uma roda de aço ou ferro. A altura do banco e seu posicionamento (mais para frente ou para trás) são reguláveis, o guidão também é regulável (para cima e para baixo) e os pés são presos aos pedais por presilhas garantindo a firmeza dos mesmos.

O tempo de duração das aulas pode variar de 45 a 60 minutos e uma vez posicionado é só pedalar e viajar.

DICAS DE SEGURANÇA

Mecanismo de freio:

O mecanismo de frenagem é muito importante no contexto das normas de segurança, principalmente em momentos de emergência. Todos os alunos devem saber com utiliza-lo e o professor deve estimular a utilização do mesmo.

Tênis:

Os tênis com solados mais rígidos são mais aconselháveis. Tênis com solados mais flexíveis absorvem a força aplicada ao pedal tornando o ato ineficiente. As sobras dos cordões devem ser escondidas dentro do tênis evitando que se enrosquem nos pedais durante a pedalada.

Tiras do firma pé:

Devem estar ajustadas porem não demasiadamente apertadas. Caso um dos pés solte do pedal durante a aula, o aluno deve ser orientado a afastar imediatamente os pés dos pedais e puxar o freio.

Uso de toalhas:

Devido a transpiração muito acentuada, o uso de toalha é importante no sentido de impedir que as mãos escorreguem do guidão.

RITMOS PARA PEDALAR

Sentado

Endurance - Ritmo e carga constantes de modo a manter o consumo e a demanda de oxigênio equilibradas pedalando confortavelmente (Steady State)

Sprinting ou Tiros - Curtos períodos de tempo em velocidade imaginando a ultrapassagem de um oponente.

Lento - O ritmo mais lento sempre é acompanhado de maior resistência nos pedais (carga) enfatizando o trabalho de membros inferiores.

Em pé:

Contínuo - Resistência moderada com ritmo constante podendo ser utilizado por períodos mais longos.

Rápido - Resistência de moderada para intensa por períodos curtos promovendo o desenvolvimento de potência.

Lento - Resistência intensa promovendo o desenvolvimento da força.

MOVIMENTOS CONTRA INDICADOS

Pedalar para trás

Pedalar sem fazer os ajustes adequados de banco e guidão

Soltar as mão do guidão na posição em pé

Utilização de assessórios (caneleiras, pesos de mão, etc.)

Pedalar com excesso de velocidade

Projetar o peso do corpo sobre os braços e o guidão

Pedalar com o firma pé solto
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Artigo: Estudo da relação entre o nível de atividade física e o risco de quedas em idosas

 

INTRODUÇÃO

O aumento da população idosa e sua maior longevidade geram grandes problemas de saúde pública, uma vez que o aumento da expectativa de vida está associado a altas taxas de comorbidades. Dentre as síndromes geriátricas, que englobam os problemas de saúde mais frequentes nos idosos, está a instabilidade postural. Esta ocorre devido às alterações do sistema sensorial e motor levando a um aumento significativo no risco de queda. Esta pode ser definida como um evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo, em relação a sua posição inicial1, 2.

No Brasil, o índice de quedas em idosos residentes na comunidade varia de 0,2 a 1,6 quedas por pessoa a cada ano, com uma média de 0,7 quedas por ano2. Além de apresentarem alto risco de caírem, os idosos apresentam também um risco elevado de sofrerem lesões em decorrência das quedas. Este risco está relacionado à alta prevalência de comorbidades presentes nesta população, associado ao declínio funcional decorrente do processo de envelhecimento, fazendo de uma pequena queda um evento potencialmente grave2.

São demonstradas na literatura várias consequências decorrentes das quedas entre os idosos, dentre elas destacam-se fratura, traumatismo craniano, medo de voltar a cair, redução da capacidade funcional, imobilização e elevado número de hospitalização e institucionalização, aumentando as chances de morte1, 2, 3, 4, 5, 6.

Vários fatores de risco e causas interagem como agentes determinantes e predisponentes para as quedas2. Os fatores extrínsecos dependem de circunstâncias sociais e ambientais, criando um desafio aos idosos2,3. Os fatores intrínsecos são decorrentes das alterações relacionadas ao processo de envelhecimento, às doenças e aos efeitos causados pelo uso de fármacos. Eles são multifatoriais, abrangendo vários domínios corporais16. Dentre estes fatores estão idade igual ou superior a 75 anos, sexo feminino, déficit cognitivo, inatividade, fraqueza muscular, distúrbios do equilíbrio corporal, medo de cair, auto-percepção ruim de saúde, uso de medicações psicotrópicas e de várias medicações concomitantes2.

Um maior risco de queda para o sexo feminino tem sido indicado em vários estudos. Sugere-se como causas a maior longevidade e fragilidade das mulheres em relação aos homens, o fato de morarem sozinhas e estarem mais sujeitas a deficiências físicas e mentais, assim como maior prevalência de doenças crônicas. Suspeita-se ainda que possa estar relacionado a uma maior exposição a atividades domésticas e a um comportamento de maior risco6, 7.

O sedentarismo, associado ao processo natural do envelhecimento, leva a uma capacidade física diminuída. Alguns autores o reportam como um fator que pode aumentar o risco de quedas8. Dentre os benefícios decorrentes da prática de exercícios físicos pelos idosos, destacam-se a melhora da capacidade funcional, equilíbrio, força muscular, flexibilidade, coordenação e velocidade de movimento1, 9. O American College of Sports Medicine apresenta diversas metodologias para mensurar a atividade física dentre elas destacam-se o emprego de instrumentos em forma de questionários10.

Considerando que as quedas nos idosos representam uma causa crescente de lesões, custo de tratamento e morte, representando um alto custo socioeconômico, no que se refere à reabilitação desses idosos11 e que a atividade física parece promover benefícios que atuam na redução da ocorrência de quedas, são necessários novos estudos que investiguem se idosos com diferentes níveis de atividade física apresentam diferenças em relação aos fatores de risco para a ocorrência de quedas. Além disso, estudos avaliando a relação entre atividade física e o risco de quedas ainda são escassos na população brasileira. Assim, o presente estudo teve como objetivo comparar o número de fatores de risco para quedas em idosas com diferentes níveis de atividade física.

 

METODOLOGIA

Delineamento

Estudo Transversal Observacional Exploratório

Participantes

O estudo teve uma amostra constituída de idosas residentes na comunidade. Foram recrutadas 50 idosas por conveniência em Centros de convivência, Programa de Saúde da Família (PSF) da cidade de Itabira e também através de contato informal. Este cálculo foi baseado nas variáveis de teste funcional do estudo realizado por Guimarães et al (2004)12.

Para serem incluídos neste estudo os participantes tiveram que apresentar: idade igual ou superior a 65 anos, ser do sexo feminino e residir na comunidade. Foram excluídos todos aqueles que apresentaram: alteração cognitiva (avaliada pelo Mini-Exame do Estado Mental)13 que comprometia à compreensão das atividades propostas; doenças neurológicas (Acidente Vascular Encefálico, Parkinson); doenças osteoarticulares nos membros inferiores com presença de dor, vestibulopatias em período de crise e praticantes de hidroginástica, uma vez que estas interferem diretamente no equilíbrio das participantes e consequentemente no risco de sofrerem quedas, sendo então variáveis de confusão para os resultados do presente estudo. As idosas que constituíram os grupos foram pareadas pela idade.

Instrumentos

Uma Ficha de Avaliação Inicial foi utilizada para a obtenção de dados demográficos e clínicos como idade, sexo, escolaridade, estado civil, IMC, comprimento de membros inferiores, dados de saúde atuais, medicamento em uso, presença de dor, prática de atividade física, auto-percepção de saúde, história de quedas, medo de cair, restrição de atividades, falta de equilíbrio e desempenho funcional através do teste Timed Up and Go (TUG).

Timed Up and Go (TUG)

Este teste tem como objetivo avaliar a mobilidade e o equilíbrio e consiste em medir o tempo gasto na tarefa de levantar-se de uma cadeira (a partir da posição encostada), andar 3 metros até um demarcador no solo, girar e voltar andando no mesmo percurso, sentando-se novamente com as costas apoiadas no encosto da cadeira. A instrução dada é que o idoso execute a tarefa de forma segura e o mais rapidamente possível. Os autores admitiram como tempo normal para a realização da tarefa por adultos saudáveis, 10 segundos; considera-se que 11 a 20 segundos sejam os limites normais de tempo para idosos frágeis ou pacientes deficientes; mais de 20 segundos é considerado um valor indicativo da necessidade de intervenção adequada2, 14.

Perfil de Atividade Humana (PAH)

Este instrumento foi traduzido e adaptado transculturalmente por Souza et al (2006)15. É utilizado na avaliação do nível funcional e de atividade física de qualquer indivíduo. Constitui-se de 94 atividades rotineiras, que variam de um nível funcional baixo a um nível funcional alto, categorizadas de acordo com a classificação internacional de funcionalidade, abordam os domínios atividade e participação15.

Para cada um deles existem três possíveis respostas: "ainda faço", "parei de fazer" ou "nunca fiz". Calculam-se os escores primários: o escore máximo de atividade (EMA), o escore ajustado de atividade (EAA) e a idade de atividade. O EMA corresponde à numeração da atividade com a mais alta demanda de oxigênio que o indivíduo "ainda faz". O EAA é calculado subtraindo-se do EMA o número de itens que o indivíduo "parou de fazer", anteriores ao último que ele "ainda faz"15. O índice idade de atividade fornece uma estimativa da idade equivalente ao EMA alcançado pelo indivíduo e corresponde à idade na qual 50% dos adultos saudáveis de uma dada idade e sexo superam aquele EMA15

Essa forma simples de pontuação fornece uma medida rápida e significativa da alteração dos níveis de energia e possibilita comparações entre os níveis de atividade de populações saudáveis e com alguma disfunção15.

QuickScreen

Este protocolo foi utilizado para avaliar o risco de quedas. Inicialmente as participantes são indagadas quanto a quedas anteriores e uso de medicamentos. Em seguida é realizado teste para acuidade visual através do teste de Snellen, teste de sensibilidade tátil utilizando o estesiômetro, onde o monofilamento de nylon do tipo "Semmes-Weinstein", da cor vermelha (pressão de 4,0g) é aplicado perpendicularmente sobre a pele da participante na região do maléolo lateral até produzir uma curvatura no fio; sentadas e com os olhos fechados são solicitadas a indicar cada toque percebido respondendo "sim" e teste de força, tempo de reação e equilíbrio, no qual incluem os seguintes testes: equilíbrio estático na posição semi-tandem, step alternado e sentado para de pé. Para o teste posição semi-tandem, é solicitado à participante que permaneça em pé, com os pés separados lateralmente por 2,5 cm e com o calcanhar do pé que estiver na frente afastado 2,5 cm do hálux do pé que estiver atrás. A participante pode escolher qual o pé ficar na frente e permanecer 30 segundos nesta posição, com os olhos fechados. É registrado o tempo que ela é capaz de manter-se na posição sem dar um passo ou abrir os olhos. Caso a participante permaneça nessa posição por um tempo inferior a 5 segundos, deve ter uma segunda tentativa e é considerada aquela de maior tempo.

Em seguida, é realizado o teste step alternado, nele a mesma é instruída a colocar alternadamente o pé direito e esquerdo sobre um degrau, o mais rápido possível. O pé deve ser colocado completamente sobre o degrau. É registrado o tempo gasto para colocar os pés, alternando entre o direito e esquerdo, oito vezes.

Finalmente, no teste sentado para de pé, é utilizada uma cadeira sem braços e com 43 cm de altura. As participantes são instruídas a levantarem e sentarem da cadeira cinco vezes, o mais rápido possível. Durante o teste as participantes devem manter os braços cruzados na frente do corpo. O teste inicia com a participante sentada e o cronômetro é interrompido quando a participante concluir o quinto movimento de levantar-se.

Desta forma, o instrumento fornece o número de fatores de risco para quedas que o idoso apresenta16. Considerando que não existe adaptação do instrumento para população brasileira e que seus itens não apresentam viés cultural, foi realizada uma tradução linguística e semântica do mesmo por um tradutor bilíngue.

Procedimentos

As participantes foram inicialmente contactadas por telefone, passando por uma triagem inicial. As que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão e se disponibilizaram foram convidadas a comparecerem na Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (FUNCESI). Inicialmente, cada participante recebeu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), contendo informações sobre o estudo. As voluntárias que concordaram em participar do estudo assinaram o TCLE. Todas receberam cópia do formulário. Em seguida, foram coletadas informações sobre os aspectos clínicos e demográficos, seguido da aplicação do Mini-Exame do Estado Mental para rastrear déficits cognitivos. Posteriormente, foram avaliadas quanto à mobilidade funcional através da aplicação do TUG e quanto ao nível de atividade física através da aplicação do PAH, sendo classificadas e alocadas para os grupos: inativo (GI) n=17, moderadamente ativo (GM) n=16 ou ativo (GA) n=17. Em seguida, as participantes dos três grupos respectivamente foram avaliadas quanto ao risco de sofrerem quedas através da aplicação do QuickScreen Test.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte registrado neste CEP sob número 067/2009.

Análise Estatística

A análise descritiva foi realizada para todos os dados. Foi utilizado o programa SPSS, versão 14.0 para Windows. O nível de significância foi estabelecido em a=0,05. O teste Shapiro-Wilk foi utilizado para avaliar a normalidade da distribuição dos dados intervalares. Como estes apresentaram distribuição normal, foi utilizado o teste One-Way Anova para comparação dos fatores de risco para quedas nos grupos com diferentes níveis de atividade, com aplicação do teste Post-Hoc Bonferroni. Para comparação das variáveis categóricas ordinais medo de cair e auto-percepção de saúde foi utilizado o teste Mann-Whitney U, com correção de Bonferroni para o nível de significância (a=0,0166).

 

RESULTADOS

As participantes deste estudo tiveram um intervalo de idade entre 65-85 anos, com uma média de 71,62+5,49. Os escores do Mini-Exame do Estado Mental variaram entre 18-31 (24,94+2,76); não havendo diferença significativa entre os grupos. Não houve diferença estatisticamente significativa em relação à idade e ao IMC entre os grupos, garantindo a similaridade destes em relação a estas variáveis. As médias e desvios padrão para idade em relação aos grupos GI, GM e GA foram (72,12+5,66; 73,13+6,26; 69,71+4,12), já em relação ao IMC foram (28,34+5,02; 26,35+4,34; 26,37+4,40) respectivamente. Das 50 idosas avaliadas, 26 (52%) sofreram quedas no ano anterior e 24 (48%) não caíram. Neste período, o número máximo de quedas foi 4 no GI, 3 no GM e 2 no GA.

Em relação à prática de atividade física, 28% da amostra não praticavam nenhuma atividade. Das voluntárias que praticavam alguma atividade física, 42% delas participavam do Projeto Vida Ativa 2 vezes por semana durante 40 minutos; 26% realizavam caminhada entre 2 e 4 vezes por semana e 10% 5 vezes por semana, sendo que a duração foi relatada como superior a 30 minutos por 22% das idosas e igual ou inferior a 30 minutos por 14% destas; 20% praticavam academia numa frequência de 2 a 4 vezes por semana, com duração de 40 a 120 minutos.

As variáveis relacionadas ao risco de quedas estão descritas nas tabelas 2, 3 e 4. Observou-se que, para a maior parte das variáveis analisadas, as médias apresentavam uma sequência indicando piores resultados no GI, resultados intermediários no GM e resultados melhores para o GA, em relação ao risco de quedas.

 

 

 

 

 

 

Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em relação às variáveis Timed Up Go (p= 0,000); Número de Quedas há 1 ano (p=0,024); Step Alternado (p=0,024); Sentado para de pé (p=0,047); Número de Fatores de Risco (p=0,041); Auto-percepção de Saúde (p=0,034) e Medo de Cair (p=0,002)

 


Figura 1

 

DISCUSSÃO

Os resultados da análise dos aspectos demográficos e clínicos encontrados demonstraram que os grupos avaliados são estatisticamente semelhantes. Esta similaridade é importante para permitir a comparação do risco de quedas entre os grupos, pois reduz a possibilidade de outras variáveis influenciarem os resultados, aumentando assim a validade interna do estudo.

Com relação ao número de idosas que sofreram quedas no ano anterior, o presente estudo teve como resultado um percentual de 52% de idosas caidoras; semelhante ao estudo de Fabrício et al. (2004)3, no qual 54% dos idosos relataram queda. Em contrapartida, outros estudos demonstram resultados controversos a este, indicando uma menor frequência de idosos caidores. Guimarães e Farinatti (2005)17 obtiveram um percentual de 43% de idosos caidores. Outros estudos demonstraram uma prevalência de quedas ainda inferior a esta, como 37,5% (Ribeiro et al., 2008)18 e 31% (Perracini e Ramos, 2002)6. Acredita-se que isso possa estar atribuído ao fato de que o presente estudo teve uma amostra constituída somente de participantes do sexo feminino, que é considerado um fator de risco intrínseco para quedas2. Pereira et al. (2001)19 asseguram que no Brasil, a frequência de quedas é maior em mulheres do que em homens da mesma faixa etária. Outro fator que pode ter influenciado é em relação aos diferentes níveis de atividade física apresentados pelas idosas desta amostra. É possível que nos estudos anteriores, o nível de atividade física dos participantes tenha sido superior ao do presente estudo. A alta frequência de quedas no GI deste estudo (70,6%) pode ter contribuído para o grande número de idosas caidoras observado.

De acordo com o American College of Sports Medicine Guidelines e American Heart Association (ACSM/AHA), para adultos saudáveis acima de 65 anos, é preconizado atividade física de intensidade moderada 5 vezes por semana, com duração de 30 minutos. Neste estudo foi evidenciado um percentual baixo de idosas que praticam atividade física como estabelecido pelo ACMS/AHA, apenas 10% da amostra total. Estes dados revelam que a população idosa não tem realizado atividade física como recomendado e demonstra a necessidade de investir em protocolos educativos quanto à prática de atividade física regular segundo a ACMS/AHA20.

Observou-se que todas as variáveis indicativas de risco de quedas avaliadas demonstraram uma sequência indicando melhora do resultado à medida que se aumentava o nível de atividade do grupo. Foi encontrada diferença significativa entre os grupos para todas estas variáveis, exceto para o tempo que a idosa conseguia permanecer na posição semi-tandem. Este resultado demonstra que o risco de quedas é maior em idosas com menor nível de atividade e que isto acontece mesmo em relação a variáveis que não são afetadas diretamente pelo exercício, como a auto-percepção de saúde e medo de cair. Em relação ao teste de equilíbrio estático semi-tandem, é possível que ele não tenha sido sensível para detectar diferenças, uma vez que a maioria das idosas teve um bom desempenho neste teste.

Na análise post hoc, houve diferença significativa entre os grupos GI x GA e GI x GM em todas as variáveis, exceto auto-percepção de saúde e número de fatores de risco, que demonstrou diferença apenas entre GI e GA. Foi detectada diferença significativa entre os grupos GM x GA somente no Timed Up and Go. Assim, o número de quedas, o número de fatores de risco para quedas avaliados pelo QuickScreen, o tempo gasto para executar os testes sentado para de pé, step alternado e TUG, o medo de cair e a auto-percepção de saúde foram inferiores no GM e GA em relação ao grupo de idosas sedentárias, indicando menor risco de quedas para estes. Estes dados sugerem que mesmo um nível de atividade física moderado parece ser benéfico para a redução do risco de quedas e já demonstra uma diferença significativa em relação às idosas sedentárias. Além disso, de acordo com os resultados, o teste de mobilidade funcional TUG mostrou ser sensível para diferenciar os grupos de diferentes níveis de atividade física e risco de quedas. Este teste tem relação com equilíbrio, velocidade de marcha e capacidade funcional, que estão relacionadas diretamente com a propensão a quedas12.

Este resultado foi semelhante ao de estudos anteriores, como no de Guimarães et al. (2004)12 que encontrou diferenças significativas para menor propensão a quedas em idosos que praticam atividade física em relação ao TUG, entretanto não foi utilizado nenhum instrumento padronizado para avaliar o nível de atividade, o qual classificou como ativos aqueles idosos que estariam praticando atividades físicas regularmente nos últimos três anos; já no presente estudo foram avaliados três níveis de atividade através da aplicação do PAH.

Os resultados deste estudo também estão de acordo com as evidências que demonstram que a prática de exercícios físicos promove efeitos benéficos na melhora da capacidade funcional, equilíbrio, força muscular, flexibilidade, coordenação e velocidade de movimento1, 9. Além disso, tem sido demonstrado que a atividade física é uma das modalidades terapêuticas que melhora a mobilidade física e postural do idoso, podendo estar diretamente relacionada com a diminuição de quedas12.

O presente estudo comparou o nível de atividade física e o risco de quedas em idosas, controlando as variáveis clínicas e demográficas que poderiam influenciar nestes desfechos. De acordo com este estudo, idosas com maior nível de atividade física apresentam menor risco de quedas em relação a idosas sedentárias. Entretanto, pelo delineamento transversal do estudo, não é possível determinar se a prática de atividade física causa a redução no risco de queda. Outra limitação deste estudo é que o mesmo foi baseado em estratégias recordatórias, que podem conter viés de memória e assim, apresentar menor precisão.

Sendo assim, são necessários mais estudos que investiguem a relação entre o nível de atividade física e o risco de quedas em idosas, com delineamento longitudinal e prospectivo, de forma que seja possível investigar se existe uma relação causal entre o nível de atividade e o risco de quedas. Além disso, considerando que o presente estudo demonstrou que os fatores de risco para quedas diferem nas idosas de acordo com o nível de atividade, é importante que estudos avaliem o risco de quedas em diferentes populações, controlem o nível de atividade dos participantes, para que este não exerça um papel de variável de confusão.

 

CONCLUSÃO

A partir dos dados deste estudo, conclui-se que idosas residentes na comunidade, com diferentes níveis de atividade física, apresentam diferenças no risco de sofrerem quedas. As idosas classificadas como moderadamente ativas e ativas possuíram menor risco de quedas quando comparadas a idosas inativas. Desta forma, os achados deste estudo apontam para a importância da manutenção de um estilo de vida mais ativo para idosas brasileiras vivendo na comunidade.

 

REFERÊNCIAS

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Eliane Carneiro SilvaI; Natália Barcelar DuarteII; Paula Maria Machado ArantesIII

IBacharelando em Fisioterapia pela Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira
IIBacharelando em Fisioterapia pela Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira
IIIProfessor assistente da FUNCESI e Doutoranda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Endereço para correspondência:
Eliane Carneiro Silva
Rua Hermínio Muzzi, 64. Centro
35910-000. Santa Maria de Itabira-MG, Brasil
elianerara@yahoo.com.br / Telefone: (31) 8863 0594
ago. 2010

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terça-feira, 29 de maio de 2012

Video: alongamentos para após o treino de corrida






A série de alongamentos após os treinos devem ser realizada com moderação. O alongamento depois da corrida ajuda no relaxamento muscular e evita o desconforto. Em treinos com intensidade alta ou longas distâncias, a musculatura fica estressada. Se forçar demais, pode causar a lesão.

O ideal é que exercícios para aumentar a flexibilidade sejam realizados em dias alternados aos treinos de corrida ou em outros períodos, com pelo menos seis horas de intervalo.
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segunda-feira, 28 de maio de 2012

7 dicas para fazer seu treino bombar


Depois que o treino entra para a rotina, o desafio é outro: descobrir maneiras de variar as atividades em busca de mais resultados. No caso da musculação, a meta é conseguir formas mais definidas, enquanto os aeróbios valem como alternativa para queimar gordura mais rapidamente. "Mas vale lembrar que a musculação também precisa entrar na lista de quem quer emagrecer de forma saudável", afirma o personal trainer Diego Rodrigues, da empresa Rio Dez. "Quem faz musculação tem o metabolismo 12% mais acelerado no pós-treino, perdendo gordura e ganhando músculos (massa magra)", afirma. Para acelerar seu terino, veja as dicas dos especialistas. 


mulher treinando no pulley - Foto Getty Images

Aparelhos novos
O corpo ganha eficiência a cada vez que você repete o mesmo treino. Isso quer dizer que, continuando muito tempo com a mesma carga e o mesmo tipo movimento, você deixa de desafiar os músculos. "O ideal é ter um nível de esforço suficiente para que os músculos apresentem microlesões e tenham que se recuperar, vem deste processo o desenvolvimento de músculos maiores e mais definidos", afirma o persosnal trainer. Arriscar novos aparelhos na academia, com movimentos diferentes dos habituais, traz novos estímulos às fibras musculares e rende mais eficiência no treino. 

três pessoas treinando na bicicleta ergométrica - Foto: Getty Images

Treino intervalado
Esse tipo de treino consiste em alternar a intensidade dos exercícios, intercalando picos de esforço em um ritmo moderado ou forte, com pausas de recuperação em ritmo leve. Um exemplo é fazer um minuto de pedalada intensa na bicicleta, seguido de um minuto de pedalada suave. "Essa prática contribui muito para a melhora do condicionamento cardiorrespiratório, redução de gordura e aumento da captação de oxigênio, o que melhora o funcionamento das células, em geral", afirma Diego Rodrigues.  

homem treinando no elíptico - Foto: Getty Images

Acrescente potência
A lógica aqui é muito parecida com a do treino intervalado. Durante uma série longa, você pode acrescentar momentos de "explosão", ou seja, aumentar a velocidade e a intensidade do exercício repentinamente e manter o ritmo durante cinco minutos, por exemplo - sempre com a orientação do personal trainer. "Os exercícios de potência ajudam no gasto calórico, por manter o metabolismo em alta o tempo todo", afirma o personal trainer Juliano Farah, da Cia Athlética de Brasília. No entanto, ele alerta que não se deve abusar dessa prática, pois ela exige muito da musculatura e pode causar lesões.  

mulher exercitando as pernas - Foto: Getty Images

Treino em circuito
O fisiologista do exercício Rodrigo da Silveira Mello, personal trainer na academia Aker Fitness, explica que o treino em circuito acelera o metabolismo durante atividade e proporciona um gasto calórico maior. "Um exemplo seria um circuito de oito exercícios, incluindo uma série de cada sem intervalo entre eles. Ao final dos exercícios, você faz uma corrida breve na esteira", diz Rodrigo. Mas esse tipo de treino deve ser evitado por alunos iniciantes, pois o nível de exigência é maior. 

homem treinando na esteira - Foto: Getty Images

Intercale com a esteira
Já experimentou caminhar na esteira no descanso entre uma série e outra? Segundo Diego Rodrigues, essa prática vai manter o metabolismo acelerado, consequentemente a frequência cardíaca também, proporcionando um gasto calórico maior. "Mas converse com seu professor antes de fazer isso. Nem todo aluno tem condicionamento físico e muscular para isso". 

homem levantando um haltere - Foto: Getty Images

Aumente a carga
Depois de um período fazendo musculação com as mesmas cargas, o músculo se acostuma com a força empregada. Por isso é importante aumentar a carga do exercício de tempos em tempos, mas sempre com orientação de um professor. "Todo movimento tem foco em um músculo ou numa cadeia muscular, quando a carga é excessiva, o foco do músculo alvo se perde e há sobrecarga compensatória em outros músculos e até nas articulações, ou seja, o exercício perder a eficiência e pode até provocar lesões", afirma Diego Rodrigues.  

mulher concentrada no treino - Foto: Getty Images

Mantenha o foco
Manter o foco durante o exercício pode aumentar em até 20% o ganho de força na hora da execução, de acordo com pesquisadores do Reio Unido. "Quando falta foco ao treino, menos fibras musculares são solicitadas e ainda há risco de lesões, porque os movimentos podem ser feitos de maneira correta", afirma o professor de educação física Diego.

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Plano de Aula: Pesquisa sobre brincadeiras de pegar

Objetivo 


- Ampliar o repertório de brincadeiras tradicionais de pegar.

Material necessário 


- Livros sobre as brincadeiras de pegar, como:

   - Arte de Brincar - Brincadeiras e Jogos Tradicionais (Adriana Friedmann, 216 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2233-9000, 36,60 reais)

   - Giramundo e Outros Brinquedos e Brincadeiras dos Meninos do Brasil (Renata Meirelles, 208 págs., Ed. Terceiro Nome, tel. (11) 3816-0333, 63 reais).

- Site Mapa do Brincar.

- Computador com acesso à internet.

Flexibilização
Ter um intérprete de Libras é fundamental para que as crianças com deficiência auditiva participem desta pesquisa. É importante, também, que os pequenos sejam acostumados, desde cedo, a fazer a leitura orofacial, para que se comuniquem melhor com os colegas. O uso de imagens - tanto nos livros, quanto no computador, ajuda as crianças surdas nesta atividade. Há, também, sites cujos conteúdos são interpretados em Libras. Se necessário, amplie o tempo de pesquisa para que a criança conte com a ajuda dos familiares e do educador responsável pelo atendimento educacional especializado.

Desenvolvimento
Converse com os pequenos sobre as brincadeiras de pegar que eles conhecem e convide-os a conhecer outras, consultando livros e o site recomendado. Acompanhe o momento, ajudando a turma a manipular o material e a navegar no site. Destaque a importância de buscar dados históricos e culturais sobre a diversão. Peça também que conversem com os familiares para descobrir outras regras e nomes da brincadeira: eles podem mandar bilhetes. Para socializar as informações, reúna a turma e convide o grupo a comparar as novidades com as brincadeiras já conhecidas. Quais as diferenças? Alguma novidade é parecida com as brincadeiras realizadas? Como são as regras?

Avaliação
Observe se as crianças estabelecem relações entre as brincadeiras novas e as já conhecidas.

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sábado, 26 de maio de 2012

Hidratação e Atividade Física


A realização de exercício físico aumenta a produção de calor, de modo que o organismo precisa acionar mecanismos para eliminá-lo. O acúmulo de calor durante o exercício pode elevar a temperatura corporal a índices incompatíveis com o que suporta nosso corpo.??Para isso existe a sudorese (suor), que implica na perda de calor por meio da eliminação de água e eletrólitos. Neste contexto, produzimos o suor, que é lançado na pele e, em seguida, evaporado. Por isso, ambientes quentes e úmidos são particularmente estressantes quanto à manutenção da temperatura. ??

Assim, em ambientes quentes e com umidade elevada, a desidratação e a elevação da temperatura que acompanha (hipertermia) são as principais causas da fadiga durante o exercício. Dessa forma, a sudorese é positiva uma vez que permite ao organismo manter sua temperatura durante a realização da atividade física.?

Em atividades com duração superior a 30 minutos, as bebidas esportivas são mais eficazes do que a água, pois: a ingestão de bebidas esportivas contendo carboidratos (CHO) eletrólitos estimula significativamente bem mais a absorção intestinal de fluidos, reduzindo a diurese, em comparação com a água; as bebidas fornecem carboidratos, melhorando o desempenho em atividades prolongadas e intensas; quando os indivíduos consomem bebidas esportivas, a percepção subjetiva do esforço é menor; o sódio aumenta o paladar e a absorção de água no intestino;as bebidas esportivas apresentam paladar superior em relação a água, o que encoraja a maior ingestão; as bebidas promovem a reposição de água e de eletrólitos de modo mais eficiente após o exercício; É também recomendado a ingestão de líquidos (200 a 300 ml) cinco a 10 minutos antes do início do treinamento físico. ??

Você mesmo pode preparar sua bebida. Mas fique atento, sucos de frutas não são adequados para serem consumidos durante o exercício, pois neles a concentração de CHO é o dobro da concentração de bebidas esportivas e a de sódio é abaixo do ideal. Além disso, o principal CHO (carboidrato) que um suco apresenta é a frutose, responsável por problemas gastrointestinais em alguns indivíduos. Fique também atento à coloração de sua urina: cor clara significa que você está bem hidratado. Levando-se em consideração estes aspectos e sob a orientação de um profissional especializado, certamente ótimos treinos virão.
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Exercício físico não melhora colesterol, aponta estudo


Abandonar o sedentarismo na fase adulta na tentativa de controlar o colesterol e o triglicérides é ineficaz. Mas o exercício físico, embora não funcione como tratamento contra o problema, pode atuar na prevenção, especialmente se for praticado desde a infância, na intensidade adequada. Essa é a conclusão de uma tese de doutorado defendida na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) com base em um levantamento feito com 2.720 voluntários, parte deles da capital.

A pesquisa avaliou as alterações dos níveis de gordura no sangue, disfunção conhecida como dislipidemia, durante infância, adolescência e fase adulta. Esse tipo de problema atinge 12% dos brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, mais que o dobro do porcentual de diabéticos no País. o professor Rômulo Araújo Fernandes, do Departamento de Educação Física da Unesp de Presidente Prudente e autor do estudo disse:

— Menos de 5% dos entrevistados que praticaram exercícios na infância e na adolescência e continuaram com suas atividades apresentaram a doença.

O dado obtido pelo pesquisador evidencia a importância de se incorporar a prática de exercícios à rotina desde cedo. O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, chefe do Serviço de Nutrição do  Hcor (Hospital do Coração) come

— O hábito é preventivo e deve ser cultivado, pois os efeitos positivos terão reflexos a longo prazo, na fase adulta ou quando o indivíduo for idoso.

A tendência entre o público infantil, porém, é inversa: as crianças paulistas já estão mais sedentárias do que os adolescentes, segundo um estudo com 2.500 estudantes realizado pelas secretarias estaduais da Saúde e da Educação, divulgado pelo Jornal da Tarde em 2011.

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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Alongar ou não alongar? Eis a questão!

A indicação dos alongamentos varia bastante de profissional para profissional. Essa falta de consenso entre educadores físicos, fisioterapeutas e ortopedistas foi o estopim para que centros universitários de todo o mundo se debruçassem em estudos sobre o assunto. Os resultados, entretanto, foram bem diferentes do que se esperava. A primeira informação contestada é a de que os alongamentos podem prevenir lesões quando praticados antes ou depois das atividades físicas. Os pesquisadores Robert Herbert e Marcos de Noronha, da Universidade de Sydney, revisaram dez estudos sobre o tema e não encontraram diferenças estatísticas entre os grupos que se alongavam e os que pulavam a atividade.

Para evitar acidentes, o mais indicado seria investir nos chamados exercícios de aquecimento, como polichinelos ou pequenas corridas sem sair do lugar. "O alongamento não tem a função primordial de aquecimento. Para aquecer é importante aumentar o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos e músculos", explica Debora Reis Garcia, professora do curso de educação física da Universidade São Francisco (USF).

Efeito analgésico
Ironicamente, a coisa muda de fIgura nos estudos em que são avaliados pacientes com dores crônicas. Nessas situações, o alongamento sai na frente de práticas consideradas consagradas no alívio da dor. Uma pesquisa liderada pela pesquisadora Karen Sherman e publicada na revista Archives of Internal Medicine dividiu pacientes que sofriam dores crônicas na lombar em três grupos: aqueles que tiveram aula de alongamento, de ioga ou que apenas leram livros sobre como lidar com o problema. Três meses depois, os participantes que se esticaram foram os que mais relataram melhoras na dor sem o uso de medicamentos.

Bê-á-bá dos exercícios

Cabeça e pescoço
Em pé ou sentado, realize a flexão lateral da cabeça com uma das mãos, enquanto a outra fica estendida ao longo do corpo. Depois de alguns segundos, repita do lado contrário. Este exercício serve para alongar a musculatura lateral do pescoço.


Perna
Sentado, estenda uma das pernas enquanto a outra é flexionada. Incline o troco à frente e alongue os músculos posteriores da perna. Outra possibilidade é alongar-se em pé. Nesse caso, flexione uma das pernas com o calcanhar em direção ao glúteo. Bom para quem pratica caminhada ou esportes coletivos.

 

 

 

Mão e punho
Com o braço estendido à frente do corpo, flexione o punho, segurando-o com a mão contrária.

Ombros
Em pé ou sentado, cruze um dos braços à frente do peito. Segure-o com a mão contrária na altura do cotovelo. "O exercício é indicado para quem trabalha no computador, esportistas e donas de casa", indica Lincoln Adami, da Academia Gustavo Borges de Londrina (PR).

 

 

 

Braços
Com o braço estendido acima da cabeça, flexione o cotovelo com a mão na direção das costas. Coloque a mão contrária no cotovelo. Este exercício tem o objetivo de alongar o tríceps.

 

Panturrilha
Em pé, desloque uma perna à frente, enquanto a outra fica estendida atrás. Este exercício tem o objetivo de alongar os músculos da panturrilha.

 

enefícios reais
Mas aliar os alongamentos com exercícios físicos é algo ruim? A resposta é não. Segundo Debora, alongar-se antes de suar a camisa é um modo de preparar o corpo para o esporte. "Já o alongamento feito ao final de exercícios diversos - como caminhadas, corridas ou atividades domésticas - tem como objetivo compensar a musculatura que foi mais utilizada", indica a educadora física.

A prática também é excelente para os atletas que querem melhorar seu desempenho nos treinos. Segundo um estudo liderado por Arnold Nelson, professor associado da Universidade de Louisiana (EUA), os alongamentos periódicos aumentaram a resistência muscular, o desempenho em saltos e a força nos profissionais que se submeteram a treinos regulares. Entretanto, não é necessário exagerar na dose para conseguir bons resultados. Aumentar a intensidade dos exercícios pode potencializar microlesões musculares, principalmente nos adeptos da musculação. "O ideal é trabalhar a flexibilidade outro dia que não o da musculação ou em outro período. Mas se desejar realizá-los após o treino, a intensidade deve ser leve ou moderada", pontua.

Por fim, alongamentos são fundamentais para aumentar a flexibilidade. Mas para aperfeiçoar essa habilidade motora é necessário ter disciplina. "Os exercícios devem ser realizados ao menos duas vezes por semana. O tempo de execução deve ser superior a 30 segundos em cada movimento", completa.

Sinal verde
Praticamente todo mundo pode se alongar. A restrição fica por conta de quem apresenta problemas nas articulações, nos ossos, nos músculos e na coluna, como no caso da hérnia de disco. "Em linhas gerais, todos podem praticar alongamentos, desde que orientados para a execução correta dos movimentos. Mesmo pacientes acamados, quando bem orientados, podem realizá-los", esclarece Debora.

Mas muita gente não adere aos alongamentos porque sente um ligeiro desconforto. Salvo exceções, esse incômodo é normal. Sua aparição está vinculada ao aumento da flexibilidade de músculos e articulações. "Ele funciona como um mecanismo de alerta do próprio organismo para evitar que a sobrecarga nos tendões e articulações provoque danos. Ele deve ser tolerado em certa medida para que a flexibilidade aumente", explica.

Muita gente não adere aos alongamentos porque sente um ligeiro desconforto. Salvo exceções, esse incômodo é normal

Entretanto, a regra é não aumentar a intensidade dos alongamentos a ponto de extrapolar os limites pessoais. Nos alongamentos que antecedem a caminhada ou a faxina da casa, por exemplo, não há necessidade de ir além do início do desconforto. "Além disso, a duração do exercício para cada segmento corporal não deve exceder 15 segundos. Já para atletas profissionais, o grau de tolerância à dor pode ser maior", completa Debora.

Flexibilidade ampliada
Algumas dicas simples podem deixar os alongamentos mais eficientes, como expirar e inspirar corretamente. "A respiração aumenta a oxigenação dos músculos, a fluidez do sangue e a lubrificação das articulações. O aluno também fica mais concentrado para alcançar a amplitude do movimento", esclarece a professora.

Usar acessórios como faixas elásticas e barras para apoio é outro segredo para potencializar a atividade. Entretanto, nada mais eficiente - e divertido - do que alongar-se acompanhado de um amigo ou em grupo. "O apoio da dupla pode ainda auxiliar no aumento da amplitude do movimento", finaliza a profissional.

Fonte

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Conhecer as danças na Educação Física


Objetivos
- Descrever, demonstrar e adaptar danças conhecidas.
- Conhecer seus contextos de criação e de prática.
- Identificar a gestualidade das danças e dar significados a elas.
- Reconhecer a atividade como um patrimônio cultural.

Conteúdos
- Conhecimento sobre a origem e as características das danças.
- Vivências corporais rítmicas e expressivas.
- Técnicas específicas das danças vivenciadas pelos alunos.

Anos
3º e 4º anos.

Tempo estimado
Oito aulas.

Material necessário
Folha de papel pardo e pincel atômico.

Flexibilização
Alunos com deficiência intelectual costumam aprender melhor com a repetição de atividades. Por isso, antes de dar início à sequência didática, recomende que ele entre em contato com diferentes danças no contraturno, na sala de recursos. Apresente filmes e figuras. Também vale questionar quais são as músicas favoritas do aluno. Caso ele apresente dificuldades para expressar preferências, faça com que ele escute diferentes estilos musicais e indique quais mais gostou. O aluno com deficiência intelectual também pode participar das demonstrações de dança. Amplie o tempo da atividade para que ele ensaie com os colegas. Se ele tiver algum comprometimento motor, pode ser conduzido por um colega. Sugira que o aluno com deficiência intelectual também ensine gestos à turma nas vivências de diferentes danças. Amplie o tempo da etapa de pesquisa, pois é importante que o aluno repita ações e estabeleça relações com o cotidiano (pesquisar com a família, por exemplo, é uma boa alternativa). A visita a um local onde se dança vai ajudar muito o aluno com deficiência intelectual. Estimule-o a dar sua opinião e a fazer perguntas. Avalie se ele evoluiu nos conhecimentos que tinha da dança e conseguiu acompanhar alguns dos movimentos.

Desenvolvimento 


1ª etapa
Faça um mapeamento das danças conhecidas pelos alunos. Após registrar as informações, peça que os estudantes classifiquem os ritmos citados conforme o local da ocorrência, a época, os trajes, os participantes etc. Convide-os a trazer CDs com músicas que gostariam de dançar. O professor deve fazer o mesmo, considerando os registros encontrados.

2ª etapa
Organize demonstrações das danças citadas individualmente ou em grupo. Convide uma parte da turma a interpretar a manifestação apresentada e discuta as diferentes opiniões. Solicite o mesmo ao grupo que apresentou a dança.

3ª etapa
Distribua a turma em grupos e organize a vivência de três diferentes danças. Os autores das demonstrações na etapa anterior, bem como os eventuais interessados, apoiarão os colegas na aprendizagem das coreografias, uma por vez. Estimule a produção de novos gestos nos grupos.

4ª etapa
Consulte a turma sobre seus interesses. Coletivamente, elabore questões. Exemplos: Qual a origem?, por que se dança desse modo?, o que significam esses movimentos?, por que as pessoas ocupam essas posições? Converse sobre os meios de encontrar as respostas. Algumas delas podem ser obtidas em classe, outras por meio da internet, de livros, de familiares e de amigos. Oriente o formato dos registros (caderno, gravador, máquina fotográfica etc.) e combine uma data para a socialização das descobertas. Isso pode ser feito em pequenos painéis, seminários e exposição de trabalhos.

5ª etapa
Uma parte das informações será obtida com a ajuda de pessoas que estão ou já estiveram em contato com as danças. É possível agendar uma visita a um local onde se dança um dos ritmos sugeridos ou receber convidados para uma entrevista. Assim, os estudantes têm a chance de dialogar com eles e reconhecer outras pessoas como agentes da cultura. Os alunos devem estar preparados para fazer perguntas (Quem participa dessa dança? Como é a aprendizagem? Existem ensaios? Como ocorrem? O que significam os trajes?) e registrar as informações coletadas. Depois, ajude-os a identificar semelhanças e diferenças entre seus conhecimentos iniciais e os recém-adquiridos.

Avaliação
Organize uma conversa com os alunos e identifique possíveis modificações nos modos como concebiam as danças estudadas. Proponha uma análise coletiva dos registros e peça que todos falem sobre eventuais mudanças no modo de ver as danças.

Consultoria: Marcos Garcia
Professor da Faculdade de Educação da USP.

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Artigo: Atividade física como ferramenta de promoção e manutenção da saúde física e mental de adolescentes

Introdução

    A prática de atividades físicas tem sido um fator importante para a prevenção de doenças e uma melhor qualidade de vida, manutenção da saúde seja ela física ou mental (ALVES et al., 2005; MATIAS et al., 2010). Nesse sentido, Seabra et al. (2008) afirma que a epidemia atual de inatividade física e sedentarismo tem afetado especialmente a faixa etária que compreende os adolescentes, tornando-se um problema de saúde pública da sociedade atual. O sedentarismo entre os adolescentes é elevado tanto em países ricos quanto nos menos desenvolvidos, o que é acompanhado pela redução dos índices de aptidão física dessa com o passar dos anos em algumas populações (HALLAL et al., 2006).

    Esses dados apontam para uma perigosa estatística futura de adultos sedentários, ao passo que o sedentarismo pode ser precursor e agravar problemas cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial, além de aspectos relacionados à saúde mental. Reforçando assim, a importância da atividade física na adolescência (PITANGA e LESSA, 2005).

    A adolescência é um tempo de descobertas, que se caracteriza por profundas e abrangentes mudanças nos aspectos físicos e psicológicos (LIRA e DIMENSTEIN, 2004). Trata-se de um período de emoções intensas, pois nessa fase do desenvolvimento as pessoas começam a entrar em harmonia com a própria sexualidade, a necessidade de auto-afirmação, dentre outras situações que desviam a atenção dos adolescentes e diminuindo o nível da prática de atividade física (PIRES et al., 2004).

    Baseando nessa problemática que envolve a prática de atividade física na adolescência, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre os níveis de atividade física na adolescência, apresentando os benefícios físicos e mentais relacionadas à prática de atividade física.

Fatores associados à prática de atividade física na adolescência

    Segundo Sallis (2000), a redução dos níveis de atividade física é um fenômeno evidente na literatura epidemiológica durante a adolescência. Para o Pra o autor, a redução ocorre, geralmente entre os 13 e os 18 anos, tanto para homens quanto para mulheres.

    Estudos norte americanos mostram que 54% dos adultos não praticam atividade física regularmente e mais da metade dos adolescentes têm vida sedentária, sendo que a maior parcela é do sexo feminino (ALVES et al., 2005).

    Ainda nessa problemática, Alves et al. (2005) verificaram se a pratica de esportes na adolescência exerceu influência na freqüência de atividade física e lazer na vida adulta. Entre os adultos investigados, apenas 22,5% eram praticantes de atividade física e lazer, no entanto, 94,1% destes adultos ativos foram atletas na adolescência. Neste caso, a prática sistemática de atividade física ou esporte contribuiu para uma vida adulta ativa.

    Como a atividade física na adolescência é fator importante para um adulto ativo, é necessário buscar iniciativas que estimulem os adolescentes para a prática levando em consideração a preferência dos adolescentes para determinada atividade física. Tal informação será preponderante para fomentar o esporte e a atividade física nessa faixa etária da população (AZEVEDO JUNIOR, ARAÚJO e PEREIRA, 2006).

    Muitos são os problemas que os adolescentes podem enfrentar nessa fase da vida, gravidez, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, obesidade, depressão e grande tempo livre dedicado a televisão, computador e jogos eletrônicos (GODINHO et al. 2000; MALCON, MENEZES e CHATKIN 2003; GOMES et al. 2002; PECHANSKY, SZOBOT E SCLVOLETTO 2004; PINHO e PETROSKI 1999; BAHLS 2002; SILVA e MALINA 2003).

    O nível de atividade física e o tempo despendido em frente à televisão têm sido, em muitos casos, associados com a ocorrência de sobrepeso/obesidade. Essa relação foi investigada com uma amostra de adolescentes e o sobrepeso/obesidade foi encontrado em 8,7% da amostra. Observou-se também que o sobrepeso ocorreu em indivíduos que assistem televisão mais de três horas/dia. A partir desse valor a prevalência aumenta proporcionalmente ao acréscimo no número de horas de TV (SILVA e MALINA, 2003).

    Outra ocorrência freqüente entre os adolescentes é o tabagismo, sendo mais um problema que pode causar transtornos a vida dos adolescentes. Horta et al. (2001), verificaram um elevado índice de tabagismo entre adolescentes, na amostra estudada, 11,1% eram fumantes regulares, 6,8% eram ex-fumantes e 82,1% nunca haviam fumado regularmente. Alguns fatores fizeram com que os adolescentes iniciassem no hábito de fumar, dentre eles estão: não estar estudando, reprovação escolar, pais separados e associação com o consumo de bebida alcoólica.

    Guedes et al. (2005) reforça a necessidade de uma intervenção com prática regular de atividade física para diminuição do tabagismo na adolescência pois, a tendência de aumento do risco de pressão arterial elevada e de lipídios pode aumentar duas vezes em fumantes quando comparados com não-fumantes.

    Segundo Seabra et al. (2008), o nível socioeconômico tem sido uma variável que pode influenciar sobre a quantidade de atividade física dos adolescentes. Seabra et al. (2008) e Viana, Andrade e Matias (2010) ainda afirmam que essa relação não está bem clara, pois os resultados dos estudos divergem e muitas vezes a instrumentação utilizada, para fazer a avaliação, pode estar confundido os pesquisadores.

    Os estudos são divergentes quanto à prática de atividade física na adolescência no Brasil, como podemos ver nos estudos: Silva e Malina (2003) encontraram uma prevalência de sedentarismo de 94% entre as meninas e 85% entre os meninos, indo contra aos estudos de Reis e Petroski (2005) e de Viana e Andrade (2010). No primeiro, foi encontrado 65,1% de meninos ativos e 47,6% de meninas ativas, já no segundo, 67,6% dos adolescentes praticavam algum tipo de atividade física com regularidade.

    Apesar dos estudos atuais mostrarem dados relativamente melhores para o nível de atividade física, a proporção de adolescentes sedentários ainda é muito alta (VIANA, ANDRADE e MATIAS 2010; SILVA et al., 2008; SOUZA E DUARTE, 2005; VASQUES e LOPES, 2009).

    Uma maior atenção deve ser dada para as meninas em relação à prática de atividade física pois, quando comparadas aos meninos, elas tiveram um nível significativamente baixo de atividade física e, conseqüentemente, maior nível de sedentarismo (MATIAS et al., 2009; MATIAS et al.,2010; VIANA e ANDRADE, 2010; VIANA, ANDRADE e MATIAS, 2010).

Benefícios da atividade física na adolescência

    Os benefícios da prática de atividade física para todas as idades já são conhecidos e bem documentados cientificamente. Apesar de todos conhecerem a importância da atividade física como promoção de saúde ainda há uma alta prevalência de sedentarismo em todas as idades. Entretanto, em adolescentes os estudos representativos são escassos e os resultados não são convergentes (TASSITANO et al., 2007).

    Observando o benefício da atividade física no combate da obesidade, Sabia, Santos e Ribeiro (2004) compararam o efeito do exercício físico aeróbio contínuo e exercício anaeróbio intermitente associado a uma orientação alimentar sobre as medidas bioquímicas e a capacidade física de adolescentes obesos. Os resultados foram satisfatórios para os pesquisadores, pois com um programa de treinamento e alimentação controlada conseguiram diminuir significantemente as medidas antropométricas nos dois tipos de exercício e mantendo também em números satisfatórios na avaliação bioquímica. Corroborando com o estudo anterior, Pinho e Petroski (1999) encontraram diminuição da taxa de adiposidade corporal em adolescentes devido à prática de atividade física.

    Adolescentes com atividade física regular demonstram melhor qualidade do sono, enquanto os adolescentes menos ativos possuem um sono ruim e com baixa eficiência, conseqüentemente, estes podem ter menor disposição ao longo do dia (MELLO e TUFIK, 2004). Corroborando com o estudo anterior, também foi encontrado que adolescentes mais ativos fisicamente tendem a ter melhores indicadores de estilo de vida que os sedentários, como atividade física regular, nutrição com qualidade, controlar o estresse, manter relacionamentos positivos e manter comportamentos preventivos (ROLIM et al., 2007; MATIAS et al., 2009).

    A atividade física também pode realizar um fator de melhora na auto-estima do adolescente, ela gera um sentimento de auto-aceitação de seus corpos e uma sensação de bem-estar com o seu "eu" físico, melhorando também sua competência esportiva e aptidão física (ZAMBONATO, 2008).

    De acordo com Matias et al. (2009), mesmo evidenciando que a relação não é tão clara, encontraram em uma amostra representativa de adolescentes que a atividade física aumenta a percepção de auto-eficácia.

    O estudo de Matias et al. (2010) vem confirmar os benefícios da atividade física na melhora na saúde mental. Nesta pesquisa com adolescentes, as meninas que mais praticavam atividade física se mostraram mais satisfeitas com o seu corpo, no entanto nos meninos essa relação foi inversa, conseqüentemente os meninos se mostraram mais ativos e mais satisfeitos com seu corpo.

    Nessa mesma linha de raciocínio dos aspectos psicológicos, Viana, Andrade e Matias (2010) observaram que os adolescentes mais motivados intrinsecamente têm maior nível de atividade física quando comparados com os motivados extrinsecamente e os desmotivados.

    Quanto à adoção de melhor estilo de vida, um estudo de Valois et al., (1996) envolvendo 4800 adolescentes americanos, mostrou que níveis mais altos de atividade física relacionavam-se a menor uso de maconha e cigarro, tratando das melhora psicossociais da atividade física nesta faixa etária.

Considerações finais

    A presente pesquisa evidencia que há uma grande parcela dos adolescentes que não pratica e não pretende começar praticar atividade física. Evidencia-se uma preocupação com as meninas devido à grande diferença de atividade física e sedentarismo, quando comparadas com os meninos.

    Inúmeros são os benefícios que a atividade física proporciona aos adolescentes, tanto na saúde física, quanto na mental. Entre elas estão o combate a obesidade, melhora nas valências físicas, aumento na qualidade do sono, melhora a auto-estima, diminuição no tabagismo, melhora a percepção de auto-eficácia, controle do estresse, melhora na qualidade da nutrição, além da melhora dos estilos de vida em geral.

    Sugere-se aos profissionais de educação física que utilizem a prática de atividade física com ferramenta de promoção e manutenção da saúde física e mental dos adolescentes.

Referencias

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Autores:

Rodrigo Batalha Silva*

Thiago Sousa Matias**

Maick da Silveira Viana***

Ricardo Brandt***

Alexandro Andrade****

rbatalhasilva@gmail.com

(Brasil)


*Bacharel em Educação Física. Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC

**Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade

do Estado de Santa Catarina - UDESC, Professor do Departamento

de Educação Física da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

***Doutorando em Ciências do Movimento Humano pela Universidade

do Estado de Santa Catarina - UDESC

****Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC


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Pesquisa: Formação e intervenção do personal trainer em academias de Florianópolis

Introdução

    Um maior número de indivíduos tem procurado os serviços de um especialista em prescrição individualizada de condicionamento físico e esta procura tem sido caracterizada por pessoas de diversas faixas etárias, com diversos intuitos: não só a busca pelo corpo ideal, mas também a busca da saúde. As pessoas estão interessadas não só com o aspecto estético, decorrente da prática de atividade física, como também com o aspecto saúde. Além, é claro, daquelas pessoas que se preocupam em melhorar seu desempenho para diversos objetivos com musculação segundo diversos autores (CARNAVAL, 1995; SANTARÉM, 1996; VERKOSHANKI, 2000) como: Competitivo; Preparação Física; Profilática; Terapêuticos; Estética e Recreativo.

    Alguns profissionais de educação física viram nesse mercado uma forma de ganhar autonomia e dinheiro. Só que outros, sem qualificação necessária, perceberam a oportunidade e passaram a oferecer o mesmo serviço, na maioria das vezes sem a qualidade desejada. Por isso, deve se investigar a formação do Personal Trainer certificar-se de que ele tem formação universitária em educação física, cursos de especialização e ainda averiguar suas referências.

    Segundo BARROS (2005) "Personal Trainer é a denominação inglesa usada que, na prestação de serviços para não-atletas, significa orientador particular ou individual, ou privado de exercícios físicos, e para atletas treinador particular, individual ou privado, ou preparador físico.

    Segundo a resolução nº 046/2002/CONFEF, "o Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à aquisição do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para consecução da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo."

    Deve dominar o conhecimento de diversas atividades físicas e saber como treinar os indivíduos como um ser total, respeitando suas individualidades na busca da saúde e satisfação pessoal. Com ares de "modismo", esta perspectiva de atividade foi introduzida no Brasil, segundo Rodrigues (1996), no início dos anos 90, no século XX. Entendo que esta perspectiva parece ter agregado novos papéis às corriqueiras atividades exercidas pelo professor de Educação Física no segmento do Fitness. Desta forma, Rodrigues (1996) parece delinear um desses novos papéis quando define o Personal Trainer como uma "super microempresa" que vende serviços de aptidão e visa conquistar o cliente, satisfazê-lo e mantê-lo fiel.

    Segundo o CONFEF, o Personal Trainer é o profissional graduado/bacharel em Educação Física habilitado a desenvolver e aplicar programas de atividade física de forma individualizada, oferecendo o produto Personal Training. Resolução nº 046/2002/CONFEF Estes têm sido procurados com o intuito de prestarem a dedicação que está sendo escassa nas academias. Pessoas que buscam resultados em curto prazo, minimizar o descontentamento estético ou ainda para fins terapêuticos ou por recomendação médica. Entretanto a procura evidenciada pelos Personal Trainers exige uma qualificação destes, tanto quanto, ou até maior, da que é exigida nas academias. Porém, de acordo com o Código de Ética do Conselho Federal de Educação Física - CONFEF os graduados com Curso de Bacharelado em Educação Física que esteja registrado no CREF pode intervir em qualquer área de atividade física e/ou desporto, logo, como Personal Trainer também, desde que esteja preparado para esta função. Isto mostra que ser Personal Trainer não é sinônimo de qualidade profissional suficiente para todas as demandas. É preciso que esteja apto e/ou capacitado para atender e orientar diferentes tipos de clientes, ou seja, as diferentes demandas. Prescrições qualificadas de exercício em cima de objetivos diferentes como, aumento da massa muscular (hipertrofia muscular), esportes de alto rendimento e ainda populações especiais como: obesos, cardiopatas, hipertensos, diabéticos, entre outros.

    Barros (2000) cita que o futuro da profissão em Educação Física, além da regulamentação, depende da competência técnica - cientifica e qualidade ética dos seus profissionais. Um professor/treinador competente que assuma um compromisso altruísta com a profissão e com a sociedade, de prestar sempre o melhor serviço a um número cada vez maior de pessoas, retrata o perfil desejado.

    Este estudo teve como objetivo investigar a formação, atuação e ainda procurou identificar características da pratica dos profissionais que atuam como Personal Trainer em Florianópolis.

Materiais e métodos

    Fizeram parte deste estudo 21 profissionais de educação física, com média de idade de 30,1 (±5,2) anos, registrados no CREF, que atuam como Personal Trainers na academia "World Gym", (Florianópolis, SC – Brasil). A escolha da academia ocorreu intencionalmente, por ter sido considerada por Kloster (2004) a academia com o maior quantidade de Personal Trainers atuantes na região. Todos foram informados sobre os procedimentos de coleta e assinaram um termo aceitando participar do estudo, que obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

    Para coleta dos dados foi aplicado um questionário elaborado pelos pesquisadores onde foram abordados dados referentes à idade, tempo de atuação, formação acadêmica, aperfeiçoamento técnico, área de atuação e características da prática. Em seguida os dados foram organizados e armazenados em SPSS 17.0 for Windows para posterior análise, que foi feita através da distribuição de freqüências simples e relativas, e estatística descritiva (percentagem, média e desvio padrão).

Resultados e discussão

    Os dados obtidos neste estudo mostraram que os Personal Trainers são bastante jovens, apresentando uma idade média de 30,1 (±5,2) anos, 80,95% atuam na área a menos de 10 anos. Esses dados corroboram os estudos de Domingues e Santos (2001) que indicaram que esse ramo de atuação é dominado por jovens, variando entre 20 á 40 anos. Aguiar, Soares e Guimarães (2008), afirmam que estes têm um tempo de atuação no mercado médio de 5,5 anos.

    A tabela abaixo traz dados referentes ao tipo de instituição de ensino superior onde os Personal Trainers foram graduados, classificadas de acordo com sua dependência administrativa.

Tabela 1. Instituição de formação dos Personal Trainers de acordo com a dependência administrativa

Instituição

F

F%

Estaduais

9

42,86

Federais

8

38,10

Particulares

4

19,05

21

100

    Verificou-se que 81% dos profissionais possuem pós-graduação Lato Sensu, estes dados mostraram-se superiores aos resultados encontrados por Domingues e Santos (2001) em Santos- SP, onde apenas 39% dos Personal Trainers possuíam pós-graduação Lato Sensu.

    Ramos et. al, (2008) enfatizam que há um destacado interesse dos egressos pelo prosseguimento formal dos estudos. Em uma pesquisa realizada por estes, 53 dos 82 participantes continuou estudando e se aperfeiçoando, após concluir a graduação. A idéia da educação continuada tem sido incorporada por estes na perspectiva de que o profissional está sempre em processo de formação e que a educação profissional não deve se esgotar.

    A Tabela 2 mostra as áreas de especialização dos Personal Trainers entrevistados e a tabela 3 indica as instituições onde eles se especializaram quanto a sua dependência administrativa.

Tabela 2. Área de especialização

Areas

F

F%

Fisiologia do exercício

10

58,82

Musculação

3

17,65

Personal Trainer

3

17,65

Outros*

2

11,76

17

100

* MBA-MKT, ADM-MKT

 

Tabela 3. Instituição de Pós-graduação dos Personal Trainers de acordo com a dependência administrativa

Instituição

F

F%

Estaduais

4

23,53

Federais

1

5,88

Particulares

12

70,59

17

100

    Quando questionados a respeito dos cursos de atualização e aperfeiçoamento, verificou-se que existe uma grande preocupação em atualizarem seus conhecimentos. Todos os entrevistados possuem mais de um curso de aperfeiçoamento em diferentes áreas (Ver tabela 4).

Tabela 4.  Áreas de aperfeiçoamento citadas

Áreas

F

F%

Atividade Física e Saúde

11

52,38

Musculação

19

90,48

Fisiologia do exercício

14

66,67

Personal Trainer

15

71,43

Treinamento Funcional

3

14,29

Outros*

12

57,14

* Fisioterapia, Psicologia , Treinamento , Pilates , Reabilitação, Coordenação de academias, 

Treinamento alto rendimento, Biomecânica , Nutrição Esportiva, Avaliação Física, Ginástica , Laboral

    Os dados apresentados acima confirmam os estudos de Moscastello (2009), que traz que o profissional deve embasar seus conhecimentos científicos nas áreas de Metodologia do Treinamento Científico, Fisiologia do Exercício, Biomecânica Aplicada, Aprendizagem Motora e Avaliação Física. E ainda ter experiências anteriores relacionadas à Avaliação e Prescrição de Exercícios de Força, Resistência e Alongamento; tanto isoladamente como de forma conjugada, baseada em um plano de organização sistematizado. As mesmas informações foram obtidas nos estudos de Ramos et. al, (2008). Verificou-se ainda que as principais formas de atualização são cursos, congressos e simpósios.

    Quanto à realização de estágios na área observou-se que 86% dos Personal Trainers realizaram estágio, estes dados reforçam as afirmações de Betti (1993 apud Ramos et. al, 2008) que em seu ensaio sobre as perspectivas na formação profissional, destacou a importância dos estágios como o momento do universitário ver na prática as teorias estudadas em sala, uma vez que nem tudo se aprende em sala de aula.

    Observou-se ainda que segundo a lei federal nº 11.788/2008, o estágio é um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

    Dentre as diferentes áreas relacionadas às atividades do Personal Trainer, observou-se que 76,19% dos participantes realizaram estagio em musculação, 19,05% estagiaram na ginástica, 9,52% com 3ª idade e 14,29% estagiaram em outras áreas. Quanto ao tempo de estágio 61,90% realizaram por mais de 18 meses; 9,52% entre 12 e 18 meses; 9,52% entre 6 e 12 meses; 4,76% por menos de 6 meses enquanto que 14,29% não realizaram estágio na área.

    A estética é o campo de maior atuação dos Personal Trainers (90,48%), seguida pela profilática (52,38%), o que vem a confirmar os estudos de Monteiro (2005), para uma melhor visualização, os resultados estão dispostos na tabela 5.

Tabela 5. Área de atuação

Áreas de atuação

F

F%

Estética

19

90,48

Profilática

11

52,38

Preparação Física

9

42,86

Terapêutica

8

38,10

Competição

5

23,81

Recreativa

2

9,52

    Este estudo nos levou a observar que a maioria dos profissionais que atuam como Personal Trainers, ou seja, 67% dedicam-se exclusivamente a esta atividade, enquanto que 33% exercem outras atividades paralelas. Dentre aqueles que atuam em outras atividades, 28,57% trabalham com musculação, enquanto que 21,43% exercem funções administrativas enquanto que os outros 50% trabalham com outras atividades na área da Educação Física, como ginástica, acessória esportiva, avaliação física, capoeira e surf. Estes resultados corroboram com os estudos de Aguiar, Soares e Guimarães (2008) que observaram que o profissional de educação física possui outra fonte de renda na área, tais como: professores de musculação em academias, professores de natação, ginástica, entre outros

    Ao investigar o número de academias onde os Personal Trainers prestam serviços, verificamos que 52,38% atuam em apenas uma academia, enquanto 23,81% atuam em duas academias; 9,52% atuam em três; 9,52 em quatro e 4,76% atuam em cinco academias diferentes.    

    Observou-se que 67% dos participantes não fazem nenhum tipo de contrato de prestação de serviços nas academias onde atuam. Em um estudo realizado por Domingues e Santos (2001) verificou-se que 95% dos Personal Trainers preferem fechar o negocio através de algum contrato por escrito onde está especificado: preço, horário, férias, reposição das aulas, duração da sessão, local do trabalho, e outros detalhes importantes.

    Considerando que a avaliação é um processo de tomada de decisões que estabelece um julgamento de valor sobre a qualidade de algo que tem que ser medido, para tomar uma decisão em termos de avaliação é necessário uma perspectiva referência, pois uma avaliação significa comparação: comparar resultados com os próprios resultados anteriores ou de outros; comparar as medidas obtidas com a média do grupo em que os testes foram realizados; comparar as medidas obtidas com resultados de testes aplicados a outro grupos (MORRON, 1995 apud PITANGA, 2004). Procurou-se saber como os profissionais que atuam como Personal Trainer administram esta importante ferramenta da educação física. Os resultados mostraram que 100% dos profissionais submetem ou solicitam a seus clientes diferentes tipos de avaliações. A tabela 6 mostra as diferentes avaliações solicitadas ou executadas.

Tabela 6. Avaliações realizadas

Avaliações

F

F%

Médica

17

80,95

Morfológica

20

95.24

Fisiológica

16

76,19

Nutricional

10

47,62

Psicológica

0

00,00

    Quanto à periodicidade das avaliações físicas, observou-se que 66,67% dos profissionais reavaliam seus clientes a cada três meses, enquanto que 23,81% refazem as avaliações com um intervalo menor que três meses e 9,52% estendem o intervalo entre as avaliações por mais de três meses. Estes dados confirmam os estudos de Fernandes (2008), que detectou que 65% dos profissionais entrevistados fazem reavaliações trimestrais, 15% fazem reavaliações semestrais, 15% bimestrais e apenas 5% mensal/semestral.

    Observou-se ainda, que 76,19% dos profissionais fazem as avaliações morfológicas e fisiológicas, enquanto que 19,05% terceirizam este serviço, 4,76% dos entrevistados não responderam a esta questão. Estes dados mostraram-se inferiores ao estudo realizado por Domingues e Santos (2001) onde 95% dos Personal Trainers fazem pessoalmente esse tipo de avaliação.

    Observou-se que 33% atuam em uma equipe multidisciplinar, dentre os profissionais apontados nas equipes estão nutricionistas (28,57%), fisioterapeutas (14,29%), cardiologistas (14,29%), psicólogos (4,76%). Foram citados ainda outros profissionais como massagistas, médicos esportivos e quiropraxistas. Estas mesmas áreas aparecem nos estudos realizados por Fernandes (2008) e Domingo e Santos (2001).

    Quanto à organização do treinamento, observamos que 95,23% dos profissionais planificam o treinamento de seus clientes. O treinamento é dividido em Macro, meso e microciclos, atendendo o objetivo de cada um dos clientes. Atendendo ao disposto na literatura, onde cada exercício deve ter metas e objetivos. Seus programas, desde a seleção de cada exercício, passando pelo número de séries, até chegar ao plano anual global para cada cliente, devem ser projetados com os objetivos específicos de curto, médio e longo prazo (O'BRIAN, 1999).

    O controle das cargas é feito principalmente através do teste de 1RM trabalhando com faixas de "Tentativa e Erro", "Felling do personal" = Percepção Subjetiva do Esforço, dependendo dos fatores físicos e motivacionais do aluno (estresse, saúde, fadiga) a carga pode ser adaptada no dia da sessão do treino. Os treinos são registrados diariamente para controle das cargas.

    Quanto às dificuldades para o desenvolvimento da profissão, as principais reclamações foram quanto a valorização da profissão (38,1% dos entrevistados), falta de capacidade/formação dos profissionais que atuam na área (38,1%), o mercado de trabalho (23,81%), a escassez de cursos de formação e especialização específicos ao Personal Trainer (14,29%), falta de contratos de trabalho com os clientes (9,5%), restrição das academias a determinados profissionais (4,76%), regulamentação da profissão (4,76%) e piso salarial (4,76%). 9,5% dos profissionais entrevistados não relataram dificuldade alguma.

Conclusões

    Os achados nos levam a concluir que os profissionais que atuam como Personal Trainers são bastante jovens, apresentando uma idade média de 30,1 (±5,3) anos e atuam na área a menos de 10 anos. Existe uma tendência a formação continuada, através da participação em cursos de atualização, seminários, simpósios e cursos de pós-graduação. O estágio acadêmico obrigatório e não obrigatório foi destacado como sendo de grande importância na formação profissional, uma vez é que possível fazer a interlocução da teoria e da prática.

    A maioria dos profissionais se dedica exclusivamente a esta atividade, grande parte presta serviço em apenas uma academia, atuando na área estética; profilática; preparação física; terapêutica e de competição, sem fazer nenhum tipo de contrato de prestação de serviços. Para determinação e controle das atividades costumam fazer avaliação médica, morfológica, fisiológica e nutricional. A periodicidade das avaliações é em média de três meses. Uma pequena parte dos profissionais atua em equipes multidisciplinares e a maioria organiza seus treinos através da planificação, buscando atender os objetivos de cada cliente.

    Como dificuldades, são apontadas com maior freqüência a falta de valorização da profissão (38,1% dos entrevistados), falta de capacidade/formação dos profissionais que atuam na área (38,1%), o mercado de trabalho (23,81%), a escassez de cursos de formação e especialização específicos ao Personal Trainer (14,29, falta de contratos de trabalho com os clientes (9,5%), restrição das academias a determinados profissionais (4,76%), regulamentação da profissão (4,76%) e piso salarial (4,76%). 9,5% dos profissionais não relataram nenhuma dificuldade.

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  • VERKHOSHANSKY, Y.; SIFF, M., C. Superentrenamiento. Barcelona: Paidotribo, 2000



Tiago Ollé D' Ávila*

Diogo Cardoso da Silva**

Henrique Cabral Faraco**

Maria Helena Kraeski***

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Espero que você tenha gostado desse texto.

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