sábado, 8 de dezembro de 2007

Principais lesões do Voleibol

Peneira online | Voleibol Feminino - Esporte Clube Pinheiros

Introdução

Peterson & Renstron (1995) afirmam que mais de 50% das lesões nos atletas acontecem por má elaboração na prescrição do treinamento (ACHOUR JÚNIOR, 1997). A prescrição inadequada das sessões vem reduzindo a longevidade competitiva dos desportistas (FILIN & VOLKOV, 1998). O procedimento denominado "saltos" das cargas, é comum nos desportos da atualidade, ocasionando uma redução na carreira atlética do competidor porque o organismo não tem mais reservas de adaptação para assimilar as novas cargas de treino e os resultados nas competições pioram ou estabilizam, resultando no sucesso desportivo por 1 a 2 anos com essa maneira de prescrever o treino (ZAKHAROV, 1992). NOGUEIRA (2002) informa que o treino exagerado prejudica a saúde dos atletas, física e emocionalmente, predispondo estes desportistas à lesões.

SIMPLÍCIO (1996) escreve que muitas das contusões no voleibol acontecem por esforços repetitivos. Observamos este fato no ombro do sacador ou do cortador (HALL, 1993)., nos membros inferiores provenientes dos sucessivos saltos dos voleibolistas nas sessões ou nos jogos (RODACKI et al., 1997) e em outras situações. VÍVOLO et al. (1994) observaram no 7º Jogos Regionais do Litoral, em São Paulo, 1976. As lesões nos voleibolistas se localizaram 50% nos membros inferiores (VÍVOLO et al, 1994). Isto acontece porque os saltos proporcionam um elevado estresse nos membros inferiores na fase de impulsão e na etapa de queda (HOLTHE et al., 1998). Para BRINER JUNIOR & KACMAR (1997) os saltos do voleibol correspondem a 63% das lesões. Ocorrendo também nas ações defensivas, no levantamento, na recepção e no saque em suspensão (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). Entretanto, existem poucos estudos sobre lesões no atleta de voleibol (GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997), mas esta revisão vai identificar as principais contusões dos voleibolistas e conseguirá indicar exercícios que podem reduzir algumas dessas lesões.

A NATIONAL ATHLETIC TRAINERS` ASSOCIATION (2002) indica exercícios de flexibilidade e de força para minimizar lesões no atleta de voleibol. As sessões de força para os membros superiores previnem o ombro de lesões, principalmente na cortada (SMITH et al., 1992) e no saque Viagem. MARCELO FREITAS (comunicação pessoal, julho de 1995) informa que a passagem sobre a barreira no atletismo, expõe o desportista a um certo risco de lesão nos membros inferiores por causa do esforço do impulso para a passagem sobre a barreira e no impacto da queda após a passagem da barreira. No voleibol, o perigo de contusão também é grande na fase de impulsão do salto e na queda do salto. MARCELO FREITAS (comunicação pessoal, julho de 1995) prescreve um treino alternado para seus barreiristas terem menos chance de lesão, um dia eles treinam passagem sobre barreiras e outro dia não, conseguindo bons resultados na performance e na redução das contusões. Os pesquisadores do voleibol deveriam investigar se a prescrição alternada de saltos nas sessões, um dia sim e o outro não, é eficaz para os atletas do voleibol, na performance e na redução das lesões.

A proposta do estudo é identificar as principais lesões no atleta de voleibol e recomendar exercícios que minimizem este acontecimento.


Lesões no tornozelo dos atletas de voleibol

As lesões no tornozelo ocorrem em 15 a 60% nos voleibolistas, principalmente quando tocam no solo após um salto (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). As contusões mais comuns após o bloqueio acontecem por supinação e no ataque por inversão (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). Segundo CHIAPPA (2001) as lesões mais comuns no tornozelo acontecem por entorse (entorse: distensão articular que ocasiona lesão no tornozelo). Podendo ser por um simples estiramento - espessamento do tendão até uma ruptura do ligamento (CHIAPPA, 2001). GHIROTOCC & GONÇALVES (1997) informam que a entorse de tornozelo acontece uma vez por ano em voleibolistas.

As lesões no tornozelo nos atletas de voleibol também ocorrem por causa de instabilidade, ruptura de ligamento, dor o tornozelo e outras (CHIAPPA, 2001). As contusões no tornozelo dos atletas de voleibol acontecem com mais freqüência no sexo feminino, dos 15 a 19 anos, no masculino, dos 30 a 39 anos (GERBERICH et at., 1987). Sendo que muitas das lesões no tornozelo estão associadas com interrupção da prática do voleibol (GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997).

GROSS & MARTINI (1999) informam que a instabilidade do tornozelo e a entorse são comuns em voleibolistas porque esta modalidade é muito intensa e possui longa duração, colaborando com essas contusões. Um dos motivos da instabilidade do tornozelo são as várias entorses ocorridas nos desportistas do voleibol proveniente do impacto da queda do salto principalmente (GROSS & MARTINI, 1999). AAGAARD et al. (1997) escreveram que as lesões no tornozelo dos jogadores de quadra tem uma freqüência de 22%, enquanto nos desportistas do vôlei na areia competido em dupla, acontece 2%. Para AAGARD et al. (1997) o principal motivo de todas as contusões dos voleibolistas no tornozelo, é o uso excessivo (overuse) desses componentes anatômicos durante sessões e jogos.

Para prevenirmos as lesões no tornozelo de qualquer modalidade, recomenda-se o uso de um suporte (tornozeleira) no tornozelo para dar mais estabilidade nesta região anatômica quando usamos o tênis (THACKER et al., 1999). O tênis deve ser de solado baixo para a tornozeleira ter mais eficácia (SITLER & HORODYSKI, 1996). Tênis de solado alto possibilita maiores chances de lesão no tornozelo. Para THACKER et al. (1999), sessões de agilidade e flexibilidade reduzem as lesões no tornozelo. A AMERICAN VOLLEYBAL COACHES ASSOCIATION (AVCA) (1997) indica exercícios específicos para o fortalecimento do tornozelo com o intuito de amenizar a possibilidade de lesão, mas não nos fornece exemplos de atividades.

CHIAPPA (2001) recomenda sessões de dorsiflexão e flexão plantar para a fortificação do tornozelo, com o objetivo de diminuir as contusões ou recuperar o atleta da lesão.


Lesões no joelho dos voleibolistas

Os saltos são os maiores causadores nas lesões do joelho nos voleibolistas (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). A fase de impulsão é a que mais esforço da musculatura do atleta de voleibol (COUTTS, 1982). Neste momento é que ocorrem a maioria das lesões das jogadoras, principalmente na cortada (LIAN et al., 1996). Para NYLAND et al. (1994) os atletas de voleibol se contundem na passagem da corrida horizontal para a elevação vertical. As lesões no joelho estão associados com a fadiga e com o impacto no momento da impulsão (NYLAND et al., 1994). A fadiga dificulta o amortecimento do impacto, gerando maior sobrecarga nos membros inferiores (UGRINOWITSCH & BARBANTI, 1998). GERBERICH et al. (1987) também chama atenção que as lesões no joelho também são freqüentes após a queda do salto, proveniente do impacto e ocasionadas por torção do joelho. As principais lesões no joelho são as tendinites e as ligamentares (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). A síndrome do joelho do saltador caracteriza-se por uma tendinite patelar ou no tendão do quadríceps (GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997). A maioria das contusões no joelho acontece em jogadores com 20 a 25 anos ou com 2 a 5 anos de prática no voleibol ou com mais de um turno de treinamento (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). Segundo GERBERICH et al. (1987) os homens se lesionam mais a partir dos 30 a 39 anos e as mulheres dos 15 a 24 anos, correspondendo a 61% das contusões, a segunda contusão mais freqüente. "Perdendo" apenas para as lesões no tornozelo, 92% (GERBERICH et al., 1987).

A lesão do ligamento cruzado anterior no voleibol é comum no agachamento profundo do contramovimento do bloqueio ou da cortada (CHIAPPA, 2001). Ocorrendo com mais freqüência na zona de ataque (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). O desequilíbrio muscular dos membros inferiores podem gerar alto índice de lesões no joelho (CHIAPPA, 2001) porque o quadríceps é muito exigido no voleibol e os isquiotibiais geralmente praticam um trabalho compensatório insuficiente nas técnicas desportivas do voleibol (MAGALHÃES et al., 2001). Esta instabilidade muscular predispõe ao voleibolista de ter contusões no ligamento cruzado anterior (MAGALHÃES et al., 2001). Segundo GHIROTOCC & GONÇALVES (1997) as lesões no joelho podem ser crônicas ou ocasionam o fim da vida atlética do jogador.

CHIAPPA (2001) informa que as lesões no joelho também estão associadas pela má coordenação, principalmente no salto das jogadoras, segundo BRINER JUNIOR & KACMAR (1997). Superfícies suaves diminuem as contusões no joelho, observamos que os jogadores do voleibol na areia possuem menos lesões no joelho do que os atletas da quadra (CHIAPPA, 2001). Mas no estudo de AAGAARD et al. (1997) as contusões no joelho nos desportistas voleibol na quadra e na areia não diferiram muito, sendo superior para os primeiros. A maioria das lesões do voleibol na quadra acontecem nos membros inferiores, principalmente na cortada e no bloqueio (AAGAARD et al., 1997).

A prevenção das lesões no joelho consiste na redução do número de saltos nas sessões dos voleibolistas, em terrenos suaves devem ser praticados os treinamentos e os jogadores que flexionam o joelho a 45 a 60º e cometem um estalo, indica-se um tratamento adequado por causa da instabilidade fêmur-patelar, não sendo recomendado saltos para esse atleta (CHIAPPA, 2001). As centenas de saltos dos voleibolistas deixa o quadríceps mais forte do que os isquiotibiais, proporcionando risco de lesão no joelho (ACHOUR JUNIOR & GARCIA, 1996). Para reverter este fato recomenda-se um trabalho de compensação através de exercícios de alongamento para o quadríceps e de força para os isquiotibiais (ACHOUR JUNIOR & GARCIA, 1996). A tendinite patelar melhora mais rápido se o atleta praticar sessões de alongamento para os músculos anteriores e posteriores da coxa (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999).


Lesões no ombro dos desportistas do voleibol

As lesões mais freqüentes dos membros superiores acontecem no ombro dos jogadores de voleibol (CHIAPPA, 2001). Cerca de 8 a 20% em voleibolistas (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). Sendo mais comuns em jogadores do voleibol de duplas, cerca de 42%, para atletas do voleibol na quadra a porcentagem está em torno de 15%%(AAGAARD et al., 1997). Os jogadores de duplas se machucam mais nos membros superiores, embora a defesa é a que ocasiona a mais contusões, 32% (AAGAARD et al., 1997).

As contusões nos jogadores geralmente são por overuse, resultando em tendinites nos rotadores do ombro ou manguito rotador e no tendão do bíceps braquial (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). MATOS (2002) escreve que os músculos pertencentes aos rotadores mediais (internos) do ombro são compostos pelo redondo maior e o subescapular. O redondo menor, o supraespinhal e o infra-espinhal pertecem aos rotadores laterais (externos) (MATOS, 2002). Para RASCH & COLABORADORES (1991) os músculos do manguito rotador são compostos pelo redondo menor, infra-espinhal, supra-espinhal e subescapular. Os mesmos músculos determinados por BLEVIN (2000).

O manguito rotador tem a função de fixar a articulação glenoumeral, contribuindo para a estabilização articular (HALL, 1993; RASCH & COLABORADORES, 1991). WANG et al. (2000) informam que os voleibolistas são predispostos para se machucarem nos rotadores do ombro. O motivo é que os atletas realizam uma rotação externa e interna do ombro no saque e na cortada por muitas vezes (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997).

A maneira eficaz de prevenirmos as contusões nos músculos rotadores consistem de sessões de força e de flexibilidade (WANG et al., 2000; WANG & COCHRANE, 2001). Para CHIAPPA (2001) os jogadores de ponta atacam mais, merecendo mais atenção no trabalho de força para os ombros. CIBRARIO (1997) indica os seguintes movimentos articulares no trabalho de força para prevenir as lesões no manguito rotador: rotação externa do ombro acompanhado da rotação externa da cintura escapular (CE) , rotação interna do ombro acompanhado da rotação interna da CE , elevação do ombro acompanhado da rotação externa da CE em seguida acontece elevação da mesma (hiperelevação do ombro), abdução do ombro acompanhado e rotação externa da CE, adução do ombro acompanhado rotação interna da CE, extensão do ombro acompanhado da rotação interna da CE e abdução horizontal do ombro acompanhado da adução da CE.

BRINER JUNIOR & BENJAMIN (1999) recomendam exercícios de força e de flexibilidade para o manguito rotador, e são: no treino de musculação devemos praticar rotação externa do ombro acompanhado da adução da CE, rotação interna do ombro acompanhado da abdução da CE. No trabalho de flexibilidade, uma ação para cima e para baixo segurando uma toalha com o intuito de alongar os músculos da rotação interna e externa (similar ao enxugar as costas com uma toalha) (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999).


Contusões na mão dos jogadores de voleibol

As contusões nas mãos representam pequena porcentagem nos jogadores de voleibol (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). Os jogadores recreacionais machucam mais as mãos no bloqueio e no levantamento por causa da hiperextensão dos dedos, geralmente a mão esquerda é a mais lesionada em todos os fundamentos (BHAIRO et al., 1992).

Enquanto que os profissionais contundem-se mais as mãos no bloqueio e no levantamento em virtude de uma inadequada técnica das mãos na execução do fundamento (BHAIRO et al., 1992). Nos atletas, a mão direita é a lesionada com mais freqüência em qualquer fundamento (BHAIRO et al., 1992).

Segundo BHAIRO et al. (1992), os jogadores recreacionais e competitivos contundem-se as mãos nos respectivos fundamentos: 37% no levantamento, 36% nas bolas batidas no bloqueio, 18% na defesa de peixinho e 8% na cortada. Enquanto que os jogadores de dupla machucam os dedos cerca de 4% e os da quadra, em torno de 18% (AAGAARD et al., 1997). Os tipos de lesão nas mãos são constituídas por deslocamentos e luxações (39%), fraturas (25%), machucados (16%), deslocamentos (12%) e outros (BHAIRO et al., 1992). Sendo que 44% das lesões envolvem os dedos (BHAIRO et al., 1992). As principais regiões anatômicas lesionadas são: metacarpofalângica (38%), a articulação interfalângica proximal (17%), a articulação radiocárpica (8%) e outras (BHAIRO et al., 1992).

A prevenção da lesão nas mãos infelizmente não existe.


Contusões na coluna vertebral dos voleibolistas

Nos atletas de voleibol acontecem 14% das lesões na coluna vertebral (BRINER & BENJAMIN, 1999). As contusões na coluna vertebral podem ser crônicas ou ocasionam o fim da carreira do jogador (GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997). A lesão mais comum é a hérnia de disco (BRINER & KACMAR, 1997). Embora observamos poucos estudos sobre as lesões na coluna vertebral.

A prevenção das dores nas costas é através do aumento da força dos músculos posteriores do tronco (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). A AVCA (1997) indica todos os exercícios de musculação que movimente os ombros porque conseqüentemente acontece ação da cintura escapular, fortalecendo a musculatura das costas e possibilitando que o jogador de voleibol tenha menos chance de ter problemas na coluna. Outros exercícios imprescindíveis para a coluna vertebral são os abdominais (AVCA, 1997) porque eles nos beneficiam no equilíbrio postural e atenua a pressão intradiscal, decorrente de uma pressão intraabdominal aumentada (COSTA, 1996). Para atletas com dores na coluna vertebral, ZATSIORSKY (1999) prescreve exercícios abdominais com isometria.

A AVCA (1997) considera fundamental atividade de alongamento para prevenir ou amenizar as dores nas costas dos voleibolistas. Greve (1995) acrescenta sessões de natação e caminhada para pessoas com algias na coluna, com cargas leves para proporcionar resistência muscular para o paciente.

As dores na coluna vertebral também podem reduzir com a diminuição dos saltos do jogador e na queda do atleta em superfícies macias (BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997).


Conclusão

As principais lesões no voleibol localizam-se no tornozelo, joelho, ombro, nas mãos e na coluna vertebral. Para prevenirmos ou amenizarmos a literatura indica redução da carga de treino, prescrever sessões de força e de flexibilidade. Entretanto, este artigo teve uma limitação, foram encontradas poucas referências e as lesões não estão relacionadas conforme a função tática (meio de rede, levantador) e específica (meio de rede que atua em todos os fundamentos, exceto no ataque dos 3 metros e na recepção do saque), e não são apresentadas de acordo com a categoria do atleta (mirim, infantil, profissional). Para futuras pesquisas, recomenda-se que as limitações dessa revisão sejam investigadas.

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O ensino do voleibol

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Introdução
    O ensino tradicional da Educação Física consiste de uma explicação com demonstração do gesto desportivo da modalidade (GARGANTA, 1998). GARGANTA (1995) recomenda simplificar as regras dos jogos desportivos coletivos (JDC), adaptando-as às necessidades antropométricas e fisiológicas do alunado, mudanças como: redução dos praticantes, quadra com dimensões menores e outros, são facilitadores das ações do jogo, proporcionando um ensino eficaz e um aprendizado bem sucedido.
    A criança apresenta menor capacidade de atenção (TAVARES, 1995), logo leva mais tempo para engramatizar a informação ensinada pelo professor. Além disso a realização de movimentos coordenados é mais lenta devido a mielinização dos neurônios (WILMORE e COSTILL, 2001).
    As habilidades motoras progridem nos primeiros 17 anos de vida, mas as meninas apresentam um platô na adolescência ocasionado pelo aumento do tecido adiposo proveniente do estrogênio, menor massa muscular e estilo de vida mais sedentário, devido à cultura social de proteção às jovens. Assim, geralmente, as meninas se tornam menos ativas e suas habilidades motoras tendem a se estabilizar.
    WEINECK (1991) ensina que alguns alunos são mais "acelerados" nos aspectos físicos e psicomotores, consequentemente desempenham, melhor, as tarefas do que outros da mesma idade cronológica, assim devemos estar atentos à idade biológica.
    WEINECK (1991) faz o seguinte alerta:
Não faz muito sentido à promoção de campeonatos escolares, ou a publicação de listas dos melhores alunos, entre outros, quando são feitos de acordo com o ano de nascimento, como geralmente é o caso. Chances de ganhar ou de se classificar, aqui, é quase que exclusivamente dos que têm desenvolvimento biológico precoce (acelerados); os normalmente desenvolvidos ou mesmo retardados, saem-se muito mal nesta "comparação" com os acelerados da mesma idade cronológica, devido às suas condições antropométricas desfavoráveis, principalmente naquelas modalidades esportivas em que justamente estes parâmetros são decisivos, com é o caso no voleibol, por exemplo (p. 309 e 310).
    O jogo de voleibol é praticado através do saque, passe, levantamento, ataque, bloqueio e defesa (EOM e SCHUTZ, 1992) com o objetivo de marcar o ponto e vencer o jogo. Para BUEKERS (1991) os conhecimentos biomecânicos e psicológicos do professor tornam o ensino do voleibol mais eficaz para o aluno. MARQUES JUNIOR (2001) lembra que a aula de Educação Física deve se orientar pela fisiologia do exercício para respeitarmos o momento necessário a procedermos a restauração energética do metabolismo predominante da atividade, através de um intervalo ativo e/ou passivo, tornando a aula mais saudável.
    MOUTINHO (1995) explica que no voleibol os jogadores podem dar no máximo 3 toques na bola, o último o aluno é responsável por efetuar o ponto. O voleibol caracteriza-se por uma aciclicidade técnica, atenção constante e fundamentos do jogo complexos. O voleibol é uma modalidade que deve ser praticado na escola pelos seguintes motivos (MESQUITA, 1995):
  1. Não acontece contato físico.
  2. Participação coletiva porque o aluno só pode dar no máximo dois toques na bola, sendo que não podem ser consecutivos.
  3. Regra de fácil aprendizado.
    A proposta do estudo é explicar ao professor de Educação Física algumas estratégias para ensinar o voleibol com mais cientificidade nas escolas.

Ensinando o voleibol
    Características como: permissão de um só toque na bola ou dois numa mesma jogada, mas não podem ser consecutivos, movimentos complexos, como a cortada, cada equipe pode dar no máximo 3 toques na bola para manter a bola no ar, não realizamos os movimentos desse desporto no dia-a-dia, ou seja, são ações desportivas "artificiais", elaboradas pelo homem, todas essas características dificultam o ensino do voleibol (MESQUITA, 1991). GUIMARÃES (2000) alerta que, alterar a regra do voleibol, como os pontos consecutivos, aumentam o estresse do jogador, obrigando-o a jogadas cautelosas; voltar ao voleibol com vantagem, pelo menos para os iniciantes, facilitaria o ensino e a aprendizagem dessa modalidade.
    MESQUITA (1991) escreve que os alunos mais habilidosos realizam com maior chance de acertos as tarefas complexas do voleibol. MESQUITA (1993) observou em seu estudo que o aluno com técnica voleibolística elevada consegue tocar mais vezes na bola do que os demais. A mesma pesquisadora (1995) faz as seguintes recomendações para otimizarmos o ensino do voleibol:
  • O número ideal de alunos é no máximo 4 contra 4 porque permite maior contato com a bola.
  • Reduzir as dimensões da quadra para a bola ficar mais tempo no ar.
    BUCK e HARRISON (1990) corroboram uma da recomendações de Mesquita (1995), ao evidenciar em sua pesquisa que os alunos com maior contato com a bola adquiriram um melhor aprendizado do voleibol.
    FONTANI et al. (1999) afirmam que uma pessoa atenta realiza os fundamentos do voleibol com melhor qualidade. BRIGGS (1994) escreve que a orientação correta e cuidadosa do professor proporciona melhor aprendizado do educando, maior participação da turma nas aulas, aumento da motivação da classe, com maiores chances de sucesso desportivo.
    GUSTHART et al. (1995) explicam que o professor deve ensinar o voleibol antes, durante e após a aula, corrigindo os erros e estimulando os acertos do aluno ou da classe, este procedimento facilita o aprendizado. Os mesmos autores (1994) recomendam aos professores o uso de uma escala de pontos de 1 a 100 para classificar a qualidade das técnicas dos fundamentos do aluno.
     Para MESQUITA (1995) existem 4 níveis de jogo de voleibol na aprendizagem, e são:
1° Nível de Jogo (jogo estático)
Dinâmica Coletiva: Intervenção rara sobre a bola, jogo de 1 toque (re-envios diretos, quase sempre sem êxito), ausência de relações de espaço de jogo (jogador isolado), Imobilidade dos jogadores (atitude estática e em posição vertical) e ocupação não racional do espaço de jogo (p. 160)..
Serviço e Recepçaõ: Grande porcentagem de serviços errados, raras intervenções sobre a bola na recepçaõ e quase sempre ineficazes, ausência de deslocamentos para a bola, gestos incontrolados acompanhados de ações estáticas isoladas e orientação do corpo face ao terreno adversário ( só utiliza o plano frontal) (p. 160).
Ataque: A principal "arma" de ataque é o serviço, a troca da bola entre os jogadores é praticamente nula, o ataque é quase sempre ineficaz (provoca ruptura do jogo), o ataque reduz-se a 1 toque (re-envios diretos da recepção) e o gesto técnico do ataque é efetuado sem domínio (movimentos explosivos e incontrolados) (p. 160).
Defesa: Não existe intencionalidade na ação defensiva, os jogadores adaptam-se a atitude de "espera" (em pé) e o jogador não analisa a trajetória da bola (quando defende é porque a bola foi ao seu encontro) (p. 160).
2° Nível de Jogo (jogo anárquico)
Dinâmica Coletiva: Ausência de relações no espaço de jogo (ações individuais), Aglutinação no ponto de queda (indiferenciação de funções), mobilidade ocasional dos jogadores com o intuito de interceptar a bola e re-envios diretos (1 toque) persistem: maior número de bolas interceptadas (p. 161).
Serviço e Recepçaõ: A porcentagem de serviços errados diminui em relação ao 1° nível, maior número de bolas interceptadas na recepção (eficácia reduzida na direção do levantador), deslocamento tardio dos apoios em direção à bola, contato com a bola no momento da manchete sem local definido no antebraço e ausência de boa coordenação entre braços e pernas no momento do passe (p. 161).
Ataque: O principal ataque continua sendo o saque, os re-envios diretos persistem (com mais êxito), surge ocasionalmente o 2° toque para corrigir o 1° toque e o ataque tem fraca eficácia (p. 161).
Defesa: Ocupação do centro do centro do terreno de forma desorganizada (zonas laterais desprotegidas), a defesa normalmente é estática, má coordenação entre braços e pernas no ato defender e a ruptura do jogo é menos freqüente que no 1° nível, permitindo de vez em quando a realização do 2° toque (p. 161 e 162).
3° Nível de Jogo (jogo de consecução rudimentar dos 3 toques)
Dinâmica Coletiva: Estabelecem as relações no espaço de jogo o que confere mais dinamismo, a troca da bola entre os jogadores surge como meio de organizar as ações, descentração em torno da bola (diferenciação de funções de acordo com a posição ocupada na quadra), organização coletiva das ações (ocorre os 3 toques) e as ações situam-se no momento presente. Não há progressão para a rede do 2° para o 3° toque (p. 162).
Saque e Recepção: A porcentagem de serviços errados diminui quando comparamos com o 2° nível de jogo, as intervenções sobre a bola na recepçaõ aumentam (com maior eficácia em direção ao levantador), no jogo podemos identificar qual dos alunos são os passadores e o jogador que atua como levantador, ação coordenada dos membros inferiores com os braços no passe e ocorre a orientação dos segmentos corporais para o local de envio da bola (p. 162).
Ataque: O serviço deixa de ser a principal "arma" de ataque, os reenvios de 1 e 2 toques diminuem (surge com mais freqüência o 3° toque) e o ataque revela fraca eficácia ofensiva, devido a não haver progressão da bola para a rede (p. 162 e 163).
Defesa: A defesa torna-se mais eficaz, preocupação em possibilitar o 2° toque e algumas defesas são direcionadas para a mão do levantador, propiciando em finalizações com cortada (p. 163).
4° Nível de Jogo (jogo de consecução elaborada dos 3 toques)
Dinâmica Coletiva: O dinamismo da equipe aumenta, a consecução dos 3 toques é constante, conscientização da importância da coordenação das funções entre os jogadores, as ações de jogo contemplam o momento presente e o subseqüente (permite a progressão da bola para a rede), a comunicação entre os jogadores é constante, os jogadores demonstram elevado dinamismo para agir, no entanto os deslocamentos ainda não apresentam regularidade ao nível da qualidade de execução (p. 163).
Saque e Recepção: A porcentagem dos saques errados diminui quando comparamos com o 3° nível, elevado número de bolas interceptadas na recepção e com eficácia (dirigidas para o levantador), deslocamentos com boa rapidez em direção à bola e a verbalização na intenção de receber (p. 163 e 164).
Ataque: A principal "arma" de ataque surge no 3° toque, a construção do ataque é organizada (usando os 3 toques), os jogadores atacantes coloca-se paralelamente à rede, o que lhe permite atacar em todas as direções (p. 164).
Defesa: Ocorre bloqueio e defesa de manchete, deslocamentos realizados em função do tipo de ataque, antecipação em função das situações criadas pelo adversário no ataque e a ruptura do jogo surge, fundamentalmente, devido ao ataque eficaz (p. 164).





    MESQUITA (1995) informa que, o nível de jogo dos aprendizes dita os objetivos no jogo e as regras do jogo, como é exposto a seguir:
1° Nível de Jogo (jogo estático)
  1. Objetivo no Jogo: Enviar a bola por cima da rede, priorizar o toque no contato com a bola, preferir o saque por baixo e tentar sustentar a bola o maior tempo no ar.
  2. Regras: Tamanho da quadra reduzido, altura da rede entre 10 a 20 centímetros acima da palma da mão, jogo 1 contra 1, permitir um toque da bola no chão e 2 consecutivos do mesmo jogador e bola mais leve para facilitar a sustentação no ar.
2° Nível de Jogo (jogo anárquico)
  1. Objetivo no Jogo: Recepcionar e enviar a bola para o lado do adversário, precisão no envio da bola para o oponente, recepcionar a bola de toque ou manchete, enviar a bola para o oponente de toque ou de manchete e desenvolver a comunicação verbal.
  2. Regras: Tamanho oficial da quadra, variar a altura da rede (alta, média e baixa), jogo 2 contra 2, cada jogador pode realizar um toque na bola, sendo um total de 3 e a bola é oficial.
3° Nível de Jogo (jogo de consecução rudimentar dos 3 toques)
  1. Objetivo do Jogo: Fazer os 3 toques (passa, levanta e ataca), iniciar o aprendizado da cortada e iniciar o aprendizado do saque tipo tênis
  2. Regras: Tamanho oficial da quadra, rede com altura máxima de 1,90 metro a 10 centímetros acima da palma da mão quando o aluno tem bom salto vertical, Jogo 3 contra 3 ou 4 contra 4, cada jogador pode realizar um toque na bola, sendo um total de 3 e a bola é oficial.
4° Nível de Jogo (jogo de consecução elaborada dos 3 toques)
  1. Objetivo do Jogo: Jogar igual à competição oficial.
  2. Regras: As regras de acordo com as regras oficiais.

Recursos didáticos para ensinar o voleibol
    JESUS (1988) evidenciou em sua investigação que o feedback extrínseco, através do vídeo tape, melhora a aprendizagem da biomecânica da técnica do saque por baixo do voleibol em alunos da 5ª e 6ª série do 1° grau. Em seu estudo, JESUS (1988) recrutou 48 alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, que realizaram um pré-teste do saque por baixo com 5 tentativas em locais de sua livre escolha, mas cada região da quadra tinha um valor de pontos (figura 1).
Saque


Fig. 1 - Valor de pontos das regiões da quadra de vôlei.
    Após o pré-teste, os sujeitos foram divididos em dois grupos, o controle e o experimental. Esses voluntários praticaram 5 sessões individuais com 20 tentativas do saque por baixo. O grupo experimental teve o feedback do vídeo tape após as tentativas.
    Terminada as sessões, o pós-teste foi executado igual ao pré-teste, com o objetivo de comparar os resultados. Finalizando o pós-teste, JESUS (1988) realizou um re-teste após 31 dias para verificar se houve retenção da habilidade do estudo. Os resultados foram:
  1. Ocorreu aprendizagem do saque por baixo em ambos os grupos (experimental e controle).
  2. A aprendizagem foi mais eficaz do grupo experimental, o que teve feedback do vídeo tape.
    GUSTHART et al. (1995) presenciaram em sua investigação que após a aula prática de saque e passe de manchete era feito o feedback sobre essas ações, num total de 112 lições, através de uma aula teórica ministrada por um professor de Educação Física que explicava os motivos dos acertos e dos erros das duas ações voleibolísticas (saque e passe de manchete) efetuadas na aula prática. A aula teórica contou com o recurso visual do vídeo tape da filmagem dos acontecimentos da aula prática dos 347 alunos. GUSTHART et al. (1995) também usaram a escala de pontos de 1 a 100 para classificar a técnica dos dois fundamentos pesquisados. Os resultados da pesquisa mostraram que os alunos melhoraram significativamente, e a escala de pontos foi considerada um excelente instrumento para avaliação da turma.
    WILKINSON (1992) recrutou 20 alunos que faziam o toque, o passe de manchete e o saque. Um outro grupo de 38 pessoas fazia as mesmas atividades, mas tinham aula teórica com o recurso visual do vídeo tape por 15 minutos. Esses alunos também liam e debatiam, em sala de aula, livros técnicos de voleibol sobre acerto, erro e melhoria das técnicas dos fundamentos do voleibol.
    Depois de um ano de curso de voleibol, 9 alunos eram do grupo que realizava aula teórica e 8 não. Os resultados mostraram que os alunos da aula teórica conseguiram melhor aprendizado do saque, toque e passe de manchete, também sabiam o motivo do erro que cometiam.
    PELLETT et al. (1994) tiveram uma amostra de 72 meninas, que foram divididas em dois grupos. Um grupo praticou com uma bola oficial manchete, saque e jogou por 16 dias pelo período de 35 minutos. O grupo 2 realizou todas as tarefas iguais ao 1, exceto a bola, era 25% mais leve. Os resultados indicaram mais acertos dos fundamentos do grupo 2, o da bola mais leve. Mas os autores não explicam o motivo de tal resultado.
    Para o escritor do artigo, a bola mais leve é benéfica porque é menos veloz no seu deslocamento e consequentemente é mais fácil para os alunos sustentá-la no ar, exige menos força na execução dos fundamentos, o educando tem menos chance de lesão devido o seu peso e as turmas ficam mais motivadas em virtude do sucesso, mais acertos das técnicas dos fundamentos, nas atividades propostas.

Conclusão
    As características do voleibol tornam um desporto difícil de ser ensinado e aprendido porque suas características como: manter a bola no ar, permitir 3 toques para cada equipe, aumento do estresse com a regra de pontos consecutivos e outros. Tornam uma modalidade complexa para o ensino-aprendizagem.
    O conhecimento da estratégia exposta nesta revisão de simples execução pode tornar as aulas de vôlei mais eficazes, é relevante ao educador físico preocupado com a qualidade do ensino e aprendizagem.
    Entretanto, há necessidades de estudos que se preocupem em determinar o tipo de exercício técnico e tático do voleibol é mais adequado conforme o nível cognitivo do aluno,.segundo a classificação de Piaget.


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Biomecanica funcional


Um dos principais temas abordados por essa filosofia, é a interpretação coletiva da saúde postural, uma vez que todos (leigos e eruditos no assunto) acreditam que para termos boa postura, precisamos ter simetria.
Toda a bibliografia referente ao estudo da postura, fundamenta-se nas assimetrias, propondo como conduta o alinhamento.
Já a Biomecânica Funcional propõe outro caminho, ou seja, não buscar a simetria estética mas a qualidade de movimento.
Como grandes artistas atuando no teatro da vida, o corpo assume atitudes posturais que instintivamente representam nosso papel social, portanto a expressividade é um ato natural que pode variar desde manifestações de todo o corpo a simples gestos representativos.
Estas representações, demonstradas tipicamente por posturas estáticas e/ou dinâmicas, estão diretamente relacionadas às influências externas. Dependendo da maneira que filtramos e absorvemos estes estímulos, o corpo pode expressar sinais e sintomas de desequilíbrios físicos e psíquicos, pois todo
padrão fisiológico, é controlado pelas necessidades funcionais.
Durante esses processos de expressão física, é preciso que ocorram inúmeras atividades motoras o que, muitas vezes, gera sobrecarga e adaptações indesejadas.
Aí está a preocupação de um corpo sem funcionabilidade, pois sua capacidade de manifestar-se em plenitude torna-se ineficiente, acumulando sobre si tensões desnecessárias.
Sabemos que algumas pessoas abusam da retroversão pélvica associada a retificação lombar, outras mantém a anti-versão associada a lordose lombar, há também as torções ilíacas associadas as escolioses, porém na maioria das vezes não deve ser esse o enfoque terapêutico, pois a verdadeira desvantagem postural está na perda funcional do movimento, ou seja, na hipomobilidade articular, sejam elas nos macro ou micromovimentos, não importando se a pessoa se expressará em retro ou anti-versão, mas se será capaz de realizar naturalmente o movimento inverso.
Em toda a história do homem, desde as aventuranças dos yogues antigos até as recentes pesquisas científicas, percebemos o surgimento de diferentes estratégias de tratamento, porém apesar de séculos de tratados médicos, ainda somos na prática, apenas anatomia “palpatória”, sem muita tentativa de levar o homem à introspecção do auto-conhecimento .
Passamos a acreditar que, para termos saúde, bastaria combatermos diretamente a doença. Bastaria a evolução tecnológica do setor farmacêutico que encontraríamos a cura para todo mal.
A filosofia da Biomecânica Funcional, desperta uma compreensão da saúde, que caminha na intermediária entre o tratamento e o treinamento, ou seja, seguindo princípios como a especificidade, a periodização, a disciplina, mas fundamentado em fisiopatologia, biomecânica e saúde postural desenvolve-se um trabalho conhecido como Treinamento Preventivo, ou seja, deixamos de tapear a dor, de aliviar os sintomas e passamos a atuar na evolução postural e no refinamento do aparelho locomotor.
Para isso se fez necessária uma integração multidisciplinar da fisioterapia com a educação física, esportes, psicologia, filosofia, antropologia, religião, física, entre outras...
Dentre as fundamentações da Biomecânica Funcional, destacam-se princípios revolucionários, mas acima de tudo, destacam-se princípios criativos e divertidos.
Alguns conceitos, apesar de fundamentados em teorias conhecidas, apresentam propostas práticas totalmente diferenciadas, uma vez que essa é aplicada com a finalidade de reestruturação biomecânica e não de tratamento sintomatológico, ou seja, a interpretação teórica focaliza outra necessidade do homem que não a fuga da dor, mas a eliminação do que causa a dor, essa singela diferença ideológica cria uma enorme discrepância prática.


Avaliação Funcional

Para que o treinamento preventivo assim como a evolução postural atuassem com especificidade a acima de tudo eficiência, uma avaliação prévia se fez necessária.
Como um dos principais enfoques desse trabalho esta na transformação da prática da saúde, que se preocupa com a prevenção e não espera a dor para buscar o doutor, fez-se necessário o desenvolvimento de uma avaliação proporcionasse o diagnostico sem depender da dor como guia.
Um diagnóstico funcional, que não dependesse da patologia, mas que fundamentasse as necessidades estruturais, as vantagens e desvantagens biomecânicas, ou seja, que demontrasse quais os pontos fracos da postura e como eles atuam a curto, médio e longo prazo.
Esse diagnóstico deve fundamentar-se nas semelhanças ortostáticas de todo ser bípede, mas sem deixar de lado as peculiaridades de todo ser humano.
Deve avaliar regiões como o segmento fêmur-tronco (cintura pélvica), por se tratar da base da coluna e ser o ponto de encontro de forças fundamentais da estática assim como da dinâmica, interpretando como qualquer desequilíbrio dessa base, promove sobrecargas compensatórias nos segmentos adjacentes.
E deve também demonstrar como reestruturar e reorganizar toda a biomecânica para que não aconteça a instalação da patologia.


FONTE: www.biomecanicafuncional.com.br
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domingo, 2 de dezembro de 2007

Futebol na educação física: uma questão polêmica

Os campos de várzea já não são mais tão presentes nas grandes cidades brasileiras. Além disso, problemas como a violência e o desenvolvimento urbano reduziram consideravelmente a incidência de brincadeiras de rua e criaram um novo cenário de educação infantil fora das escolas. Mudanças sociológicas como essas interferiram diretamente no processo de formação de atletas nas categorias de base dos clubes, que antes se encarregavam de lapidar os garotos formados na filosofia do lúdico de sua vizinhança e agora funcionam como o primeiro contato com o esporte.

O primeiro contato dos garotos com o esporte deixou de ser necessariamente baseado no lúdico e na libertação de seus anseios infantis. A maioria dos meninos passa hoje por escolinhas fundamentadas em perspectivas tecnicistas, que repetem com eles o trabalho feito com os profissionais, mas em menor escala.

Com isso, os garotos têm cada vez menos espaço para a liberdade de expressão e encontram um contato com o esporte baseado em conceitos de exigência e eficiência tático-físico-técnica. Isso reduz drasticamente o espaço para os meninos com menos aptidão para o esporte.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Educação Física Obrigatoria

Lei nº 9.394/96 - Educação Física - Obrigatoriedade da Disciplina

A Lei nº 9.394/96 dispõe para a Educação Básica:

Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

(...)

§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)



A Educação Física é componente curricular obrigatório da Educação Básica, sendo sua prática facultativa ao aluno nos casos acima.

A Educação Física não é mais componente curricular obrigatório do ensino superior de graduação.
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